quarta-feira, 28 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

VIVITUR PARVO BENE

VIVITUR PARVO BENE

Isso é um palavrão? De jeito nenhum! “Vivitur parvo bene” significa “do pouco vive-se bem”.
E, por falar nisso, esse blog consta dos seguintes itens: o revolucionário, os dois tipos de medo, orações científicas e meditação, vivendo de verdade, e comunique-se sempre com aquilo que acontece a seu redor.

O REVOLUCIONÁRIO

O lado esquerdo do cérebro se ocupa da sobrevivência e das preocupações do dia a dia. Ocupa-se também das tristezas sentidas no passado e com os temores de acontecimentos futuros.
Em outras palavras, é o encarregado de nossa vida objetiva, fundamentada na satisfação dos cinco sentidos para se alcançar o prazer.
Esse lado esquerdo, também chamado de mente animal, é típico da maioria da humanidade, que apenas sobrevive (veja o filme “De encontro com o amor”).
Na vida objetiva, o ser humano tem raciocínio lógico para si e para o outro. Isso é saudável mas ninguém veio ao mundo apenas para viver desse jeito.
O lado direito do cérebro, também chamado de mente espiritual ou de intuição, se ocupa apenas do momento presente.
Através desse cérebro, quando nos comunicamos com tudo aquilo que acontece a nosso redor, vemos as coisas com os olhos do coração.
Tudo é belo e nada tem ligação com o passado e nem com o futuro.
A propósito, um neurocientista, que sobrevivia altamente preocupado com os problemas cotidianos, sofreu um AVC e a partir de então passou a viver apenas com o lado direito do cérebro.
Ao caminhar pela casa, sentia que seu braço e a parede eram uma coisa só. Acabou a noção de dualidade (coexistência de dois princípios opostos como, por exemplo, o bem e o mal) e houve a integração completa no modo de viver. Sua vida se tornou subjetiva, ele sintonizando a essência fundamental de tudo (arquétipos ou imagens psíquicas do inconsciente coletivo) e pondo em prática seu lado criativo e amoroso.
E começou a identificar-se como uma baleia nadando num mar de euforia. Isto significa bem aventurança ou nirvana (ausência total de sofrimento).
Esse lado direito, mente espiritual ou intuição, é a faculdade humana mais profunda, mais verdadeira. É o Atma, uma divindade que habita no ser humano.
A propósito, uma mãe que ama, nunca vê os defeitos do filho, por pior que ele seja. O defeito é transitório e a qualidade é o eterno, é a realidade espiritual.
Daí, em vez de criticar um defeito transitório, faça um elogio inspirado na realidade espiritual, que é eterna. Esse elogio (projeção de uma verdade futura) pode transformar alguém num ser humano melhor.
Se a mente espiritual é a faculdade humana mais profunda e verdadeira, por que a maioria da humanidade só faz uso da mente objetiva?
Resposta: é porque desde há uns dez mil anos atrás, o ser humano está sendo adestrado para trabalhar em favor de uma minoria de privilegiados, os únicos que realmente são servidos pela tecnologia e o grande capital.
Se essa mesma tecnologia e o grande capital fossem usados igualmente em benefício de todos, a maioria da raça humana ocuparia parte do seu tempo usando o lado esquerdo do cérebro para sobreviver. E, usando o lado direito, ocuparia as horas restantes para viver a vida, vendo o mundo com os olhos do coração.
Conforme já disse, a tecnologia e o grande capital só favorecem os privilegiados (se bem que alguns órgãos públicos empregam tecnologia de ponta para beneficiar uma maioria).
Em termos de capital, 800 bilhões de dólares dariam para resolver o problema da fome no mundo. Mas em vez de resolver esse problema, os governantes preferem gastar alguns trilhões de dólares mas para garantir o alto padrão da minoria.
Quem possui uma mente que vê o mundo com os olhos do espírito é um revolucionário. Aliás, todo ser humano veio ao mundo para ser um revolucionário.
Em sânscrito, a palavra darma significa que todo ser vivo deve cumprir uma missão no sentido de melhorar o mundo. Por exemplo, o darma do sal é ser salgado. E o nosso darma, qual é ele? Qual é a nossa contribuição para melhorar a vida?
A propósito, um mestre da sabedoria é como um sol que ilumina e aquece a todos, inclusive ladrões, assassinos e corruptos de toda espécie, todos eles repletos de defeitos transitórios.

OS DOIS TIPOS DE MEDO

Ao ler o último parágrafo de O Revolucionário, muitos leitores devem ter sentido medo. A propósito, nascemos com apenas dois tipos de medo: o de cair e o medo do barulho. Os demais medos nos foram induzidos por pessoas do tipo urubu e papagaio.
O medo de envelhecer causa velhice precoce. Medo de ser assaltado atrai o inimigo. E, por falar nisso, um dos piores sentimento é o medo. O inconsciente encara o medo como um pedido feito por você e faz acontecer.
A propósito, quando sinto que vou perder, a coragem não significa que devo enfrentar o inimigo. Significa que devo cascar fora e agir em um outro momento, quando a situação for favorável. Esta atitude significa maturidade e competência, ao contrário da juventude que, por falta de critério, julga e age apressado.
Dentro do ventre materno, estamos mais ou menos protegidos de cair e livres da barulheira desse nosso mundo caótico. Depois de nascidas e se tornar adultas, as pessoas devem fazer uso de orações científicas e da meditação para se livrar de todos os medos, inclusive o do barulho (turbulência mental) e medo de cair.

ORAÇÕES CIENTÍFICAS E MEDITAÇÃO

Qualquer leitura que sirva de antivírus contra mensagens adoecedoras, vindas de grupos ou de pessoas de consciência cheia de lixo, serve como oração científica.
E, por falar nisso, o estudo das manifestações da Natureza não deixa de ser um tipo de oração.
E agora vamos falar do estado não meditativo e da meditação. No primeiro caso, sua consciência está repleta de lixo como um espelho empoeirado. Há um tráfego constante na mente, sentimentos, desejos, ambições e memórias se movendo. Dia após dia, mesmo quando você está dormindo, sua mente funciona, pensa, sonha e continua com suas preocupações e ansiedades, se preparando para o dia seguinte.
Quando o tráfego cessa, não havendo mais pensamentos, sentimentos, desejos e memórias, sua mente está 100% silenciosa e você se encontra em estado meditativo. Nada o agita e tudo está sereno.
O estado meditativo pode se tornar um hábito. Esta espécie de paraíso existia quando você era ainda inocente. Já reparou no olhar de uma criança? Repare e veja o profundo silêncio, a inocência!
Toda criança vive num estado meditativo até o momento em que ela começa a ser iniciada nos caminhos da sociedade. Tem que aprender como pensar, fazer cálculo, raciocinar, ter argumento, aprender palavras, linguagens e conceitos. E, pouco a pouco, ela perde contato com sua própria inocência.
Torna-se adulta, poluída pela sociedade, muito eficiente como pessoa mas deixa de ser humana.
Recuperar o estado meditativo é tudo de que você precisa. Quando acontecer essa recuperação, terá a surpresa de reencontrar aquela criança que você já foi. E uma das maiores felicidades da vida é esse reencontro.

VIVENDO DE VERDADE

Uma pessoa adulta que recupera seu modo de viver em estado meditativo terá uma realidade diferente daquela apregoada pelos formadores de opinião.
Cada pensamento aceito como verdadeiro é enviado pelo cérebro ao plexo solar (cérebro abdominal) e trazido ao seu mundo exterior como uma realidade.
Noventa por cento de nossa vida mental se passa no inconsciente. Significa que, ao usarmos apenas o lado esquerdo do cérebro (lado racional, ensinado pela sociedade), vivemos só 10% de nossas potencialidades. É o famoso mundinho de privada citado no filme “De encontro com o amor”.
Através do sistema cérebro-espinhal, você recebe a percepção consciente. Os nervos estão no cérebro.
O sistema simpático, também chamado de involuntário, possui seu centro numa massa ganglionar atrás do estômago. Essa massa é o plexo solar ou cérebro abdominal, que sustenta inconscientemente (cérebro direito) as funções vitais do corpo.
Os dois sistemas, o cérebro-espinal e o plexo solar, podem trabalhar separadamente ou em sincronia.

COMUNIQUE-SE SEMPRE COM
AQUILO QUE ACONTECE A SEU REDOR

É comum você agir no “piloto automático” quando dirige um carro numa estrada ou num trecho da cidade que você conhece. O correto mesmo é dirigir sempre em estado alerta.
Em situação de piloto automático, há um tráfego constante na mente, sentimentos, desejos, ambições e memórias se movendo.
De repente, um motorista, dirigindo como um louco, sai de um trecho secundário e lhe dá uma cortada, obrigando-o a fazer uma manobra arriscada para não bater de frente.
Num volante, em situações assim, se você tiver dificuldade em dirigir sempre no alerta, aja como se estivesse fazendo o papel de um motorista competente num filme. A fita é sucesso de bilheteria e você, como ator, ganhou um Oscar.
E enquanto dirige, você se distrai somente quando vislumbra uma paisagem linda. E aí, você para o carro no acostamento a fim melhor usufruir desse novo cenário.
E, ao voltar novamente para a estrada, comunica-se o tempo com o carro que dirige, com os outros carros que vêm por trás e os que passam por você. Comunica-se também com a estrada que tem pela frente.
Todas estas atitudes significam comunicar-se com aquilo que acontece a seu redor. Este tipo de comunicação é muito comum nas pessoas que vivem em estado meditativo.