sexta-feira, 29 de maio de 2009

DORREMINHOLÍSTICO


INFORMAÇÕES AOS INTERESSADOS EM
FAZER PARCERIA COM O DORREMINHOLÍSTICO

1) Como é feito o nosso trabalho?
2) Quem trabalha?
3) Onde é realizado o trabalho?
4) Como ele é feito?

De acordo com o Estatuto, o Dorreminholístico, em vez de atuar, atacando diretamente o problema, prefere aceitar parcerias com pessoas físicas e jurídicas, tanto da iniciativa privada quanto do governo.
Nosso Instituto apenas articula, fornece e fiscaliza a filosofia de trabalho, dá assessoria técnica e ainda coloca à disposição do parceiro (taxas de ocupação a combinar) áreas agrícolas na fazenda, em Ritápolis, MG, 8 chalés em Tiradentes, MG, 10 suítes em BH e oito na fazenda, bem como um teatro de 40 lugares em BH. Em síntese, o Dorreminholístico pode acomodar aproximadamente 108 pessoas, sendo 40 em BH, 28 em Tiradentes e 40 na fazenda.
Por enquanto, ainda não existe parceria, nosso trabalho se reduzindo à publicação de livros, assistência terapêutica gratuita às pessoas amigas, produção orgânica, em regime familiar, de hortaliças, frutas, feijão, milho, mandioca, peixes e galinhas caipiras, plantas medicinais.
Nesse nosso trabalho, procuramos também difundir o Instituto nos Seminários Nacionais sobre Agropecuária Orgânica, que freqüentamos desde 1999. Esta difusão vem sendo feita também junto às pessoas que vamos conhecendo e, a partir de junho de 2009, será usada a Internet.
Graças à nossa assistência terapêutica, algumas pessoas deram outro rumo à sua filosofia de vida e outras pararam de fumar e de beber. E o mais importante é que um senhor de 70 anos, atacado de câncer na próstata, não se queixa mais deste problema, inclusive se casando de novo com uma mulher 40 anos mais nova. Existem Engenheiros Agrônomos, conhecedores da Agropecuária Orgânica,, técnicos Homeopatas, especialistas em Fitoterapia, Acupuntura, Radiestesia (uso do pêndulo) e terapias artísticas interessados em trabalhar em parceria conosco, desde que haja uma fonte pagadora. Parcerias com órgãos públicos ou privados, inclusive ONGs e Institutos, podem viabilizar a vinda destes técnicos, sobretudo agora, quando se tornaram viáveis as parcerias Ministério da Saúde e Prefeituras Municipais quanto ao atendimento médico alternativo.
Através do Dorreminholístico, estes técnicos se encarregariam tanto da assistência quanto da preparação de novos terapeutas alternativos para atuarem nos milhares de postos de saúde do país.
No momento, o único técnico disponível é o presidente, Eng. Agrônomo, mestrado em Viçosa, MG, e doutorado em Montpellier, Sul da França. Fez 4 anos de curso de homeopatia e conhece a Agropecuária Orgânica desde 1999. É ex-técnico do Ministério da Agricultura, em BSB, onde trabalhava antes de se aposentar como pesquisador de mercados agrícolas. Tem dezessete livros publicados e realizou diversos filmes nas bitolas de 8 e 16 mm durante 10 anos.
A área de atuação do Dorreminholístico, conforme Estatuto, é no Brasil inteiro e até no Exterior.

As Parcerias

Feitas as parcerias, podemos atuar seguindo o modelo inglês. Na Inglaterra, o “SUS” usa os médicos no atendimento de apenas 10% dos pacientes, os 90% restantes sendo atendidos por terapeutas holísticos (alternativos), que aplicam homeopatia, nosódios, fitoterapia, acupuntura e radiestesia. Além deste modelo, podemos fazer uso de terapias artísticas (que empregam o lado direito do cérebro), tais como teatro, cinema digital, dança, música, artes plásticas e literatura para ajudar na harmonização da mente.
Durante a consulta (a primeira dura aproximadamente duas horas) faz-se a anamnese do cliente, em seguida lhe receitando a homeopatia, o nosódio, a fito, a acupuntura, uso do pêndulo e das terapias artísticas.
Depois, lhe são feitas as seguintes perguntas, objetivando conscientizá-lo sobre o modo certo ou errado de estar levando a vida:
- Por que você acha que está doente? E como é que você pode se curar definitivamente?

Os Postos de Saúde

Os postos de saúde podem ter áreas de terra para cultivo orgânico de plantas medicinais já comprovadas cientificamente como o Capim cidreira, Camomila, Espinheira santa, Funcho, Guaco, Maracujá, Melissa, Transagem e Valeriana. Precisam ter ainda a tintura-mãe das homeopatias mais usadas e a partir da qual se faz na hora a homeopatia indicada para o usuário. Podem ter também salas ou galpões onde os clientes poderiam se envolver com as terapias artísticas.
Numa parceria Dorreminholístico/Secretaria de Saúde das Prefeituras, parte das verbas destinadas aos postos de saúde poderia ser empregada para remunerar um engenbeiro agrônomo que ficaria encarregado da assistência técnica sobre produção de hortaliças orgânicas e plantas medicinais de fundo de quintal ou em regime comunitário, via Dorreminholístico. Remunerar também os técnicos na área artística. O mesmo raciocínio é válido em parceria com Institutos ou ONGs.
Se for inviável a produção orgânica de fundo de quintal, este agrônomo contratado vai dar assistência a determinada quantidade de agricultores que produzirão atendendo a certo número de consumidores (os 90% dos clientes dos postos de saúde), os preços já tendo sido previamente combinados. É o chamado mercado orgânico solidário.
Na falta de áreas de terra, de salas e galpões, podem ser usadas as terras do Dorreminholístico, em Ritápolis, o teatro de 40 lugares e as 10 suítes, em Belo Horizonte, onde podem se hospedar 40 pessoas.
ANEXO

Os seguintes livros foram publicados pelo Dorreminholístico e estão à venda por R$15,00 o exemplar, frete incluído:


AMOR HOLÍSTICO, 2008, 104 Pg

CANÇÃO DO CINESTÉSICO

Olhando para ela, que sorri, me parece estar diante de mim mesmo, nascido mulher numa outra encarnação. Estarei sonhando? Digo-lhe algumas palavras sinceras e ela me ouve atentamente. Enquanto falo, sinto seu cheiro de mulher sem agrotóxico e sua alma se entrelaça com a minha.
Depois, através do tato, tocamo-nos mutuamente: primeiro através da boca e depois pelo corpo inteiro. E a terra fica à espera de mais um ser vivo que vai fazer o mundo evoluir para melhor.
Veja, a partir da pg 88, no livro Amor Holístico, os itens 01, 02, 03, 04 e 05 para melhor entender o significado de cinestésico.

A ETERNA SINFONIA ME FAZ VIBRAR
COMO NOS TEMPOS DE PUREZA

Uma sinfonia cósmica me remete ao passado e começo a vibrar como nos tempos de pureza. É a rolinha cantando “fogo pagou” que me faz viajar no tempo, voltando à fazenda do avô, eu entre seis e dez anos, ele me contando casos do coelho e a onça, que descrevi no livro Que Belo Horizonte!
Este canto da rolinha continua fazendo parte da Sinfonia Cósmica, a mesma daquela época

TERRACOTA, AMARELO
AZUL E BRANCO

Terracota, amarelo, azul e branco são as cores oficiais do Dorreminholístico. Vamos explicar o porquê.
Na Idade Média, enquanto alguns alquimistas tentaram a transformação de chumbo em ouro, outros preferiram desenvolver o lado espiritual, na tentativa de captar toda a luz divina, se transformando assim num ser humano iluminado.
Criar algo sem a preocupação em ganhar dinheiro é o mesmo que subir uma escada que nos leva da Terra até o Céu (a escada externa ao lado do auditório, na R. Sorrento, 188).
A propósito, da terra (terracota) nasce o homem. A missão de cada ser humano é atuar no sentido de fazer o mundo evoluir: iluminar-se espiritualmente como se estivesse transformando chumbo em ouro (amarelo). E ao fim de sua missão o homem terá subido toda a escada, atingindo o céu, de cor azul e nuvens brancas.

UM CANTINHO DA INFÂNCIA

Os quatro anos mais felizes de minha infância eu os vivi na fazenda de meus avós maternos.
É impossível reconstituir na Rua Sorrento, 188, todo o cenário lindo e variado daquela época plena de felicidade. Mesmo assim me sinto gratificado em ter de novo pelo menos uma parte daquele visual e sons naturais: a varanda, pés de bananeiras e o canto das rolinhas, sabiás e bentevis.
Completando o cenário, rente à parede do teatro, do lado direito e no fundo, um pé de jenipapo avança acelerado rumo ao terraço, de onde poderei colher os próximos frutos. O mesmo acontece com pés de pitanga no lado direito, lado esquerdo e nos fundos da construção.
Ainda rente à parede, mas no lado esquerdo e na frente, um pé de gabiroba de jardim me remete ao um passado típico de pequenas cidades do interior de Minas. Lá, os rapazes convidavam as lindas donzelas para um passeio a pé até um pasto próximo para chupar aquela fruta (ler o livro “Que Belo Horizonte!” ).

O MAIS CARO DOS PRESENTES

O maior presente que cada ser humano ganha é a própria vida. Ao fim da existência ou numa doença terminal, quantos não dariam todo seu patrimônio para viver mais uns meses? No entanto, você passa a maior parte do tempo desperdiçando vida. Desde que nasceu você já começa a envelhecer. Ainda bem que a vida começa aos 40, conforme afirmam os otimistas. Se isso for verdade, sobretudo para quem cuida da própria saúde, um cinquentão viveria como se tivesse menos de 20.
- Esse é uma cobra com asas! - dirá uma leitora.
Quem gosta de ler percebe que uma monografia provoca uma reflexão na sociedade como, por exemplo, sobre questões relacionadas ao envelhecimento.
Uma monografia sobre um programa exemplar busca reconhecer, dar apoio e capacitação, bem como multiplicar projetos que promovam a qualidade de vida e a integração do idoso na sociedade. Não só do idoso como também dos jovens, a começar pela criança. A propósito, muitos dos itens descritos nos livros publicados pelo Dorreminholístico são verdadeiras monografias.
Além de publicar livros, este Instituto também constrói uma infra-estrutura onde seus membros podem pôr em prática um modo holístico de levar a vida. Por exemplo, no prédio de dois andares da Rua Sorrento, 188, será gravada a frase: “maturidade criativa e crianças felizes”.
O prédio e casa anexa podem alojar até 40 pessoas que, durante os fins de semanas, se reúnem no teatro anexo para freqüentar cursos de homeopatia, outras terapias holísticas, palestras ou simplesmente para pôr em prática um tipo de convivência que não existe na maioria das famílias.
Haverá curso sobre teatro improvisado não para deleitar grandes platéias mas para divertir as pessoas, numa interação do tipo “teatroquê”.
Os membros beneméritos aprenderão a fazer cinema digital não como uma técnica de mercado mas como uma arte para exercitar o lado direito do cérebro, onde se encontra armazenada 90% da vida. A propósito, quem usa somente o lado esquerdo ou racional só aproveita 10% da existência.
Nas aulas práticas de música, quem quiser pode aprender a tocar um instrumento qualquer, aprender artes plásticas, fotografia, culinária, corte e costura, bem como aprender a cultivar uma horta orgânica caseira e algumas plantas medicinais.
Haverá cursos práticos sobre como fazer uma redação boa de ler e que seja entendida até mesmo pelo semi-analfabeto. Cada um aprenderá a escrever a história de sua própria vida.
Na convivência holística os membros beneméritos do Instituto podem ter aulas de dança e praticá-la, tocar um instrumento, comemorar alguma data ou assistir a um dos 600 filmes do acervo.
Em seguida, vão participar do debate quanto à utilidade da película em termos de mostrar uma lição de vida ou de descrever uma história que cada um gostaria de viver.
Durante essa convivência todos vão se conscientizar sobre a melhor maneira de se viver com saúde, tanto física quanto espiritual.
Caro leitor, você é livre para continuar levando uma vida rotineira ou optar pelo modo de viver proposto pelo Dorreminholístico.
Por falar nisso, a liberdade é um tipo de riqueza individual, só valorizada quando a pessoa vai presa, casa-se mal, se prende a um compromisso estressante de mercado ou adoece.
Cada um deve se policiar o tempo todo para não perder esse tipo de riqueza. Será que você, caro leitor, é tão pouco livre a ponto de depender do policiamento do Estado, do Código Civil ou dos planos de saúde?

A SEGURANÇA HOLÍSTICA
E A CONVENCIONAL

A filosofia de vida proposta pelo Dorreminholístico e que provavelmente será aceita por 15% da população, permite uma segurança holística.
Apesar desta segurança, não podemos agredir os demais e nem afogar seus sonhos. Que estes 85% de consumidores da agropecuária convencional continuem acreditando no sistema político/econômico e em suas religiões.
Os 15% restantes, ou seja, os “autônomos” ou autodidatas, que ainda têm a alma inteira, ou pelo menos quase, e pensam por conta própria, em termos de “Estado” e de religião, devem continuar controlando seu caos com auxílio do uso da filosofia de vida proposta pelo nosso Instituto.
O Brasil é um país democrático, permitindo optar por uma vida sem o usufruto do consumismo, que é substituído pelo usufruto da sensibilidade mas no meio rural ou nas pequenas cidades.
Nas metrópoles, o Sistema, através de campanhas, certamente encontrará um modo de controlar esse caos provocado notadamente por certas pessoas que têm problemas na carga genética (cretinismo causado por deficiência de iodo e zinco) e que, apesar de consumirem produtos da agricultura convencional, não usam suplementos minerais e nem se exercitam fisicamente. Por falar nisso, não deixem de ler os livros “Qual é a sua realidade?” e “Agropecuária Orgânica em Doses Homeopáticas e Romantizadas”.
Será que os Planos de Saúde darão conta das conseqüências?
Um dos problemas da sociedade convencional é o engaiolamento e o uso da filosofia “o dito pelo não dito”. Pessoas “engaioladas” não se comunicam com o livre fluxo da energia positiva. E o uso do “dito pelo não dito” interrompe tal fluxo.

CONVIVÊNCIA HOLÍSTICA

Mamãe falava que se seus filhos fossem mais unidos, se houvesse mais convivência, isso seria o mesmo que colocar uma escada entre a terra e o céu para ela subir.
E acabou passando para a Outra Dimensão sem ter feito uso da referida escada. Se bem que durante as festas, quando mamãe ainda era viva, toda a parentada, incluindo filhos, filhas, sobrinhos, sobrinhas, os respectivos cônjuges e as filharadas se reuniam na casa do Dinho e a Dirce para comemorar. Ao menos uma vez por ano esta parentada toda usufruía deste agradável tipo de convivência sem compromisso e sem preconceito.
Depois que mamãe nos deixou, não houve mais festas, a convivência passando a acontecer apenas durante os velórios de algum parente. A propósito, em fins de agosto de 2007, Ramon, o filho mais velho, também “nos disse adeus”.
Entristecidos com esta situação, a Cris, filha do Wíliam, e Iva, esposa de Táquion, que é filho do Ramon, tomaram a iniciativa de reunir mensalmente essas pessoas que sempre compareciam às festas de mamãe. Acharam mais justo que esta parentada toda não restringisse sua convivência apenas em dias de “despedida para sempre”.
Assim, a primeira reunião aconteceu dia 15/11/07 na residência do Táquion, eu propondo que a próxima fosse no Dorremim Holístico, em BH, ou na fazenda, em Ritápolis. Cada mês a festa será na casa de uma pessoa diferente, o peixe, um dos pratos preferidos, sendo criado pelo Tonico.
De modo geral, as festas da sociedade de mercado só proporcionam prazer. Ou seja, durante a convivência são satisfeitos apenas os cinco sentidos (visão, paladar, olfato, tato e audição).
Uma existência que se resume apenas numa infinidade de momentos prazerosos é muito pobre, significando apenas 10% da razão de viver.
Já nas festas a ser organizadas pelo Dorremim o mais importante é que as pessoas se sintam felizes, não se esquecendo, é claro, dos pequenos momentos de prazer.
Numa convivência feliz as pessoas estão usando seu lado direito do cérebro, o lado intuitivo ou da criatividade e que, conforme já disse, corresponde a 90% da razão de viver. O lado criativo de cada pessoa a põe em contato com o eterno.
- Não vejo diferença entre prazer e felicidade - interfere uma leitora.
Eis, a seguir, uma diferença. Tunico, ao comprar a linha de ônibus, em Caeté, se entusiasmou durante uns tempos. Depois, ao perceber a impossibilidade de aumentos gradativos de renda, perdeu o interesse.
O personagem do filme “O Aviador”, por outro lado, se envolveu em vários negócios que o enriqueciam cada vez mais. Foi um dos homens mais ricos do mundo, podia consumir o que quisesse mas mesmo assim não se sentia uma pessoa completa.
Sua felicidade só teve início a partir do momento em que pôs em prática seu lado criativo e começou a fazer cinema. Ao usar o lado direito do cérebro entrou em contato com o infinito, com todas as potencialidades.
Possuindo ele muito dinheiro, se deu ao luxo de fazer filmes para o mercado. Queria ser reconhecido.
É possível, com o mínimo de dinheiro, se envolver com uma arte qualquer. Não para provar alguma coisa para alguém, com necessidade de ser reconhecido mas apenas para entrar em contato com o infinito ou o eterno e sentir uma felicidade constante.
Conforme já disse, nas festas a ser organizadas pelo Dorremim o mais importante é que as pessoas se sintam felizes, não se esquecendo, é claro, dos pequenos momentos de prazer.
Os parentes de mamãe são benvindos às festas organizadas pelo nosso Instituto. O que importa agora é que eles peguem o hábito de se reunir de tempos em tempos, mesmo que seja só para comer, beber, conversar fiado e dar algumas boas gargalhadas.
Depois, com o tempo, durante essas reuniões o Dorremim vai difundindo sua filosofia de vida e essas pessoas têm o livre arbítrio de fazer parte ou não dessa família. ( Foto 1 )

AMOR E GENEROSIDADE

O amor representado por uma pá cavando a terra é o verdadeiro amor. A propósito, este é o sentimento de quem produz alimento orgânico pensando nas pessoas com problemas na carga genética.
Por sua vez, estas mesmas pessoas, ao amarem de verdade, poderão muito bem participar do mercado solidário.
Eis aí um bom exemplo do princípio da proporcionalidade, tão apregoado por De Gregori e descrito em nosso livro “Homeopatia Romantizada, Vol.5”. Quem é generoso não se preocupa em estar doando mais do que recebe. O importante é que haja troca de energias. Mas a partir do momento em que uma das partes só deseja receber, o melhor é deixar isso para os poderes públicos e religiosos resolver.
O amor de Eros é só erotismo. Satisfaz desejo físico da pessoa amada (Sulphur é o princípio masculino, projetivo. Mercúrio é o princípio feminino, sendo receptivo).
Este tipo de relacionamento deve ser chamado de “troca de favores” ou “amor pelas expectativas” (2). E o pior é que cada um vai tentar obter o máximo e dar o mínimo, não tendo nada a ver com o verdadeiro amor.
Em tempo: a gentileza é um tipo de generosidade. E por falar nisso, há várias maneiras de se praticar a gentileza. Para uns é pagando a conta de uma mulher ou de amigos que os acompanham. Para outros é pagar um conhaque para alguém como agradecimento ao fim da carona, como aquela mulher de Berlim que viajou sem pagar até próximo à Calábria, no sul da Itália, conforme descrito em “Amada Minha, Amore Mio!” (7).
Outras pessoas também são gentis ao manter um papo ruim vindo de alguém, mesmo sabendo que isto não lhe acrescenta nada em termos de aumentar o conhecimento de mundo ou de desopilar o fígado.

PRODUTOS COM VIDA

O biômetro de Bovis foi Desenvolvido por A. Simoneto, que vibrava com 6.500 ângstrons (A). Ele criou uma táboa.
Os alimentos precisam ter energia inteligente. Se não forem orgânicos ficam sem energia vibracional para curar. As proteínas, sais etc têm que estar numa vibração maior que 6.500 A para terem efeito benéfico no organismo de alguém que vibra em 6.500 A.
A propósito, todos os vírus e micróbios vibram abaixo de 4.500 A. Daí, quem vibra acima de 6.500 A está com saúde. Abaixo é doença. Leia a contra-capa deste livro.
É preciso sair da faixa de vibração das bactérias para melhorarmos. Ver págs entre 82 e 84 e entre 103 e 123 de nosso livro sobre Agricultura Orgânica.

LEI DA ENTROPIA

Água quente e água fria juntas resultam em água morna. Ou seja, uma das águas chupa a energia da outra. Melhor dizendo: tudo no universo se iguala por baixo, sempre pelo valor médio dos corpos coligados.
A radioatividade atômica vibra com 0 Angstrons. Daí, alguém que vibra com 6.500 A tem sua energia chupada quando permanece próximo ou junto a uma fonte de radiação atômica (raio X, telefone celular, computador etc).
O mesmo acontece com quem come arroz branco de supermercado e carne de frango de granja e de bois confinados. O arroz branco que vibra com 3.500 A, semelhante ao da morte, dá prisão de ventre, que acaba com a humanidade.
A ração usada para engordar frangos e boi contém antibióticos, que vibram com 0 ângstrons.
Arroz orgânico ou o vermelho vibram com 19.000 A. Banana de Supermercado: 5.300 A, semelhante à vibração do canceroso. Banana da roça: 14.000 A (vibração do campo que esta banana emite). Morte: 3.500 A; Câncer: 4.900 A; Fungos: 5.000 A.
Milho híbrido, apesar de produzido com adubo orgânico, emite um campo de vibração de 6.100 A, fornecendo uma energia adoecedora. Isto porque é híbrido, é boiola.
Se quisermos medir a vibração de um produto, o seguramos com u’a mão e com a outra, o pêndulo.
Haverá uma Interação energética entre a pessoa que segura a banana numa mão e o pêndulo na outra.
A propósito, cada produto tem o seu elemental. E, por falar nisso, o mundo é muito bem organizado. Nós é que não conseguimos perceber.
Estamos adoecendo pela boca! E também através de nossos pensamentos. Enfim, convivemos mal e comemos mal etc. E a convivência que só acontece em ambientes de necrotério e de funerária, que armazenam um campo de vibração baixa? Nossa energia será chupada.
O mesmo acontece entre terapeutas holísticos e certos doentes. Se, por exemplo, o terapeuta vibra com 7.000 A e o cliente, com 4.000 A, 7.000 + 4.000 = 11.000 que, dividido por 2, dá 5.500 ângstrons. E terapeutas adoecem.
Mas basta fazer uns 5 minutos antes e 5 minutos depois da massagem no doente ou após voltar do velório o exercício de circulação de energia, contido em nosso livro “Do Pouco Vive-se Bem”.
É preciso lembrar que o doente vai procurar ajuda mas não abre mão de seus vícios. Daí, quando massagear ou tocar nele através do Reiki, use o exercício de circulação de energia. Melhor ainda é fazer uso da filosofia do Dorremim, que ensina a prevenir-se.
A propósito, o terapeuta não deve tomar as dores do doente, não se identificando com ele. Deve apenas lhe transferir as energias curativas do universo. E, por falar nisso, se alguém sente depressão é porque está desconectado com o respectivo espírito.

CAMPO DE VIBRAÇÃO DOS CORPOS

Átomo adoecido cria um campo quântico adoecido, um tipo de escada que nos leva da terra até o inferno.
Na tabela de Mendeleiev, o número atômico do Hidrogênio é igual a 8 e a massa é igual a 16. Ou seja, a massa é sempre o dobro do número atômico. Se minerais estiverem abaixo do número atômico o produto é decadente. Acima do número atômico está no lugar e promove saúde.
Nitrogênio: número atômico=7, massa atômica=14. Daí, a vibração é salutar se varia entre 7.000 e 14.000 A.
Enxofre e cloro deslocados são maléficos (S no açúcar branco e cloro na água ).
No ar existe o ferro e nitrogênio deslocados, cujos ângstrons são menores do que o peso atômico.
Astral inferior: morada de nossas emoções fica entre 9.000 e 90.000 ângstrons. Mundo mental inferior (mente) está entre 12.000 e 30.000 A. Quando passa pelo corpo deixa resíduos (a vibração fica no organismo).
Através da foto kirlian podemos registrar vibrações na comida, vivência, pensamentos.

OS SETE PECADOS CAPITAIS

Quando penso, falo ou cometo um desses pecados, a vibração fica em meu organismo. Os elementos dos 7 pecados mandam a vibração para o átomo, que adoece.
Gula: 9.000 A (próximo da matéria) - lua, prata.
Inveja: 30.000 A (dá prisão de ventre) – Vênus, cobre.
Cobiça: 40.000 A - Sol, ouro
Luxúria: 60.000 A (fantasia sexual ) – Mercúrio. São 60.000 ângstrons comendo o homem por dentro, resultando em câncer da próstata. Come também a mulher por dentro, resultando primeiramente em miomas e mais tarde em câncer nos seios ou no ovário.
Na luxúria, a pessoa mais pensa do que faz (é preciso ter compaixão para com os “nerds”!). Vive na ilusão. Hidrogênio que vibra. A propósito, veja o filme “O Guardião”.
Ira: 70.000 A - Marte, ferro.
Orgulho: 80.000 A - Júpiter, estanho.
Preguiça: 90.000 A - Saturno, chumbo. Sem força vital para reagir.
Se cada um desses pecados vibra dentro de nós, cria um campo com a respectiva vibração em ângstrons. A faixa de vibração humana de uma pessoa sadia está entre 6.500 A e 9.000 A. Daí, uma vibração de 90.000 ângstrons, correspondente à da preguiça, reverte-se em diabete, miomas, câncer. O brasileiro da atualidade está atacado de ira, com 70.000 ângstrons...
Quanto mais sutil uma pessoa, mais vibrações e mais percepções ela tem. Floral tem vibração alta. A sucussão de uma mistura de TM com água produz uma vibração que chega até o átomo, criando um campo com a respectiva vibração em ângstrons.
Ao colher uma planta ou trabalhar com o pêndulo, precisamos pedir licença ao elemental. O floral é o elemental da planta?
O sistema social é falido porque é sustentado na base errada. Os egos é que causam esta confusão toda.

CENTROS MAGNÉTICOS

A pineal tem um cristal de apatita (fósforo). Há perda destes cristais.
A Pituitária (que, junto com a pineal, formam o centro inteligente inferior) controla a colocação correta do potássio e sódio no sangue. Se o controle é ruim, a supra-renal não funciona bem.
A tireóide (centro motor) tem alta relação com o chumbo. A propósito, este metal ainda é usado para manter a cor de uma tinta? Se a resposta for afirmativa, as tintas para cabelos devem ser carregadas de chumbo.
Iodo biológico desinfeta o corpo. Verme no sangue é porque o iodo biológico não funciona. Daí, administrar iodo biológico, fabricado pela tireóide. A propósito, hoje, todo mundo tem verme no sangue, na tripa etc.
Iodo biológico circulando em nosso corpo desinfeta tudo, inclusive eliminando as bactérias, as mensageira da morte.
Alguém com hálito ou bafo da morte certamente precisa de iodo biológico.
Quanto mais uma pessoa mente, mais o seu centro laríngeo perde o controle (“comandante sem moral”). Uma somatória de pequenas mentiras. E aí, a tireóide deixa de fabricar o iodo biológico.

RESSONÂNCIA SCHUMANN

A vibração do planeta terra, que antigamente era de 7,83 hertz, atualmente se encontra na faixa de 13 hertz. Assim, todo mundo está com pressão alta mas que a medicina convencional não encontra o motivo. E também vibrando numa velocidade mais acelerada.
Acredito que quem age no piloto automático certamente tende a ter pressão alta e será uma pessoa apressada. Daí, aja conscientemente para ter calma.
O excesso (?) de sódio, potássio e chumbo causa uma vibração diferente da vibração do vital da Terra. Fora do vital da Terra = ressonância Schumann.


O OLHAR DO DONO, 2009, 146 Pg

Na primeira parte do livro falamos sobre como recuperar o campo quântico do leitor ou leitora e assim trazer de volta a sua sensibilidade. Em outras palavras, mostramos como é possível sair da situação de “morto-vivo” (zumbi) e entrar em sintonia com as leis universais para melhor se relacionar com o seu próximo e ser bem sucedido na vida.
Recuperar o campo quântico significa fornecer alimentos orgânicos para as células de todo o organismo, fazer uso da ecologia humana para manter a saúde e aumentar a percepção da mente, inclusive intensificando o uso do lado direito do cérebro para se exercer a criatividade.
A propósito, quem usa esse lado direito leva duas vantagens em relação àqueles que só usam o lado esquerdo ou racional:
. os desafios se tornam 10 vezes mais fáceis
. a vida se torna 10 vezes mais interessante
Na segunda parte, eu, meus leitores e leitoras estamos fazendo uso do conhecimento de mundo e das leis universais para melhorar nossa interação holística e convivência. E também para transformar nossas percepções em algo a ser facilmente ensinado ao consumidor de leituras, de palestras ou aulas e aos simbiotas que aprendem fazendo.
Levamos em conta que a interação holística e a convivência precisam acontecer tanto no lar quanto no local de trabalho. Nestes dois locais, é imprescindível que as pessoas sejam competentes em termos de equilíbrio emocional e de convivência.

UM DIA A CASA CAI

As pessoas passam a maior parte da vida exercendo sua profissão numa empresa ou trabalhando por conta própria. E, durante 5 dias na semana, quando chegam em casa, praticamente não existe convivência entre elas e seus familiares. O tempo é todo usado para satisfazer, no piloto automático, as necessidades básicas como tomar banho, alimentar-se, ver alguma novela ou filme, em seguida, dormir, o sexo sendo feito de vez em quando.
Daí, o “lar adotivo” dessas pessoas é, de fato, a empresa onde trabalham ou o local onde atendem os clientes. Nesta casa, elas realmente se envolvem, no estado alerta, durante 8 horas diárias e 5 dias por semana, com algo que lhes garante a manutenção da família no “lar oficial”.
Nestes dois tipos de lar, as pessoas precisam interagir de modo holístico. E nessa interação, a competência emocional pode ser comparada ao alicerce de uma casa de dois andares.
Este alicerce se baseia em 4 fundamentos que, por sua vez, são sustentados por 4 colunas e 4 vigas. Se uma das colunas cair, a casa cai (item 06, pg.96 do livro O olhar do dono).
Tanto neste lar adotivo (empresa urbana, micro-empresa, empresa rural e até mesmo uma comunidade que pratica a agricultura familiar ou de subsistência) quanto no oficial, é imprescindível que as pessoas:
. pratiquem o respeito (itens 6A, 6D e 6F, págs 100 a 107)
. se interessem uns pelos outros (item 6B, pg.101)
. queiram recuperar alguns de seus simbiotas (item 6C)
. tentem recuperar o autocontrole (item 6E, pg.105)
. reconheçam que ninguém faz nada sozinho (item 6G)
. sejam autênticas quando conhecerem alguém (item 6H)
. façam uso do exercício para baixar as ondas cerebrais (item 6i, pg.109)
. não participem como operárias da fábrica inconsciente da infelicidade (item 6j, pg.109) e
. vivam em paz e serenidade (item k, pg.110).
Em tempo: se pudesse voltar a ter 30 anos, você carregaria seus filhos no ombro? Jogaria travesseiros neles para eles jogarem também em você?
Sou capaz de apostar que no seu lar oficial, seus familiares conversam muito entre si, você sabe tudo sobre os desejos da esposa, além de ser apaixonado por futebol, cinema, música, teatro e uma dançazinha de vez em quando! Aposto também que sua mulher sabe tudo sobre a vida de você e nada sobre as novelas de tv. E, o que é melhor: não passa o domingo inteiro diante da tv e o seu cãozinho vira-lata ainda não foi embora.
Minha aposta se baseia no fato de que esses familiares foram criados desde pequenos como águias.

“FILMANDO” A PRÓPRIA EXISTÊNCIA

Se você projetar uma fita virgem, verá o quê na tela? Nada, não é mesmo?
Depois, viaje até o deserto do Sahara e, com uma câmera, profissional ou amadora, grave alguém morrendo de sede e depois faça a projeção. Verá na tela um homem no deserto desesperadamente procurando água!
Agora, vamos substituir a fita virgem pelo seu cérebro e a tela, pela vida real. Neste caso, seu cérebro, seus olhos, seus ouvidos, seus sentimentos e tomadas de atitude se transformam na câmera de gravar e num projetor. E, pela vida afora, sem a câmera da indústria, você grava imagens, sons, sentimentos e tomadas de atitude. E seu cérebro registra todas essas gravações que, durante a existência inteira, são projetadas na tela da vida real.
São projetadas desde que você se comunique (ver, ouvir e sentir) com aquilo que acontece a seu redor. Nos momentos em que você vive no piloto automático não há essa comunicação. A tela de sua existência está sem nada e você vive como máquina.


ENERGIA VIBRACIONAL

Quando um ser vivo está animado significa que ele vibra ou pulsa. Essa vibração, que é medida em ângstrons, se irradia pelo mundo afora sob forma de ondas eletromagnéticas.
Desde o início do mundo, tudo que aconteceu e ainda acontece, em termos de pensar, sentir e agir, por parte das pessoas que já morreram e daquelas que ainda vivem, permanece armazenado na memória de nosso planeta. Nessa mesma memória, que existe sob forma de ondas eletromagnéticas, estão incluídas também as vibrações dos demais seres vivos.
A propósito, a energia vibracional é a vibração (alma dos seres humanos e elemental dos demais seres) experimentada por um ser vivo quando ele capta uma das ondas eletromagnéticas existentes na memória da Terra.
Esta memória inclui todo o espaço ao redor de nosso planeta, numa distância de 400.000 km. Depois dessa distância está o éter e em seguida as vibrações vindas de outros planetas. A propósito, é esse mesmo éter que não deixa o nosso mundo se chocar com algum corpo celeste. Mais detalhes estão no livro “Agropecuária Orgânica em Doses Homeopáticas e Romantizadas.
Conforme já disse, as ondas eletromagnéticas que compõem a memória da Terra são constituídas de palavras, pensamentos, sentimentos e tomadas de atitude. A somatória de ondas eletromagnéticas semelhantes constitui uma egrégora. E sua saúde, caro leitor ou leitora, depende da egrégora na qual você está sintonizado: superior, fundamental ou inferior (ver itens 01 e 1A, págs 76 e 78 do livro O olhar do dono).
Em tempo: existe uma infinidade de ondas eletromagnéticas diferentes na memória da Terra. Elas foram encaixadas em apenas 3 egrégoras para facilitar o raciocínio. A propósito, veja o filme “Uma vida em 7 dias”.

APRENDENDO A ESCREVER UM LIVRO

Em Belo Horizonte, os membros beneméritos do Dorreminholístico podem se hospedar numa das dez suítes durante os fins de semana e, no auditório, vão aprender diversas artes, inclusive como se escreve um livro bom de ler.
Numa comparação grosseira, escrever um livro é mais ou menos como preparar um alimento saboroso para matar a fome de paladares exigentes. A diferença é que o produto do livro mata a fome por conhecimentos.
A propósito, o valor da matéria-prima utilizada na produção do alimento saboroso posto na mesa representa no máximo 10% do preço que o exigente consumidor final paga. Os outros 90% equivalem às diversas despesas do restaurante, principalmente o alto salário pago ao talentoso mestre da cozinha.
O valor da matéria-prima utilizada para se escrever o livro, tais como alguma informação extraída da internet, de um curso ou de outra publicação, representa no máximo 10% do preço pago pelo exigente leitor. Os outros 90% equivalem às diversas despesas na produção do livro, principalmente da habilidade do escritor em transformar a matéria-prima num texto altamente “digerível” pelo consumidor final, sobretudo aquele que tem preguiça de ler.
Essa habilidade do escritor, por sua vez, depende de seus conhecimentos de mundo já armazenado no cérebro, do talento em perceber o mundo e a capacidade em transferir essa percepção para o seu próximo, bem como da motivação em fazer essa mesma transferência. Por falar nisso, quanto mais motivado estiver alguém, melhor ele cumpre sua missão nesse mundo.
Por sua vez, uma missão é melhor cumprida quando a saúde está presente no físico e no espírito.
Uma turma de alunos assiste às aulas sobre um curso de 15 horas de duração. Uns têm habilidade em ouvir. Outros, só de ver e a maioria só capta o ensino através do ato de fazer junto com o professor.
Esse modo diverso de perceber algo existe porque cada pessoa tem um diferente padrão de pensamento. Assim, no estado alerta, quem tiver mais facilidade para ouvir (ou falar) e ver, leva vantagem e usa o cinestésico (ato de sentir e fazer) para escrever sobre aquilo que captou em forma de imagens e sons durante as 15 horas de curso.
Por outro lado, no estado alerta, um talentoso cozinheiro tem mais facilidade é para sentir (o sabor e o aroma) e fazer. Assim, ele leva vantagem e usa o cinestésico para fazer algo que ele captou durante uma aprendizagem do tipo “aprender fazendo”.
A propósito, alguns cozinheiros aproveitam parte da matéria-prima já eficientemente elaborada, misturando-a às outras que ele preparou para o consumo final. É semelhante às partes já muito bem elaboradas por outros autores e que um outro escritor aproveita. E, por falar nisso, entre as informações existentes no livro, o autor aproveitou algumas já talentosamente elaboradas, que ele captou, através da audição, enquanto freqüentava as 15 horas de um curso do professor Ivan Maia.


AGROPECUÁRIA ORGÂNICA
EM DOSES HOMEOPÁTICAS
E ROMANTIZADAS, 2007, 128 Pg
(Curso Dorremin)

SAÚDE E FELICIDADE

Quem não é feliz está doente. Uma doença mental. A propósito, nenhum remédio cura doença alguma. O responsável pela saúde é o próprio corpo humano através de seu mecanismo de defesa que, por sua vez, depende do comando de uma mente sadia, que chamo de “alma interna”.
Uma mente insana, típica de gente que vive de modo errado, também pode dar o comando mas o mecanismo de defesa simplesmente não vai obedecer. Exceto se os elétrons deste mecanismo tiverem perdido a memória, quando o ele obedece e age errado. Se a memória desses elétrons ainda estiver intacta, o mecanismo de defesa promove uma homeostase (auto-regulação) num nível inferior.
Daí, usa-se uma terapia holística, a homeopatia por exemplo, para curar a mente. Esta, a partir de então, volta a comandar o resto do corpo de modo correto, sem necessidade de homeostase.
Mas esta cura tem que ser definitiva, ou seja, a pessoa precisa corrigir seu modo errado de viver. Se continuar errando, a mente torna a ficar insana e, de novo, terá que fazer uso da homeopatia para evitar a homeostase.
O modo correto de viver significa pensar, sentir e agir de acordo com as leis da natureza (veja Mãe Terra, nas páginas 15 a 63, no texto, e item 10, no anexo).

VOCÊ NASCEU P’RA MIM

Uma das atitudes adoecedoras da mente é o uso do livre arbítrio para se levar vantagem. As pessoas prometem mas não cumprem. As atitudes tomadas não coincidem com as palavras anteriormente ditas.
A cultura da mentira, já se tornando algo normal, um dos parceiros fala para o outro: - eu te amo!
E o outro, na maior cara de pau, responde: - eu também te amo!
Mas no fundo da alma, cada um dos dois fala silenciosamente para si mesmo: - me engana, que eu gosto!
Os atos não coincidem com as palavras mas pelo menos os presentes oferecidos substituem as atitudes.
E por falar em presente, de modo geral toda pessoa (exceto crianças e idosos de antigamente mas inclusive estes na atualidade) é tratada como um consumidor em potencial. Ou seja, tudo que ela falar e fizer é considerado correto, não podendo ser criticada.
Aliás, na sociedade moderna (que teve início provavelmente há 10.000 anos), o normal é usar as pessoas e ter amor pelos objetos. É claro que não é todo mundo que age assim (veja os filmes “Tess“, “Lua de Fel”, “Clube da Existência”, “A Princesa Prometida” e “Antes do Amanhecer”).
Nessa história toda, quem leva desvantagem entre os consumidores potenciais é a pessoa autêntica: até provar que está falando a verdade leva tempo. Haja paciência!
De repente, Beliato encontra a mulher de sua vida. Vinda de família simples, porém honesta. Gosta de ler, de escrever, ver filmes, ama a natureza e deseja fazer jornalismo. E, por incrível que pareça, seu rosto apresenta traços da filha de três anos, última lembrança que tem dela, já que a partir daí a convivência com Beliato foi destruída.
Quanta esperança em viver um verdadeiro amor, que até hoje lhe foi negado, e de formar uma nova família! Não no molde convencional ou moderno mas no modelo Dorreminholístico, onde ele se sentiria no seu elemento, no meio que lhe convém (ler os livros “Os Elementais”, de Franz Hartmann, e “A Alquimia”, de Serge Hutin ), sem sofrer discriminação por ser minoria!
E até se lembra de seu avô, um cinquentão que, ao ficar viúvo, propôs casamento a 50 mulheres diferentes, 49 dizendo “não” e a última tendo aceito.
Desde que se separou da esposa, há mais de 20 anos, as 49 mulheres que Beliato conheceu representam também uma resposta negativa. Um “não” originado mais por parte dele do que delas. Melhor dizendo, Beliato agiu de tal modo a impedir que elas concordassem. E agora ele deu o seu “sim” e ela também. Finalmente tem condição de formar uma família verdadeiramente feliz.
É claro que não deseja ser o primeiro entre os mais felizes, como na sociedade competitiva moderna. Também não quer ficar sem mulher, se cristificar, exatamente como acontece numa sociedade holística. Em ambos os casos, o difícil não é chegar lá mas permanecer.
Tanto assim que, antes mesmo de tudo se tornar realidade, ele perdeu esse precioso achado. Os “vampiros” humanos invadiram o “elemento”, tal como o fizeram quando Beliato perdeu a Cecília aos 4 e a Rita aos 18 anos, conforme narrativa em “Que Belo Horizonte!”
Mesmo com mais essa perda, ele acha que é importante continuar a busca. Não vale a pena ficar em último lugar para não ser objeto de zombaria ou se tornar mentor espiritual de si mesmo quando todos à sua frente já tiverem morrido.

O OLHO DO DONO OU DO PORCO?

A todos aqueles que perguntam quantos anos tenho, eu respondo: - em vez de dizer minha idade, prefiro falar sobre o que eu estou fazendo para tornar felizes as pessoas e demais seres vivos que vivem ao meu redor. Ao tornar felizes os meus simbiotas, também me sinto muito feliz.
Feliz? Isso mesmo. Primeiramente porque o que sei fazer de melhor em minha vida, e trabalho nisso até de graça, é passar, por escrito, informações úteis às pessoas interessadas em evoluir (ver item 1, em anexo do livro Agropecuária Orgânica...).
Em segundo lugar, porque esta minha felicidade resulta também dos cuidados que tenho com minha saúde física e espiritual.
Se você, caro leitor ou leitora, acredita que minhas informações lhe possam ser úteis, então continue lendo.
Desde quando morava com os avós na fazenda, eu como criança ainda, várias vezes ouvi quando disseram:
- O olho do dono é que engorda o porco!
Assim, acabei aprendendo que não devemos depender dos outros para cuidar de nossa saúde. Nós mesmo poderemos fazê-lo (ver o filme “Tomé”).
Mas preste atenção: eu não falei que cada um deve tratar de sua própria doença! Eu disse que toda pessoa deve cuidar de sua saúde. Em outras palavras, isto quer dizer: PREVENIR. É mais fácil prevenir do que curar!
Daí, cuidar da própria saúde, tanto física quanto espiritual, significa:
. fazer diariamente exercícios físicos e espirituais
. respirar ar puro, beber água de qualidade e dormir bem
. usar alimentos orgânicos, plantas medicinais e homeopatia.
. evitar o acúmulo de substâncias tóxicas no organismo
. envolver-se com atividades criativas, que usem o lado direito do cérebro
. colocar seu talento a serviço da comunidade para fazer as pessoas evoluir
. conviver de modo sadio com o seu próximo e todos os seres vivos, inclusive os “inferiores”.
. eliminar a turbulência mental e ser moderado em tudo para evitar o estresse, tanto físico quanto da mente.
. nos intervalos de sua missão, envolver-se com algo que lhe produza prazer.
Meu desafio é que alguém me indique algum PLANO DE SAÚDE tão eficiente e barato quanto este!
No uso de alimentos orgânicos e plantas medicinais, adquira-os de pessoas confiáveis. Melhor ainda é se tiver condições de produzi-los. Neste caso, use homeopatia para:
. substituir agrotóxicos e adubos químicos
. recuperar os solos quase mortos e
. tratar das doenças dos agricultores, animais, plantas, solo, água e ar.
Você trabalha 4 horas com algo que lhe garanta a sobrevivência (se tiver cesta básica nem precisa deste tipo de trabalho) e o resto do tempo, com duas hortas, sendo uma de legumes e verduras e a outra de plantas medicinais.
Gostaria de dar aulas, falar para muitos alunos e responder as perguntas. Mas não tenho talento para isso. Prefiro passar minhas informações por escrito, com muita transparência, num palavreado simples, ao alcance de qualquer leitor.
Cada aluno que receber estas informações precisa lê-las. Em seguida, vai fazer um esforço, tentando se lembrar de parentes, pessoas amigas ou de seu relacionamento que sirvam de exemplo para ilustrar esta leitura. Quem não gosta de ler, grave o texto e ouça-o (Tom Cruise age assim quando decora o diálogo de seus filmes).
Além de ilustrar, as pessoas amigas podem também ser orientadas por você no sentido de serem felizes ao usar o mesmo aprendizado que os alunos estão usando neste livro. A propósito, apesar de ele ter o título de “Agropecuária Orgânica em Doses Homeopáticas e Romantizadas”, seu texto se refere na verdade ao Curso Dorremim.
E no início do mês seguinte, nós, alunos e professor, reunidos numa sala, debateremos o assunto para tirar as dúvidas e todos aprendem com todos, inclusive eu, que vou evoluindo. O que é que você acha da idéia, caro leitor ou leitora? Se está de acordo, então não pare de ler.
Estas informações são destinadas à Diretoria, aos membros beneméritos do Dorremim e a todos os produtores que se dedicam a uma agropecuária orgânica de subsistência ou em regime familiar. E podem ser utilizadas também pelos produtores de hortaliças orgânicas e plantas medicinais em hortas particulares de fundo de quintal ou hortas comunitárias das pequenas, médias e grandes cidades. Veja item 1 (Eternamente Jovem) em anexo, pg. 85.
A agropecuária orgânica consiste em utilizar um ambiente do tipo rural para produzir os seres vivos que, mais tarde, vão nos alimentar ou servir como medicamento.
O ambiente, ou “elemento”, é formado de solo, condições topográficas do solo, cursos d’água, vegetação rasteira, herbácea e arbórea, os seres vivos (micro e macro) que ali vivem, microclimas, bem como as pessoas que trabalham para nós, os animais que nos fazem companhia, as propriedades vizinhas, seus habitantes e o clima local como ventos, pluviosidade, umidade relativa do ar, temperatura e evapotranspiração.
É preciso considerar este ambiente como uma extensão de nós mesmo, devendo, por isso, ser tratado como um filho querido.
Chamaremos de simbiotas todos os seres vivos que compõem esse ambiente.
Os seres vivos que mais tarde nos servirão de alimento ou de remédios, enquanto estiverem crescendo e convivendo conosco, também deverão ser tratados como se fossem pessoas queridas e de nossa família.
- Isso é antropofagia! - observa uma leitora.
- Antropofagia holística - acrescento eu.
O plantio deve ser direto, sem aradura e nem capinas, usando-se sementes não transgênicas, não híbridas e nem melhoradas, sendo proibido o uso de adubos químicos e de agrotóxicos. Estes podem ser substituídos pela homeopatia, a qualidade das sementes, os tratos culturais adequados e um bom manejo do solo.
No bom manejo incluem-se a incorporação de leguminosas, restos de cultura e até mesmo do esterco de gado, aves, compostagem e o plantio em “curva de nível” se o terreno for inclinado. Inclui também a época de plantio e a escolha adequada do local onde se plantar.
O manejo objetiva principalmente impedir a erosão, manter a flora microbiana, incorporar fertilidade e arejamento ao solo, bem como favorecer a vida dos simbiotas.
Enquanto a planta estiver crescendo, ela não pode ser abafada pelo mato que, entre as fileiras, deve sofrer uma apara (roçadeira de 2 tempos, a gasolina) e, ao redor das plantas, capinado.
Serão 80 horas de aula, dez meses de curso, um dia de 8 horas em cada mês, sempre no primeiro domingo.
Possivelmente um filme ou parte dele será projetado durante a aula. Serve como relaxamento e para ilustrar o assunto abordado no dia.
Referente ao curso de homeopatia, vamos nos basear num livro do professor Casali e outros, nos diversos anais dos seminários sobre homeopatia na agropecuária orgânica, promovidos pelo Departamento de Extensão da UFV, nas aulas de homeopatia dos professores Moreno e Eliete e nos 17 livros de nossa autoria.
Outros livros que servirem de fonte também serão citados através de um número entre parêntesis, o mesmo que aparece na literatura consultada ao final de nosso livro sobre o Curso Dorremim.
É conveniente lembrar que o Departamento de Extensão, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em curso de 100-150 horas, ensina aos agricultores a fazer uso da homeopatia e a realizar experimentações com a mesma em suas propriedades. No fim do treinamento, os resultados são difundidos em seminários, dando oportunidade a todos os produtores orgânicos de repassar e receber ensinamentos de seus colegas (item 10 , anexo, pg. 103).
Acredito que o Dorreminholístico, se conseguir apoio de instituições privadas ou públicas, também possa agir como a UFV. Neste caso, nossa atuação ficaria restrita a um raio de uns 400 km de Ritápolis, MG, abrangendo inclusive os municípios em torno da Estrada Real.
Se já perdeu o encanto pela vida, se seus sonhos estão emparedados no inconsciente, que tal fazê-los renascer através do envolvimento com agropecuária orgânica, sobretudo na produção de peixe e frango caipira, fruta, verdura, legume e planta medicinal?

EGRÉGORA ADOECEDORA? FIQUE FORA!

Um indivíduo bem intencionado e que age de acordo com as leis da natureza vibra sintonizado nas energias evoluídas, estas tendo ressonância com as “oitavas superiores” de uma escala musical. Daí, policie-se constantemente para não vibrar sintonizado nas energias das oitavas inferiores, evitando assim de fazer parte de uma egrégora (pensamentos e sentimentos semelhantes) adoecedora.
Esta egrégora adoecedora é comum nas pessoas desarmonizadas, naquelas que sofrem de doença ocasionada por vírus, bactérias e fungos, bem como nas pessoas desonestas, principalmente aquelas que tanto medo causam à sociedade (Mais detalhes em MÃE TERRA, na primeira parte, pg. 15).
Enquanto um indivíduo cumpre sua missão, se o lado espiritual estiver em evidência, certamente ele estará vibrando pelo menos nas oitavas fundamentais e se sentindo muito feliz. Espiritualmente, está amando.
Mas nos intervalos, ele descansa e aproveita para desfrutar de seu lado físico a fim de sentir prazer, que é diferente de felicidade. Mas todo cuidado é pouco para não prejudicar ninguém e assim acabar entrando em ressonância com as “oitavas inferiores”.
A propósito, uma maneira de pôr em evidência o lado espiritual é ler e praticar as “leis que favorecem a convivência entre simbiotas”, descritas em “Homeopatia Romantizada, Vol. IV”.
Uma pessoa espiritualista, que normalmente vibra num comprimento de onda de uma oitava fundamental, mas que evolui e tende a vibrar nas oitavas superiores, começa a ver oportunidade de sucesso em tudo que imagina e acaba entrando na freqüência das pessoas bem sucedidas.
Mas este sucesso não acontece automaticamente depois que você leu uma única vez as referidas leis de convivência. É preciso lê-las constantemente e pôr em prática os ensinamentos.
E atenção: sucesso não é sinônimo de dinheiro; uma pessoa bem sucedida é aquela que desfruta de:
. saúde, energia e entusiasmo ou encanto pela vida
. bons relacionamentos, liberdade criativa e estabilidade física e emocional
. bem estar, paz de espírito, convivência sadia e o desejo de evoluir
. o desejo de colocar aquilo que há de melhor em si mesmo a serviço de seus simbiotas.
Ninguém alcança sozinho o sucesso. É preciso a participação de outras pessoas, outros simbiotas. Daí, a necessidade de melhorar a convivência, de ser mais tolerante, ter menos arrogância, menos preconceito e deixar de querer levar vantagem em tudo. A propósito, veja os filmes “Caminhando nas Nuvens”, “Tess”, “Ponto de Mutação”, “Fogueira das Vaidades”, “Aprendiz de sonhador”, “A Missão”, “1492, A Conquista do Paraíso”, “Indochina”, “Sorriso de Uma Vida”, “Camille Claudel”, “Cine Majestic” e “A Casa dos Espíritos”.

APRENDA A LIGAR AS PARTES

Quando recomendo a leitura de determinado livro, meu objetivo não é vender mais uma de minhas obras. O que tenho em mente é evitar de repetir na última muito assunto já descrito nas anteriores, o que resultaria num livro muito grosso.
Assim, cada obra, de aproximadamente 130 páginas, custa mais barato e pode ser facilmente levada na bolsa para ser lida em qualquer local.
A propósito, neste livro, as aulas de homeopatia do Curso Dorremim são divididas em três partes: MÃE TERRA, HOMEOPATIA ROMANTIZADA e HOMEOPATIA CIENTÍFICA, os conteúdos podendo ser vistos daqui a pouco.
Em tempo: em determinados trechos do texto, antes de prosseguir na leitura, você é aconselhado a consultar certo item no anexo. Meu objetivo é treiná-lo a entrar em seu lado intuitivo para ligar as partes, ampliando assim sua percepção.
O ideal mesmo é ler o livro uma primeira vez sem interrupção. Mas na segunda leitura use o anexo para ligar as partes. A existência de um anexo objetiva tornar o texto mais enxuto.
Preciso comprar o livro “Os Elementais”, de Franz Hartmann, que só existe no sebo. Quem o possui e quiser vendê-lo, favor me procurar.

VOCÊ SABE IDENTIFICAR SINTOMAS?

O texto romantizado do curso Dorremim serve de base para identificação de sintomas (repertório) dos produtores orgânicos e de seus simbiotas. Serve também para identificar as homeopatias a ser usadas. O que eu quero é tornar a leitura mais agradável do que se estivesse em forma de texto puramente técnico.
A propósito, as críticas construtivas, muito úteis na identificação de sintomas (da mente, energéticos e físicos) são feitas somente aos personagens que têm potencial e sensibilidade para melhorar.
Mais detalhes no item 2, em anexo, pg. 86.

O LADO FÍSICO E O LADO
DIVINO DA MÃE TERRA

O Planeta Terra e todos os seus seres vivos (animados e inanimados), tais como ar (vento ao se mover), água, seres humanos, animais, vegetais, minerais, vermes, ameba, fungos, bactérias, vírus etc, são compostos de matéria (contém moléculas) e de uma divindade, também chamada de energia inteligente ou biocampo.
A Matéria é composta principalmente dos elementos Hidrogênio, Oxigênio, Carbono, Sulphur e Nitrogênio.
Quem dá forma, mantém e comanda cada ser vivo é a energia inteligente.
Em outras palavras, diríamos que todo ser vivo é parte de uma divindade que ganhou uma forma física para cumprir uma missão: a Terra cumpre a missão de permitir vida a todos os seres vivos que nela habitam; e, por sua vez, os seres vivos (exceto uma elevada percentagem dos seres humanos) não deixam nosso planeta adoecer e ainda agem para fazer evoluir a vida aqui na Terra.
A Divindade, biocampo ou campo magnético inclui todo o espaço existente ao redor da Terra numa distância de 400.000 km. Aí se encontra toda a memória de nosso planeta e dos seres que nele vivem ou já viveram, cada um vibrando em ressonância com as oitavas inferiores, fundamentais ou superiores da escala musical.
Fora desse espaço existem as vibrações cósmicas provenientes de outros planetas e outras galáxias. Estas vibrações atravessam o éter (que fica depois dos 400.000 km e que não deixa nosso planeta se chocar com outros corpos celestes. Ver filme Highlander ll) e chegam até a Terra.
A lua, que é um satélite de nosso planeta, do qual dista 150.000 quilômetros, está dentro da divindade ou biocampo da Mãe Terra.
Todo o interior de cada ser vivo possui também um biocampo que se comunica com o respectivo biocampo a seu redor. Estes espaços ao redor se comunicam entre si para compor a alma cósmica total.
Em síntese, tanto a Terra quanto seus seres vivos têm um biocampo interno (comandado pela mente, alma interna ou ego nos seres humanos e pelo elemental nos demais seres vivos animados e inanimados) e um biocampo externo, espírito ou alma cósmica.
Quando abandona o ser vivo, a divindade volta a fazer parte da energia inteligente do Universo. E o ser vivo perde o seu formato, desintegra-se e se incorpora à matéria do Cosmos.
Por enquanto, a Terra ainda vem se mantendo viva apesar das catastróficas ações do homem. Para ser mais honestos, diríamos que grandes extensões físicas de nosso planeta e vários de seus seres vivos se encontram na situação de “morto-vivo”, ou seja, com a energia inteligente “um pouco apagada”, vibrando em ressonância com as oitavas inferiores da escala musical. A propósito, em solos morto-vivos a agropecuária convencional só é possível com tecnologias de ponta.
Quem utiliza uma terra virgem para praticar monocultura é um produtor de solo morto-vivo.
Na linguagem hieróglifa, a palavra amor era representada por uma pá ou escavadeira perfurando a Terra para se plantar uma semente ou muda. A Terra era engravidada durante o plantio.
Quando uma mãe humana se engravida ela precisa ser bem tratada tanto em termos físicos (boa alimentação etc) quanto espirituais (carinho, atenção etc) para gerar filhos sadios que, mais tarde, estarão envolvidos na missão de fazer evoluir o primeiro, o segundo e terceiro setores da sociedade.
Nossa mãe Terra, quando engravidada, gera plantas, cujos frutos, sementes ou grãos, nos servem de alimentos. Essa mãe também precisa ser bem tratada em termos físicos (tratos culturais) e de espírito (o agricultor ou caseiro precisa estar vibrando em sintonia com as “oitavas fundamentais” da alma cósmica) a fim de nos fornecer alimentos vivos, nos permitindo viver realmente a vida. Exemplo: o terreno do Solar Fá-Sol estava protegido pelo capim Braquiara e pelos nutrientes resultantes das chuvas durante muitos anos. A parte onde se formou o pomar foi capinada, nela se adicionando calcáreo e microelementos.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Dá gosto ver, no Solar Fá-Sol, a aparência dos frutos produzidos e os quebra-ventos! Por outro lado, há algo que preocupa: 1) frutos caem e apodrecem, o caseiro e os freqüentadores se esquecendo de recolhê-los e enterrá-los para evitar a proliferação do bicho da fruta; 2) é preciso evitar a capina para não expor o terreno a erosões, com perda da camada fértil, e destruição da flora útil pelos raios solares. Esquecem-se de que o mato é o cabelo do solo. Terra sem mato e destorroada fica sem grumos, diminuindo a retenção da água e a presença de oxigênio. Ana Primavesi, no 4o. Encontro Pedralva de 2006 enfatizou isso.
Em termos espirituais, o caseiro não pode vibrar nas oitavas inferiores. É para evitar que, através da ressonância, a planta vibre também negativamente, atraindo para si pragas e doenças, sobretudo as formigas nas plantinhas novas, que acabam morrendo.
Além do pomar, outra parte da pastagem sofreu aradura, gradagem e capina para formar milharal, plantio de feijão, cana, mandioca e inhame. Esta aradura e gradagem foram feitas para extirpar de vez a Braquiária e descompactar o solo, pisoteado por animais de corte. A partir do segundo plantio ainda foram necessárias mais outra aradura e gradagem. Mas de agora em diante, far-se-à o plantio direto, bastando roçar o mato com roçadeira (de 2 tempos, a óleo diesel e gasolina) entre as filas, capinar ao redor das plantas e incorporar matéria orgânica, recuperando os grumos do solo.
Na área em frente à casa, enfeitada com um lindo gramado, um trecho de forte declive foi várias vezes capinado, a chuva carregando a camada fértil, que se depositou na parte mais baixa.
No trecho lixiviado (ficou careca), é preciso plantar leguminosa (que retira o N do ar e, através das raízes, o deixe disponível no solo) e incorporar massa verde ou seca de vegetais. O solo voltará a ficar nutrido e grumoso.
A produção de cana, milho, mandioca, feijão, alho, frutas, verduras, frangos caipiras e peixes vai permitir aos membros do Solar Fá-Sol de sobreviverem e viverem de verdade.
As sementes (têm memória), de produção própria, não melhoradas e nem transgênicas, precisam ser plantadas por gente sem o hábito de “serrar” os outros ou de fabricar cruzes para alguém carregar.
O combate a pragas e doenças é feito de modo natural. Da mesma maneira que a alma de uma mulher sadia garante o respectivo físico sadio, a alma sadia da Terra garante também a respectiva parte física sadia. E tudo que aí é plantado se desenvolve sadio, sem necessidade de combate a doenças e pragas. As poucas infecções e infestações que ocorrerem serão combatidas pelos predadores naturais, “plantas protetoras”, catação manual, o enterrio de frutos caídos e pelo uso da homeopatia ou de plantas inseticidas.

MAIS EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Tudo que a natureza produz e deixa cair no solo (folhas, cascas, sementes, galhos etc) é considerado normal. Mas todo produto da natureza que passa pela mão humana (matéria-prima industrializada, papel de bala, pau de fósforo, toco de cigarro, embalagens plásticas, de vidro, borrachas, latas, sobra de comida, casca de fruta, bagaço de laranja e de cana) é considerado poluição (visual, olfativa) quando jogado no solo. Música alta também polui a sonoridade natural do ambiente. Sobras de comida ou de carne crua jogadas no terreno atraem ratos, um prato cheio para cobras que, não sendo nada bobas, também se aproximam para participar do banquete.
Frutos podres não poluem. Mas devem ser enterrados para evitar que as larvas se transformem em borboletas, que botarão seus ovos nas frutas maduras, tornando-as bichadas. Uma horta deve conter no mínimo tomatinhos, couve, almeirão, alface, repolho, cenoura, salsa, cebolinha, rabanete e beterraba. Na outra, plantam-se Capim cidreira, Camomila, Espinheira santa, Funcho, Guaco, Maracujá, Melissa, Transagem, Valeriana, Babosa e boldo.

A TRANSMUTAÇÃO

Sulphur, Mercurius e Sal (refere-se ao Arsenicum) não designam os corpos químicos de mesmo nome. São apenas 3 princípios que representam certas qualidades da matéria.
Mercúrio é um metal feminino e volátil. Sulphur (enxofre) é o metal masculino e fixo. E o Sal é neutro, unificador e de equilíbrio.
Estes três metais eram enfatizados pelos alquimistas, que acreditavam na evolução natural dos seres vivos inanimados e animados através da transmutação natural. Por exemplo, o potássio e chumbo transmutavam respectivamente em cálcio e ouro. Na transmutação humana, a pessoa se cristificava, se liberando do carma para se envolver no darma.
Atualmente, a transmutação natural só vai acontecer se o ser humano respeitar as sete leis herméticas (pág. 103), os três princípios (Mercúrio, sendo feminino, é receptivo; Sulphur, o masculino, é projetivo; e o sal é unificador) e os centros endócrinos se apresentarem como espaços puros de ressonância para ouvir a música interpretada pelas minúsculas e grandes partes do universo. A propósito, veja o filme “O som do coração”.
Na falta desse respeito e da ressonância, o homem perde a memória (se não perdê-la, o elétron, que comanda o comportamento celular de todo ser vivo, ao receber 100% da luz divina, tem a devida inteligência para agir corretamente em qualquer situação e se lembrar do mundo que o cerca) e não haverá transmutação natural. Daí, o biocampo ou energia inteligente precisa ser reorganizado com homeopatia, que reinforma o código de ordem, que é o seguinte: Antimonium crudum, Kali carbonicum, Mercurius solubilis, Sulphur, Natrum muriaticum, Aurum metalicum e Amonium muriaticum. E por falar em perda de memória, veja o filme “Alguém Atrás da Porta”.
Nitrogênio (N), Hidrogênio (H), Oxigênio (O), Carbono (C) e Sulphur (S) são 5 elementos que fazem parte da composição química do planeta Terra e de todos seus seres vivos. Através da homeopatia, obtemos estes elementos numa cadeia em que cada um provoca transmutação num ser vivo com o qual é colocado em contato.
COMO SABER SE O SOLO
ESTÁ SEM MEMÓRIA OU NÃO

Tendo ou não o mapa da propriedade e segurando um pêndulo, caminhamos pelo terreno. Em diversos pontos do solo, por exemplo, com textura e cor diferentes, damos uma paradinha e observamos se o pêndulo oscila ou não.
Em cada ponto onde o pêndulo oscilar no sentido horário, anotamos no mapa ou num papel um sinal positivo (+). Quando oscila no sentido inverso, o sinal anotado é o negativo (-).
Os pontos negativos podem ser energizados com o próprio pêndulo, que é girado no sentido horário mediante esforço manual, ou com homeopatias da terra retirada desses pontos.
O radiestesista precisa estar harmonizado. Se estiver em desarmonia, o solo também vibrará em desarmonia. Daí, o pêndulo vai acusar pontos negativos em todo o terreno.

AMOR AO PRÓXIMO

Um ser vivo é parte de nós mesmos, de nossa energia. Segundo a Física Quântica, tudo está entrelaçado com tudo em termos energéticos.
E por falar nisso, Jesus Cristo sempre pedia:
- Ame o teu próximo como a ti mesmo!
“Próximo” é uma palavra que significa:
. todo ser vivo existente no universo durante o Período Carbônico, quando tudo era eterno. Todos vibravam em ressonância com as “oitavas superiores” de uma escala musical.
. mas hoje, com o mundo tão doente em termos energéticos, nosso próximo é todo aquele que, ao estar no seu “elemento”, também está no nosso, todos se sentindo em casa.
Daí, se amarmos o nosso próximo e tivermos compaixão pelos demais seres vivos, estaremos seguindo os ensinamentos de Cristo.
A propósito, qualquer tentativa de convivência entre os “não próximos” será conflitante. A não ser que, ao usarem o princípio da proporcionalidade sugerido por Waldemar De Gregori, todos sejam bons atores. Neste sentido, o uso da homeopatia favorece. Veja item 2, pg 86 do livro Agropecuária...
Em termos de atuação, não se mudam as regras do jogo depois que este teve início. Quando não sentir firmeza, reze o Pai Nosso em aramaico, uma oração dos tempos de Cristo.

UMA VISÃO

A terceira cirurgia no meu céu da boca ocorreu na sexta-feira, dia 10/2/06, eu evitando de pedir alguém para me fazer companhia à noite. Daí, num gesto de generosidade, Dr. Calisto me deu um comprimido calmante, o que me fez permanecer dormindo na cadeira do dentista, de três da tarde até sete e meia da noite.
Fui para casa, dormi tranqüilo, nada de anormal me acontecendo. No entanto, preciso tomar uma homeopatia à base desse calmante e das anestesias.
E na madrugada de 12 de fevereiro de 2006, domingo, durante um intervalo de pensamento, enquanto aguardava o sono me envolver, vi um anjo, quase do meu tamanho, sobrevoando como um beija-flor, na entrada da garagem de minha casa, na Rua Sorrento. Estaria de plantão, me protegendo?
Certamente ele me fez companhia desde sexta-feira, dia 10, me dando aquele apoio que certamente eu teria se tivesse implorado a alguém.


QUAL É A SUA REALIDADE?, 2008, 72 p

Você não precisa se sujeitar a essa realidade cruel, produzida por pessoas que vivem de modo irresponsável, cujos erros resultam nesse caos crescente.
Pessoas que não assumem papel algum na sociedade, não assumem seus erros e ainda, de quebra, passam a maior parte do tempo reclamando.

A REALIDADE CRUEL E O DESTINO DE CADA UM

Cenira, 40 anos, foi visitar Morgana um pouco antes do almoço. E aproveitou o momento para filar o boião. Sentou-se à mesa com ela, as filhas Guinevere e Angelina, o pai, Santoro e um amigo da família, o Arthur.
Enquanto comia, Cenira, de semblante carregado, puxava uma conversa inoportuna:
- A realidade é esta e não podemos fugir dela! Fazer o quê, né?
E continuou falando sobre seqüestro, assalto, morte e pessoas drogadas. E os demais fizeram coro com ela, exceto o Arthur, que continuou na sua, prestando o máximo possível de atenção no sabor da comida e na quantidade de vezes que mastigava cada garfada.
Por aí, o leitor já pôde perceber pelo menos dois tipos de realidade: aquela das três mulheres e do casal, bem como a do Arthur.
No primeiro tipo, os personagens não se comunicavam com aquilo que acontecia a seu redor. Ou seja, em vez de prestar atenção no sabor e visual do alimento, no tamanho da garfada e sentir seus dentes mastigando, eles focavam seu sentimento num tipo de realidade cruel.
Melhor dizendo, comunicavam-se com o passado (fatos acontecidos) e com o futuro (medo de isso acontecer também com eles).
Esse almoço foi um dos muitos momentos na vida desses 6 personagens. Todos desfrutavam de um mesmo benefício e em igualdade de condições. No entanto, o único a se sentir feliz era o Arthur.
Durante uma infinidade de momentos diferentes, Arthur se comunicou com aquilo que acontecia a seu redor. Ou seja, em cada momento vivido fazia uso de seus 5 sentidos como se fosse uma câmera filmando. Tão sofisticada que, além de registrar imagens e sons, registrava também o cheiro, o paladar e o toque.
E agora um parênteses: por falar em cheiro, ainda bem que nenhum dos 5 personagens usava perfume forte, seja em forma de creme, sabonete, desodorante ou xampu. Se usasse, Arthur estaria bem longe dali para não sentir dor de cabeça. Fechado o parênteses, voltemos à filmagem dos 5 sentidos.
Esse registro foi enriquecendo cada vez mais o seu cérebro. Arthur era tão rico de espírito que as pessoas cheias de vida gostavam de conversar com ele e dar boas gargalhadas.
Mas ele não viveu seus momentos somente à base de realidades. Viveu-os também sob forma de leituras, filmes vistos (com lições de vida), músicas ouvidas e prestando atenção na conversa de pessoas com conhecimento de mundo. Além disso, não deixou de assistir a palestras ou fazer cursos e exercer atividades que contribuam para desenvolver o lado direito do cérebro.
Se congelássemos um momento na vida de Arthur, poderíamos transformá-lo num quadro para pendurar na parede a fim de servir como lembrança para a família, seus amigos e futuros descendentes.
- Qual momento seria escolhido? - pergunta uma leitora.
- Pode escolher qualquer um; todos eles foram de felicidade e riqueza espiritual, apenas momentos diferentes, nada de rotina! - responde quem escreve.
Que diferença entre a realidade rica de Arthur e a realidade pobre dos outros 5 personagens! Por falar nisso, veja mais detalhes no item 01, pg. 42.
- Há alguma chance de melhorar a realidade desses cinco? - pergunta um leitor.
- Há sim, desde que eles se abram para uma nova leitura da realidade. O que eles estão lendo é a realidade fornecida pelos materialistas - responde quem escreve.

HOMEOPATIA DE VOCê MESMO

Ter medo é como morrer diariamente em doses homeopáticas. Agora que leu este livro e se conscientizou sobre uma nova maneira de construir sua realidade e a dos demais seres que vivem a seu redor (os simbiotas, entre eles os seres humanos), você não pode mais agredir sua consciência.
Sob pena de morrer com remorso e retornar na Outra Dimensão na pele de seres vivos inferiores e que vivem numa egrégora caótica.
Se tem dificuldade em obedecer à sua consciência, use uma homeopatia de você mesmo. Ou seja, a homeopatia de sua urina.
A propósito, não tenha um conceito negativo da urina antes de ler a respeito desse precioso líquido salvador. Conceito antecipado, sem antes conhecer, significa preconceito, um crime inafiançável!
O líquido amniótico, aquele que enche a placenta, banhando e alimentando o feto, tem a mesma composição da urina. Antes de nascer, você se alimentou dele, não é mesmo?
A saliva, que você engole o tempo todo, você tem nojo quando a vê no chão. Falei mentira?
A urina é um produto do sangue e contém todas as substâncias deste. E antes de ir para a bexiga, é filtrada duas vezes: pelo fígado e pelos rins.
Basicamente a urina é 95% de água e 5% de diversas substâncias, as principais sendo: vitaminas, minerais, aminoácidos, enzimas, hormônios, anticorpos, anticancerígenas, anti-radicais livres, cicatrizantes, anestésicas, antiviróticas, antiestresses, antialérgicas, rejuvenescedoras, soníferas e substâncias que fazem baixar a pressão.
A urina não é a excreção de toxinas pois estas são eliminadas pelo fígado através do intestino grosso.
A urina não tem nada a ver com as fezes. Um alimento qualquer sofre sua primeira digestão na boca, continua no estômago e depois nos intestino. A parte digerida do alimento entra na corrente sanguínea e as sobras, que chamamos de fezes, saem pelo ânus. E alguém já viu urina sair pelo ânus? Só nas aves, não é mesmo?
Em outras palavras, a trajetória do alimento desde a boca até sair pelo ânus, em forma de fezes, foi externa em termos de órgãos digestivos, de eliminação e de corrente circulatória. Só penetrou no sangue a parte assimilada.
E agora retornemos à questão da homeopatia. Conforme já disse, a homeopatia de você, que contém seus humores, seus sucos nutritivos e suas energias desobedientes, é a homeopatia de sua urina.
Então, comece com CH6, 3 vezes ao dia, 5 gotas de cada vez, pingadas na língua até terminar o vidro de 30 ml.
Quando terminar, se perceber que espiritualmente melhorou, passe para CH30 e ao final desse segundo vidro use CH100......até chegar a CH1000.
Mas é preciso o acompanhamento por parte de um terapeuta homeopático para orientá-lo melhor, sobretudo quando surgirem as exonerações ou sintomas de cura.
As pessoas que não têm preconceito preferem, em vez de homeopatia, beber diariamente sua própria urina. Um copo quando acorda de madrugada e outro logo ao se levantar, de manhã cedo.
No começo, ela é muito amarga devido ao excesso de gordura, proteína ou açúcar na alimentação. Se não houver este excesso e a pessoa ingerir uns 2 litros de água diariamente, comer feijão, macarrão, galinha caipira ou peixe (não criados com ração), frutas e verduras, a urina fica com sabor de sopa de legumes.
A partir de então, pelo gosto da urina você fica sabendo se sua alimentação está correta ou errada. E à medida que os meses forem passando, você se torna cada vez mais harmonizado. Sinceramente e sem medo de errar, posso dizer que este é um dos melhores planos de saúde que existem.
A propósito, conheço pessoas que tomam diariamente sua própria urina já faz uns 10 anos. E nesse período, nunca pegaram uma gripe ou resfriado, não precisaram de ir ao médico e nem pagam plano algum de saúde.
E o que é melhor: sua percepção de mundo aumenta constantemente.

SENTIMENTOS DE AMOR
OU DE REMORSO?

Ao fazer suas escolhas diárias e tomar uma atitude, lembre-se sempre de que um dia você estará “partindo”. E por falar nisso, às véspera dessa “viagem” você gostaria de estar inebriado de sentimentos de amor ou de remorso?
Nesse momento, você se pergunta:
- Amei bem? Obedeci à voz de minha consciência ou apenas usei do livre arbítrio para satisfazer meus prazeres físicos?
Em todas as atitudes cotidianas lembre-se de que você é parte de Deus que ganhou uma forma física para cumprir uma missão aqui na Terra. Uma missão com base em seu talento único. E apenas nos intervalos dessa missão você aproveita para satisfazer alguma necessidade física, útil apenas a você e desde que não prejudique a seu simbiota.


ADMIRÁVEL CIDADE RURAL, 1991, 116 Pg

MINI-DEUSES DIANTE DO ESPELHO

Lula perdeu as eleições e Brasília amanheceu de ressaca.
Retomada dos apartamentos funcionais, despejo de aposentados e demissões em massa.
Uma infinidade de pessoas com seu projeto de subsistência garantido se davam ao luxo de se envolver com seu projeto alternativo de vida, se sentindo verdadeiros mini-deuses diante do espelho. De repente, foram postos no olho da rua e viraram mini-deuses nocauteados.

O ANÚNCIO NO JORNAL

Eu, o André, também atingido pelo Plano Collor, mas nem tanto, precisava fazer algo. Afinal, mais de 1.000 pessoas amigas, que conheci nesses 10 anos de cerrado urbano, estavam em pânico. O astral em Brasília ficou baixíssimo. E o melhor que eu deveria fazer era viajar. Enriquecer o espírito e buscar alguma idéia de como ajudar a esses 1.000 amigos. Mas antes de partir, coloquei o seguinte anúncio no Jornal de Brasília:
“FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DEMITIDOS, APOSENTADOS OU NO PURGATÓRIO DEVEM PROCURAR O ANDRÉ PARA FUNDAR E MORAR NUMA CIDADE RURAL, 100% DEMOCRÁTICA. HAVERÁ EMPREGO PARA TODOS E CADA UM TRABALHARÁ NAQUILO QUE QUISER. UMA CIDADE SEM PREFEITO, SEM POLÍCIA, SEM PRISÃO E ONDE A JUSTIÇA SERÁ PRIVATIZADA. SEM VÍNCULO COM QUALQUER IDEOLOGIA OU RELIGIÃO E PERTINHO DE BRASÍLIA. TEL.275-4585.”
Durante a viagem, na ida, imaginei uma reunião com meus amigos ameaçados. Uma reunião informal, regada a cerveja. Marcamos para Sobradinho num buteco coberto de sapé e sem paredes. Numa tarde de sol preguiçoso, sábado, 24 de março de 1990. Uma reunião para debater os seguintes tópicos:
Uma casa de campo? E os Problemas? Não seria melhor uma comunidade rural? Mas nenhuma deu certo... por quê? E agora, o Governo Apoiando?
- Não suporto mais morar na cidade. A turma da energia deixou a gente 12 horas sem luz. Cê aguenta isso? - falou Monteiro, dando início à reunião.
- Vejam vocês: socióloga, posgraduação em Paris e fui despedida do Ministério da Justiça, com 9 anos de serviços prestados. Nove anos! - exclama Letícia.
- As demissões estão ocorrendo também na iniciativa privada. Eu e muitos amigos fomos despedidos. E com mais de 5 anos de serviço! - acrescenta Tadeu.
- E agora, o que pretendem fazer? - perguntei.
- Vou trabalhar no meio rural, levar meus 2 filhos menores e fazer minha casa no campo – garante Letícia.
- Estou pensando em fazer o mesmo – acrescenta Monteiro.
- É muito problema ficar isolado no campo. Quando a gente precisa de remédio, numa situação de emergência e à noite, viajamos a cavalo, da fazenda ao povoado mais próximo – garanto eu - Se há tempestade, o animal tem que fazer até coreografia pra não ser atingido pelos raios.
- Por que cavalo e não carro? - pergunta Monteiro.
- A estratégia é usar recursos locais, meus queridos. Carro depende de petróleo e veja aí a ameaça do Iraque! - lembra Francisco.
Lídia, intervindo, disse que se a tempestade dá medo, a chuva faz ficar triste. Quando chove, aquela goteira caindo na palha faz um toque-toque tão pausado! Debaixo do telhado, próximo à janela do quarto, a galinha, de gogo, emite um resmungado rouco. A sonoridade compassada, característica da ave triste e sem proteção, é transmitido a quem está dentro de casa. De idéia fixa mais na tempestade do que na chuva, a mãe fica mais preocupada é com o raio que, se não pegar o filho, no cavalo alazão a caminho da farmácia, certamente cairá no telhado do quarto, onde ela não consegue dormir.
- Não há escolas – lembra Elias - Chega a época de se estudar, os filhos se mandam pra cidade. Como fica caro! E olhe que antes, já foi uma barra pra gente se casar. Não há mulheres bonitas...
- É o tempo todo uma trabalheira enorme – complementa Francisco - A vida inteira sem dinheiro. Algum que sobra é investido na propriedade. Quando a gente morre, a viúva vende a terra, se muda pra cidade e amiga com um "gato" desempregado. Ele compra uma motoca com o dinheiro dela e vai fazer poluição sonora 24 horas por dia! Não há ouvido que aguente!
- Bom, pelo jeito, o negócio é continuar penando na cidade! - observa Tadeu, em seguida emitindo um olhar esticadão.
- E esperar que depois da morte sejamos recompensados no Paraíso? - pergunta Valéria.
- Acho que não é por aí – respondo eu, trocando olhares com os demais do grupo - E se a gente formasse uma comunidade rural?
- Uma comunidade hippie? - pergunta Monteiro.
- Nada disso. No início, apenas um assentamento simples.
- Mas os programas do Governo sobre colonização e assentamento não deram certo. O pessoal assentado ficava lá uns tempos, vendia a terra e depois voltava pra cidade grande – informa Cristiano.
- Essa colonização foi uma simples distribuição de terras fracas. Além do mais, sem estradas, armazéns, assistência técnica e creditícia – interfiro eu.
Depois de trocar olhares reflexivos com o grupo, complemento:
- O que podemos fazer é construir uma CIDADE RURAL, livre da interferência do Governo. Tenho aqui uns exemplares da “segunda edição” do PROJETO TÉCNICO sobre a ADMIRÁVEL CIDADE RURAL, bolado por mim.
E passo um exemplar para cada colega, eles começando a folhear no índice.
- Olhe, todas as tentativas de construção de comunidades rurais independentes no Brasil não deram certo. A começar pela Colônia Cecília e depois por Canudos – garante Cecília, em seguida trocando olhares com os colegas - Forças do Governo não permitiram que ambas prosseguissem.
Depois de encarar demoradamente os colegas, aguardando uma interferência de alguém, Cecília continua:
- No caso das Comunidades Hippies, elas também não deram certo.
- É, mas a Cidade Eclética e o Vale do Amanhecer estão indo... – lembra Francisco.
- Sem grandes possibilidades de difusão pelo Brasil afora. Estão vinculados a uma religião. E o que nós queremos é democracia plena. Não que eu seja contra religiões. Pelo contrário – argumento eu.
- E as comunidades hippies, por que não deram certo? - pergunta Lídia.
- Porque se tratava de um modismo e a moda passa. Além do mais, não tinham organização econômico-social. Apenas curtição de curto prazo.
- E sua CICADE RURAL não seria também uma curtição passageira? Simplesmente uma fantasia para compensar essa conjuntura desfavorável? - insiste Tadeu.
- Absolutamente. O mundo inteiro está caminhando para isso no Terceiro Milênio. Olha aí o capitalismo invadindo os países comunistas. E o capitalismo não resolve o problema do desemprego se o investimento não se concentrar no meio rural.
- Capitalismo selvagem no Terceiro Milênio?
- Capitalismo humanista, como nos países mais evoluídos do mundo. Ou seja, tanto no Comunismo quanto no Capitalismo há boas e más políticas sócio-econômicas. O mundo todo deseja adotar somente as boas políticas de ambos os regimes.
- E a Colônia Cecília, por que não vingou? - pergunta Elias, também se dirigindo a mim.
- Era muito anarquista.
- Pela folheada que andei dando no exemplar que me deu, me parece que sua CIDADE RURAL é também anarquista, não?
- Pode até ser. Mas é um anarquismo conservador, organizado, com proveito para todos os seus habitantes.
- Mas a cidade de Antônio Conselheiro também era de um anarquismo com proveito para seus habitantes.Tinha tudo pra dar certo e no entanto foi arrasada pelo Governo – garante Letícia.
- O problema foi a fuga de mão de obra barata dos grandes proprietários em direção a Canudos, a cidade de Antônio Conselheiro.
- E o problema pode se repetir agora, não? - pergunta Tadeu.
- Não, por dois motivos: primeiro, porque os grandes proprietários estão altamente mecanizados, sem muita necessidade de mão de obra como naquela época. E depois, porque a Economia como um todo está deprimida. Nas grandes cidades, há desemprego em massa, falta de moradias, assaltos, seqüestro. CIDADES RURAIS seriam um alívio para o meio urbano.
- Por que CIDADES RURAIS se já existem as pequenas cidades do interior? - questiona Monteiro.
- Primeiro, porque precisamos de renovação, mudanças. E isto será muito mais fácil numa cidade que está começando e tem caráter particular. As antigas cidades são como Empresas Públicas.
- Baixa produtividade e deficitárias, as pessoas consumindo mais do que produzindo. É uma das causas da inflação – acrescenta Cristiano.
- Sem falar na corrupção política e econômica – lembra Lídia.
- Conforme informações do INCRA, o Governo vai parar de investir nas grandes cidades durante 10 anos. E nesse período, vai concentrar o investimento no campo – lembra Cristiano.
- Por que essa política? - pergunta Monteiro.
- Dizem que onde se joga o milho, as galinhas vão atrás. Dinheiro atrai gente e traz de volta para o meio rural a população desempregada das grandes cidades.
- Investir durante 10 anos... que tipo de investimento? - pergunta Letícia.
- Olhe, no Sul do país, existe um grande número de arrendatários e parceiros, se caracterizando como minifúndios antieconômicos.
Letícia e os colegas se entreolham, pensativos e eu continuo:
- Se como arrendatários e parceiros já ganham um dinheirinho, como proprietários, e numa área maior, ganharão muito mais.
- Uma reforma agrária? - insiste Letícia.
- Exato. O Governo vai remembrar esses minifúndios antieconômicos e dar posse aos parceiros e arrendatários.
- E os parceiros e arrendatários que sobrarem, em função do remembramento?
- Vão receber novas áreas no resto do país.
- Depois de recebida a terra, eles a vendem e voltam pra cidade... – insinua ela.
- Nada disso. O Governo dará apenas a concessão de uso. E o INCRA administrará os recursos fundiários.
- Mas e o financiamento e assistência técnica?
- O Governo será meio coordenador e facilitador dos recursos econômicos. As cooperativas é que fornecerão assistência técnica e repassarão os financiamentos – complementa Cristiano.
- O Governo estará preocupado apenas com o resultado da produção agrícola – garanto eu.
- Mas e a valorização humana?
- Ainda conforme o INCRA, o Governo quer que a mão-de-obra tenha o mesmo valor que o capital. Está preocupado também com a qualidade de vida. Mas o modo de se organizarem em comunidades deverá ficar a cargo das cooperativas ou sociedades anônimas.
- Para esse novo estilo de economia rural haverá dinheiro de outros países? - pergunta Francisco.
- Sim, principalmente se o projeto comunidade-agricultura levar em conta a ecologia - todos se entreolham - Há promessas do Canadá, Itália, Japão e Estados Unidos. Mas o dinheiro só virá após a renegociação da dívida externa do país com os banqueiros internacionais.
- Você falou que as cooperativas é que repassarão os financiamentos do Governo, além de liderararem a formação de comunidades... as cooperativas não são flor que se cheire! - lembra Tadeu.
- Os princípios cooperativos são bons. Alguns dirigentes é que disvirtuam - olho reflexivamente para os colegas - Mais um motivo para que nós e outras pessoas no resto do país nos mobilizemos para formar uma infinidade de ADMIRÁVEIS CIDADES RURAIS pelo Brasil afora.
Letícia e Monteiro têm o brilho nos olhos, enquanto os outros, exceto eu, o André, parecem meio céticos. Letícia aproveita o silêncio geral para dar mais uma folheada no seu exemplar, enquanto eu e Pedro bebemos o último gole de cerveja.
- Uma saideira? - propõe Tadeu, alguns meneando a cabeça em sinal de sim - Garçom, a saideira!
O garçom, chinelo de dedo, camisa de malha e bermuda, traz a cerveja e a conta até a mesa, espécie de prancha de madeira sobre dois tocos de lenha. E o pessoal termina a última garrafa, começando a se levantar para ir embora.
- Ô gente, cada um lê seu exemplar e daqui a 15 dias faremos outra reunião juntamente com os demais interessados.
- Demais interessados? Quem são? - me pergunta Monteiro.
- Deixe comigo - olhar vitorioso - Acompanhe os jornais e noticiáraios de TV.
- Será que a Imprensa vai se interessar pela nossa proposta? - pergunta Tadeu, meio incrédulo.
- Se a Imprensa realmente tiver interesse, vai noticiar e me fazer entrevistas. Isso atrairá a atenção de muita gente e já estou até com medo da balbúrdia nas reuniões de verdade...
Era domingo, 25 de março de 1990, a reunião imaginária havia terminado e meu ônibus chegou a BH no começo da noite.
Minha expectativa era de voltar logo para atender os telefonemas. Regressando a Brasília dia 30, me deparei com pessoas também enfrentando problemas de moradia e ameaçadas de desemprego. Sem encontrar uma saída.
Outros possuíam moradia e estavam empregadas mas sentiam dificuldade de uma vida a dois. Alguns sofriam com a dor da solidão por morarem sozinhos.
Conversei com pessoas que não sentiam dificuldade de uma vida a dois e nem solidão por morarem sozinhas. Mas o cotidiano era sem sal: não havia envolvimento afetivo no lar e muito menos uma motivação profissional no trabalho.
A maioria não estava satisfeita com os políticos e ainda era tomada pela apreensão quanto à segurança própria e ao futuro de seus filhos.
- Ah, aqueles meus sonhos na juventude! Faz tanto tempo que eu não sonho... - me confidenciou um velho amigo, que eu não via há muitos anos.
Chegando a Brasília sexta-feira pela manhã, ao conferir no jornal de Brasília, vi que o anúncio continuava saindo, eu não pagando nada por ser assinante.
(copiar aqui uma foto, eu sendo entrevistado por luciane bacelar e uma outra na entrevista com ...)


EM DÓ-RÉ-MI FAZ SOL, 1998, 108 Pg

PRIVILEGIADOS E EXCLUÍDOS

O carro da NASA percorre uma região de Marte e vai fotografando o terreno por onde passa, as fotografias imediatamente chegando ao nosso mundo para ser analisadas. Os cientistas acreditam na existência de vida em outro planeta.
- Pra que gastar tanto dinheiro e tecnologia só pra saber se há vida fora da Terra? - pergunta André – Não seria mais importante preservar as que já existem por aqui, sobretudo a vida humana?
- Sei lá, de repente um terrorista liga “uma daquelas chaves” e aí todas as ogivas nucleares começam a ser lançadas e a guerra atômica acaba com o mundo – responde Mário.
- O mais provável é que algum grande meteorito se choque com nosso planeta...
O mundo já está se acabando para os idosos que, parando de trabalhar, perdem poder aquisitivo, saúde, família, respeito e o direito de viver com dignidade o tempo que lhes resta ainda de vida.
E se não chegou ao fim para uma parcela cada vez maior de jovens e adultos é porque preferem se envolver com drogas e entorpecentes para se sentirem “leves”.
O que importa é usufruir também do prazer hoje, com relação ao futuro eles viajando de costas, não tendo compromisso nem mesmo com o dia seguinte.
- Amanhã poderemos estar mortos – pensam eles.
Por quê essa sensação de fim do mundo? Seria devido à falta generalizada de postos de trabalho em todos os cantos do Planeta, inclusive no Brasil? Em nosso país, pelo menos 1 milhão e meio de novas pessoas atingem anualmente a idade de encontrar seu primeiro emprego. Mas a grande maioria não encontra.
- É uma barra, hein? - observa André - Pelo que estou lendo aqui no jornal, dos 5,2 bilhões de habitantes existentes na Terra, 2 passam fome, 2 estão na “corda bamba” e 1 está em situação “razoável”. Os restantes 200 milhões possuem 80% de toda a riqueza produzida. São os privilegiados .
Os novos progressos feitos em ciência, tecnologia e informação foram utilizados por um número muito pequeno de empresas, instituições e países.
Numa economia globalizada, essas empresas, instituições e países é que podem competir e continuar como privilegiados. E ao reduzir custos com o uso de novas tecnologias vão eliminar mais postos de trabalho.
A situação nunca foi tão difícil para os jovens bem intencionados e que ainda acreditam ocupar um lugar ao sol. “O que fazer, para onde ir e como será meu futuro?” são as perguntas mais frequentes que eles fazem ao psicanalista.
Estando apenas angustiados e à procura de uma luzinha no fim do túnel, esses jovens por enquanto ainda não se somaram aos consumidores de drogas e entorpecentes. Eu disse “por enquanto”. Mas quando a luzinha no fim do túnel não aparecer de forma nenhuma, certamente esses jovens angustiados irão se somar a aqueles que a Sociedade taxa de marginais.
E enquanto os privilegiados – 4% do total de habitantes – vão continuar aumentando sua renda, os demais, ao contrário, devem ficar cada vez mais pobres. A consequência será o aumento das epidemias, doenças imaginárias, da criminalidade e da neurose generalizada. E o padrão de vida, que em termos materiais e de espírito já é precário, ficará insuportável para os 96% “restantes” da população.
- Mesmo que o mundo não se acabe, os privilegiados não sentiriam certo desconforto ao conviver com os 96% atacados de todos esses males? - pergunta André.
- Certamente não. Eles vão se mudar prum outro planeta, de onde continuarão movimentando seus lucrativos negócios na Terra.
- Se a falta de fé no futuro se generalizar, os 6 bilhões que permanecerem na Terra vão se tornar marginais, a massa trabalhadora sequestrando todo o lucro dos privilegiados. Como é que vocês pretendem evitar isso?
- Apoiando o lado espiritual da massa. As diversas formas de religião vão continuar pregando o amor ao trabalho e à família.
- Eu compreendo – intervém André - Se os trabalhadores permanecerem honestos e souberem viver bem do pouco, Deus haverá de recompensá-los após a morte.
- Desde pequeno que ouço falar da recompensa divina – pensa um leitor – Já cheguei a acreditar nisso mas agora...
- Não quero diminuir minhas crenças e nem aumentar meus medos – retruca outro leitor, aborrecido e disposto a parar de ler.
Este livro foi escrito para dar alento e não para produzir pavor. Espero que, ao LÊ-LO TODO, você perca a maioria dos medos que já tem, se torne mais LÚCIDO e em condições de também atuar em favor dos excluídos. Lutando por estes, estará “limpando a área”, além de preparar um ambiente mais agradável para você mesmo viver.

SE DEUS EXISTE, QUE FORMA TEM ELE?

Se ninguém lutar pelos excluídos, a situação na Terra ficará tão caótica que um dia até a própria massa vai se perguntar:
- “Será que Deus existe? Se existe, que forma tem ele?”
- Até que eu evolua mais, minha opinião atual é a seguinte: Deus existe sob forma de energia - responde Mário - Evidentemente que se trata da energia positiva.
- Neste caso o Diabo existe também e ele é a própria energia negativa, não? - questiona André.
- Isso mesmo. Essas duas energias estão impregnadas de informações e vêm passando de pais pra filhos desde o começo do planeta Terra.
- Informações?
- Exato. A molécula de DNA tem essas mesmas informações...
- Daí, cada uma dessas moléculas representa uma minúscula parte de Deus?
- Sem dúvida. A propósito, cada ser vivo do Universo está impregnado de um pedaço de Deus e um pedaço do Diabo.
- Cobra, barata e ratos devem ter mais quantidade do Diabo do que de Deus, não?
- Enquanto estiver cumprindo a missão de fazer o mundo evoluir para melhor, qualquer ser vivo estará mais impregnado de Deus do que de Diabo.
No começo de nosso planeta, uma quantidade de energia cósmica se transformou em ser vivo e uma outra continuou circulando no espaço. Tanto a energia transformada quanto aquela que continuou circulando estavam impregnadas de informações primitivas.
Os seres vivos foram evoluindo, morrendo e liberando energia cada vez mais evoluída para esse espaço cósmico. Energia positiva e energia negativa.
- O Homem de Neanderthal foi extinto mas deixou no espaço cósmico a sua energia... – lembra Mário.
A positiva ou energia de Deus, impregnada de um número cada vez maior de informações úteis, continuou sendo captada e emitida pelas pessoas cuja missão foi fazer o mundo continuar evoluindo para melhor.
O problema é que cresceu cada vez mais o número de pessoas que captaram e emitiram a energia do diabo, a energia responsável pelo caos em que se encontra o planeta. E o holocausto pode acabar acontecendo se providências urgentes não forem tomadas.
- A ciência, tecnologia e informação já tomaram providências - lembra Mário - E em breve já estaremos nos mudando pra Marte.
- Mas esta providência só vai atender os 200 milhões de privilegiados! - adverte André.

QUEM VAI LUTAR PELOS EXCLUÍDOS?

Quem deve atender os 5 bilhões de excluídos são eles mesmos. Mas isso será impossível enquanto a massa estiver engajada com as religiões.
- O problema pode ser resolvido pelos que adotam a religiosidade – lembra um leitor.
Religião e religiosidade. Qual a diferença?
Religião é um conjunto de crenças em uma divindade, seguidas de regras e ritos a ser compartilhados pelas pessoas.
Religiosidade é o respeito ao outro, é a consideração aos desejos do outro. Enfim, é uma postura benevolente, humana e solidária.
- Referente à existência de Deus, ainda estou meio confuso – insiste André - De dia, sou ateu mas todas as noites, antes de dormir, rezo um padre nosso e 4 avemarias, sendo uma por intenção das almas de meu avô, meu pai, minha mãe e minha irmã.
- Já sei: racionalmente você é ateu. Mas seu lado cultural, primitivo e cheio de emocão é religioso – interfere Mário.
- A emoção é uma energia de Deus...
- Dependendo da emoção, é também uma energia do Diabo.
- Minha religião diz o seguinte: se eu cumprir muito bem minha missão neste mundo, quando eu morrer eu não tomo bomba e não volto mais à Terra. Vou continuar evoluindo na Outra Dimensão até me tornar um colega de Deus – relata André.
O religioso e o ateu, que caminham pela colina enquanto dialogam, param e observam uma vaca terminando de comer uma moita de capim tenro.
- Aborrecido e ainda dentro da goela da vaca, este capim deve ter pensado: “caramba, sô, fui comido antes mesmo de cumprir minha missão aqui na Terra!” – fala André.
- A vaca, depois de engolir o capim, também deve ter pensado: “faz mal, não, bobo. Você terá chance de renascer sob outra forma de energia!” – retruca Mário.
Recomeçando a caminhar, ambos continuam dialogando sobre religiosidade, André o primeiro falar:
- O trabalho é uma forma concreta de oração, de estar próximo de Deus. Quando penso nesse desemprego crescente, as pessoas encurraladas pelo Diabo...
- É preciso fazer algo! - lembra Mário, preocupado com o sequestro de seus lucros.
Todas as pessoas têm na carga genética informações que a obrigam a cumprir determinada missão aqui na Terra. A desobediência leva à infelicidade, esta podendo ser mascarada pelo prazer crescente de consumir.
O desobediente passa a vida inteira consumindo. Mas quando pensa na morte, a infelicidade é desmascarada, vindo à tona, se transformando em pavor.
FELICIDADE é um tipo de energia emanada de Deus, saída do ato de ESTAR TRABALHANDO em algo que contribua para MELHORAR a vida de TODO ser vivo. Trabalhando em qualquer tarefa, por mais simples que ela seja.
Ao ensinar a humanidade a ser feliz, Jesus foi crucificado e morreu. Ao ressuscitar, voltou ao Cosmo em forma de ENERGIA EVOLUÍDA, a ser captada pelos que vão continuar contribuindo para melhorar o mundo.
- Eu quero continuar captando esta ENERGIA EVOLUÍDA - confidencia André - E ajudado por ELA, preciso por em prática um PROJETO que venho aperfeiçoando desde 1979.
- Que projeto é esse? – pergunta Mário.
- É sobre a difusão de Comunidades Rurais, onde todo mundo terá emprego e trabalhará naquilo que quiser. Não haverá prefeitos, polícias e nem prisões. E tem mais: a justiça será privatizada!
- Mas isso é uma utopia!
- Mas muitas coisas que são reais hoje – inclusive morar em Marte – eram consideradas utopias, meu caro!
- Você tem razão... - observa Mário, meio sem graça – E qual o nome desse seu projeto utópico?
- Meu projeto se chama ADMIRÁVEIS CIDADES RURAIS.
- Já publicou algum livro a respeito?
- Livro, não, mas tirei 10 cópias de meu PROJETO, que chamei de “primeira edição”. Aproveitando a crítica por parte de amigos, inclusive ilustrações, xeroquei 100 exemplares.
- Uma “segunda edição” do PROJETO...
- Exato. Foi distribuída às pessoas durante a tentativa de transformar minha “utopia” em realidade.
- Tentativa bem sucedida?
- Foi um fracasso tão deprimente que até redigi um documento romanceado!
- E publicou esse documento?
- Não. Entretanto, esse DOCUMENTO está sendo enriquecido com a conversa que você e eu tivemos até aqui.
- Além dessa nossa conversa, você está acrescentando novos argumentos pra melhor sensibilizar as lideranças rurais?
- Sim. E com esses novos argumentos, espero que eu esteja tentando matar pardal com canhão!
- Você acredita mesmo?
- Claro que acredito. Desde que a maioria dos excluídos fique conhecendo esse DOCUMENTO! O próximo passo é a divulgação.
- Aí é que está o problema, meu caro! Você acha que nós, os privilegiados, vamos facilitar essa divulgação? Nós vamos é continuar dizendo que isso é pura utopia!...
(Copiar fotos da capa, pg ii, 39, 46, 50, 83, 100, 104)


HOMEOPATIA ROMANTIZADA, VOL l, 1999, 104p

PROCURAM-SE PESSOAS QUE QUEIRAM SE HARMONIZAR

Retirei os 136 mil reais do Banco e comprei uma fazenda em Ritápolis, a 30 km de Tiradentes. Foram 12 anos de poupança. Durante 144 meses, deixei de usufruir de tudo que tenho direito em termos de consumismo, esperando juntar um capital e com ele pôr em prática parte de meus sonhos.
Que sonhos eram esses?
Eu sonhava com a possibilidade de:
. manter as pessoas com saúde sem arruiná-las financeiramente
. dar-lhes condições de viver bem do pouco, com harmonia e felicidade
. dar chance às pessoas de cultivarem sua espiritualidade
. produzir literatura socializada sobre saúde, agricultura e felicidade.
E para pôr em prática esses 4 sonhos, seria necessário que as pessoas:
. frequentassem cursos e palestras sobre a terapias holísticas
. praticassem uma agricultura orgânica de subsistência ou familiar
. se ligassem mais à felicidade do que ao prazer
. desenvolvessem sua aptidão para a leitura e atividades criativas
Nessa fazenda, que batizei com o nome de “Solar Dó-Ré-Mi”, existem condições para se porem em prática esses 4 sonhos. A expectativa era grande e isso me encheu de força vital.
Lá, as pessoas que têm alguma renda - aposentadoria, seguro desemprego, mesada dos pais ou dinheiro na poupança - podem praticar agricultura de subsistência. Além de ganhar um dinheirinho a mais, terão a chance de se envolver com a naturoterapia, ficando livres das neuroses urbanas, dos outros tipos de doença e da marginalidade.
Depois, construí em Tiradentes um prédio com 10 chalezinhos e um anfiteatro de 100 lugares, onde as pessoas terão oportunidade de freqüentar oficinas sobre diversas atividades criativas como teatro, cinema, música, dança, corte e costura, artes plásticas e participar de cursos sobre diversas terapias energéticas.
Mas a partir de fevereiro de 2009, esse mesmo prédio foi alugado para a prefeitura local.
- Suas obras em Ritápolis vão beneficiar apenas os que têm renda. E os que não têm renda nenhuma? - pergunta uma leitora.
Em seguida eu respondo:
- O desemprego no meio urbano está aumentando gradativamente, a exclusão social sendo incrementada de modo assustador. As pessoas ficam sem renda mas precisam comer e morar. Comer o quê e morar onde? Até que a situação se resolva, uns se mudam para a casa de parentes ou de pessoas amigas.
- E aqueles que não têm parentes e nem pessoas amigas? O pouco de harmonia que sobra é totalmente perdido, abrindo espaço para a invasão de doenças e a chegada da marginalidade.
- Quanto aos que não têm renda nenhuma, o livro “Em Dó-Ré-Mi Faz Sol”, de Rafael Camargo, mostra em detalhes como resolver seus problemas.

MINHA OUTRA METADE, O “SIMILIMUM”

O professor de Homeopatia nos disse que no começo de dezembro de 1998, cada aluno deveria subir ao palco e falar de seu similimum.
O que é um similimum?
É a homeopatia capaz de curar todos os sintomas de uma pessoa doente ou de lhe provocar esses mesmos sintomas se ela estiver com 100% de saúde.
- Gostaria de saber mais detalhes sobre os similimuns - pede uma leitora.
A vida surgiu na Terra primeiramente em forma de mineral, evoluindo depois para vegetal e animal, aqui incluído o ser humano. Apesar da evolução, as formas de vida superiores conservam a substância simples dos seres inferiores. Esta substância simples, também chamada de fluido universal ou inteligência cósmica, é que comanda a parte física de cada ser vivo, mantendo-a sadia ou doente. As substâncias simples originadas de uma mesma unidade cósmica são consideradas similimuns ou semelhantes.
Os seres vivos “inferiores” , ao continuarem bem integrados ao seu habitat e cumprindo muito bem sua missão nesse mundo, estão com sua substância simples ou “inteligência” sadia. O ser humano, ao contrário, está mal integrado ao seu novo habitat, não cumpre muito bem sua missão nesse mundo e por isso sua “inteligência” está doente, precisando da ajuda da inteligência de seu similimum “inferior”.
- Por que uma homeopatia cura e ao mesmo tempo provoca doença? - pergunta um leitor.
Toda substância simples é composta de energia positiva, também chamada de energia de Deus ou energia curativa. É composta ainda de energia negativa ou do Diabo e que faz adoecer.
Se uma pessoa sadia se imagina doente, estará pondo em evidência a energia negativa da substância simples de seu organismo. Por isso, para continuar em sintonia (em ressonância?) com a unidade cósmica de seu semelhante, ela vai absorver também a energia negativa de seu “similimum”.
Se estiver doente mas se imaginar sadia, vai pôr em evidência a energia positiva e portanto absorver só este tipo de energia do medicamento homeopático.
- Nossa, que ótimo! - exclama uma leitora - Quero conhecer meu similimum e graças a ele vou curar todos os meus sintomas.
- Se conseguir isso, você ficará inteira! E será capaz de viver sozinha muito bem, sem dependência de homem nenhum.
- Mas viverei melhor ainda se me ligar a alguém do sexo oposto e que também esteja inteiro...
- Exatamente.

A CANÇÃO DE CADA SER VIVO

Cada ser vivo tem uma canção, a de Lycopodium se chamando Impotência. Fracasso é a canção de Silícea e Abandono é a de Platina. A canção de Bryonia é a Pobreza e a de Veratrum se intitula Perda de Lugar e de Posição.
Esta canção ou sentimento básico é o fio condutor de todos os outros sentimentos de um mesmo ser vivo. Daí, o importante é identificar esse sentimento básico. Em seguida, estudam-se as relações dinâmicas desse sentimento básico com os demais sentimentos.
Em seres vivos suficientemente estudados a preocupação não é só com o sentimento básico ou a canção mas também com o sentimento primário que origina o começo da enfermidade, o princípio da psora. Exemplos de sentimento primário: orfandade, solidão, indefesa, desamparo e vulnerabilidade. São sintomas puros, sentimentos sem ação e sem referência a nenhum objeto.
Além dos sentimentos básicos e dos primários, devemos considerar também a susceptibilidade. Todos os seres vivos são sensíveis a determinados fatores. Por exemplo, os fatores emocionais, morais, ambientais, etc, são capazes de comovê-los, fazê-los reagir ou de torná-los doentes.
- O que é psora? - pergunta uma leitora
Psora é a sensação de perda. A perda de uma capacidade que um ser vivo tinha quando vivia ainda com 100% de harmonia. Quando tenta recuperar esta mesma capacidade ele entra na fase sicótica. Se tenta e não consegue, começa a viver a fase luética. Se perde as esperanças e para de lutar, então ele entra na pior fase, que pode ser a sifilítica, tuberculínica, cancerígena ou aidética.

OS SINTOMAS QUE EU SINTO E OS MEUS SIMILIMUNS

Determinadas pessoas têm vários sentimentos básicos. Por isso, uma só homeopatia não cura todos os sintomas, havendo necessidade de outros medicamentos homeopáticos para se alcançar a recuperação total da saúde. Nessas situações, diz-se que o paciente tem vários similimuns, sendo eu um exemplo típico.
Se um similimum não cura todos os sintomas, é preciso que ele cure pelo menos vários e não apenas um.
Um mesmo sintoma pode ser produzido ou curado por diversas homeopatias. Todavia, existem certos sintomas que são específicos de um único medicamento homeopático. São os sintomas-chave ou “key note”. É desses meus sintomas-chave que vou falar neste trabalho. E falarei também dos similimuns capazes de curá-los. Em seguida, farei uso somente daqueles que, além de curar os sintomas chave, curem o maior número possível de outros sintomas. Ou melhor, não farei uso de nenhum de meus similimuns.
- Não acredito! - exclama alguém da platéia.
- Pode acreditar - respondo eu, em seguida, justificando:
Antes de fazer o curso de homeopatia, eu ficava com medo, ao desconhecer a origem de meus sintomas, a origem da minha dor. Agora, ao ficar conhecendo essa origem, ao “ser apresentado” à minha outra metade, os similimuns, esse meu medo da dor desconhecida ou do sintoma sem nome acabou. E sem medo, minha mente volta ao normal, ficando em condições de comandar o resto do corpo, ordenando-o a fabricar uma homeopatia interna a partir do próprio organismo. E como tenho vários similimuns, meu organismo fabricará diversas homeopatias.internas.
Muitos alunos do curso vão subir ao palco e cada um vai falar de seu similimum. Por falta de tempo, eu, mesmo tendo vários similimuns, só falarei de Tarântula, Hyosciamus e Natrum Carbônico - semelhante ao Bicarbonato de Sódio - relatando em anexo alguns dos outros.
Eis, a seguir, os sintomas de cada um:
Ansiedade (se as coisas não forem feitas, algo vai dar errado), sensação de machucadura em todo o corpo, humor variável (gozador excêntrico, queixoso), dores queimantes, machuca os outros, canta e dança , necessidade de bailar, às vezes ficando até aflito. Necessidade de mover-se, trocando de lugar. Destruição de quem proporcionava afeto e prazer. Desejo de escuridão à noite. Gozador, loquaz excêntrico. Clarividência. Reprovações me provocam muito transtorno. Muita energia de sexo - TARÂNTULA
Facilidade de pôr em evidência o lado erótico, sensação de ser injustiçado, necessidade de escrever, espiritualismo exacerbado, sacudidas no corpo (calafrios). A mente não consegue ficar desocupada, estando sempre refletindo, filosofando, recordando fatos, se comunicando com aquilo que está acontecendo a meu redor, ou envolvida na criação literária e solução de problemas que surgem. Às vezes, diminuição das faculdades intelectuais e perda de memória - HYOSCIAMUS
Na pré-psora era cheio de harmonia, de comunhão consigo mesmo e com a natureza, tendo como objetivo chegar aos mais altos fins de sua existência. Agora, está consciente de ter perdido esta capacidade e quer recuperá-la - NATRUM CARBÔNICO.
SOU TARÂNTULA E EU TE AMO!

O professor começou a aula e disse: “assim como a aranha, que constrói a sua teia, uma pessoa tarântula busca o êxito por meio de articulações eficientes para si mas perversas e daninhas para os outros seres vivos envolvidos.”
“Está sempre se movimentando e tem muita necessidade de sexo. Se passa muito tempo “pesquisando” o “material” e não consegue nada, mesmo assim as expectativas permanecem. Quando estas duram vários dias e não acontecem “os finalmentes”, o indivíduo tarântula é acometido de angina pectoris, vulgo, aperto no coração.”
- Tem alguém tarântula entre os alunos? - pergunta o professor Morais, no início da aula.
Entusiasmado, levantei as mãos.
- Se você é tarântula, Lucas, venha até o palco!
Em cima do palco, me dirigi a uma colega do curso, sentada por perto:
- Sou tarântula e eu te amo!
- Por que você é tarântula e me ama? - perguntou-me Colombina, sorridente, os olhos brilhando de satisfação.
- Sou tarântula por causa de minhas artimanhas. Senão, vejamos: os maridos tiveram que se casar, têm enormes despesas com a família e muitas vezes o casal está em conflito, nenhum sexo sendo feito. Eu chego de vagarinho, faço amizades, elimino o conflito deles e todo mundo “sai ganhando”.
- Então, você é um Ricardão! - observou alguém na platéia.
- Nossa! - exclamou uma mulher novinha, olhando para o próprio marido
- Temos que ter cuidado com ele!...
- Acho que não estou me comunicando muito bem hoje - pensei - Faz sete meses que procuro insistentemente uma fazenda pra comprar e esta procura me deixou estressado, sem harmonia. Daí, a comunicação saiu truncada...
- Você deve estar é afoito, na tentativa de fazer coincidir a maioria dos sintomas de tarântula com sua realidade, não? - interveio outro aluno.
- É possivel...
E novamente me dirigindo à Colombina, expliquei:
- Eu disse que sou tarântula e hyosciamus. Mas como em italiano, a letra c é pronunciada como t, ficou parecendo que eu te amo!
- Pior ainda! - exclamou de novo a mulher novinha - hyosciamus significa super-erótico!
Terminada a aula, me senti na necessidade de esclarecer que não sou um Ricardão. Muito pelo contrário! Então, vamos lá.
Depois que me separei da mulher, comecei a frequentar a noite, numa procura obstinada de minha outra metade. Conheci muitas mulheres, mas muitas mesmo, uma infinidade de mulheres interessantes. Mas se nenhuma se encaixou naquilo que eu queria, pelo menos esses diversos envolvimentos me deram chance de recuperar o “tempo perdido.”
Quando me conscientizei de que o sexo se refere ao tato, falei pra mim mesmo:
- Quando satisfaço meus cinco sentidos, eu sinto prazer. Mas pra sentir felicidade, preciso satisfazer meu espírito, minha alma!
Daí, depois de muito esforço e perseverança, consegui uma bolsa de três anos para estudar na Europa. Ao permanecer esse tempo todo lá, utilizei os momentos livres para continuar procurando a musa de meus sonhos. E até mesmo no Velho Continente minha outra metade não foi achada. Mas pelo menos conheci muitas mulheres do tipo “um quarto”.
Regressando ao Brasil, as esperanças continuaram mas mudei de tática. Se através do “corpo a corpo”, não dera para eu perceber quem era “essa mulher”, talvez através da literatura isso fosse possível. Foi quando comecei a escrever. E o primeiro livro - FEROMÔNIO DA FÊMEA - fala dessa procura no Brasil e na Europa.
Uma procura muito sofrida, o primeiro capítulo servindo de testemunha. Continuei escrevendo capítulo por capítulo. Quando terminasse o manuscrito, eu o leria uma, duas e até três vezes antes de copiá-lo no computador. Só seria realmente impresso se o texto transmitisse informações úteis, conhecimento de mundo ou se traduzisse em gritos d'alma em termos de passar emoções ou de fazer rir.
Não o riso corporal, sacudido e cheio de som massificado. Mas o riso silencioso, que inebria todo o espírito, transformando o semblante em aparência agradável.
Muitas leitoras amigas - homem brasileiro não gosta de ler - mergulhariam no enredo como se fossem envolvidas por uma nuvem cinzenta que se dissolveria pouco a pouco até o sol aparecer, num prenúncio feliz de férias coloridas.
Outras iriam se contorcer numa teia de aranha. Na expectativa de estar saindo, na realidade se moveriam em direção ao centro onde eu, o aracnídio, hibernando, certamente estaria acordado quando essas leitoras ali chegassem ao fim do texto.
É preciso salientar que durante a fase do envolvimento com o prazer, antes de ir para a Europa, levei muito a sério um dos mandamentos da lei de Deus: “não desejai a mulher do próximo”. Uma questão de ética. Se eu estava vindo de um casamento arruinado, pra que arruinar o casamento dos outros?
Desde o retorno da Europa até hoje, já escrevi muitos livros e me envolvo cada vez mais com a espiritualidade. Nessa fase da vida, preciso doar e receber afeto das pessoas, o estado civil não tendo importância. É uma etapa da existência desprovida de libido, as poluções noturnas se encarregando de aliviar a tensão provocada pelos apelos.
Às vezes, faço amizade com um casal, cujos cônjuges estão em desarmonia. Durante o envolvimento, marido e mulher recebem o estímulo positivo de minhas energias, em troca contribuindo com sua presença e me tirando da solidão. A propósito, ver o capitulo intitulado “Famílias Espirituais de Marco Polo”, no livro “Do Pouco Vive-se Bem”.
No momento, estou dando umas férias para a literatura, canalizando minhas energias na divulgação dos Solares Dó-Ré-Mi, Fá-Sol e Lá-Si, em Ritápolis, a 30 km de Tiradentes, MG. É um local onde eu, meus amigos, colegas do Curso de Homeopatia e minhas famílias espirituais poderemos passar bons momentos. Lá, será possível recuperar:
. a identidade perdida nos grandes centros urbanos.
. o ritmo interno de cada um.
. a energia perdida resultante de convivências desarmônicas, o “morto-vivo” acessando estímulo negativo no companheiro de alta energia.
Ao eliminar o medo de perder o emprego, medo de ser atacado por um marginal e todos os demais inconvenientes da vida urbana causadores de conflitos e estresse, esses Solares vão permitir que as pessoas entrem em harmonia com sua unidade cósmica, homeopaticamente se tornando seres vivos com plena saúde.
Já fiz até uma outra musiquinha. Vamos ouvi-la:
“Neste momento, todo mundo é viajante/Estamos indo pro Solar do Dó-Ré-Mi/Vou cantar de agora em diante/Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si.”

NÃO MATARÁS

O professor Morais pediu a cada aluno que relatasse o uso da homeopatia em si próprio ou em alguma pessoa amiga. O uso e os resultados obtidos. No meu caso, como sou mais adepto da naturoterapia, preferi fazer uso desta. Então, vamos lá. Mas antes, eis alguns fundamentos.
Entre os diversos estímulos energéticos positivos se inclui o processo da autocura.
- Autocura? O que é isso? - pergunta um semi-analfabeto, recém-chegado ao curso de homeopatia.
Uma pessoa faz autocura quando:
. se submete à auto-análises
. resolve seus conflitos e traumas
. enfrenta os medos e problemas
. muda de hábito alimentar e de comportamento, inclusive adotando a cosmoética.
Após a autocura, a pessoa vai melhorar a frequência vibratória do cérebro, que se normaliza.
A cabeça está agora “cheia de moral”, ou seja, os respectivos elétrons voltaram a girar na órbita correta, para a qual foram geneticamente programados. Assim, ela fica em condições de captar, diretamente do Universo, a energia curativa aí existente. Capta e envia essa mesma energia às demais células do corpo, cujos elétrons também passam a girar na órbita certa.
Muitas pessoas desconhecem a energia curativa do Universo. Mesmo assim, o cérebro - se estiver sadio, é claro - consegue comandar o resto do organismo, induzindo-o a fabricar uma homeopatia interna, usando tecidos do próprio corpo. E graças à ação dessa mesma homeopatia, os demais órgãos do indivíduo - desde que não estejam danificados - também se normalizam.
Se por um lado, existe o processo de autocura, em contrapartida, existe também o processo de autodestruição. Você pode se autodestruir ou matar alguém num lance só ou fazê-lo em doses homeopáticas. A segunda hipótese acontece quando o “assassino” toma atitudes que provocam um estímulo energético negativo no organismo da vítima. De estímulo em estímulo, o corpo vai ficando cada vez menos energizado até se transformar em “cadáver ambulante” à espera de ser enterrado por alguma pessoa amiga.

Me Desculpe Se Encurtei Sua Vida

Minha lavadora de roupa, com 4 programas, já tinha trabalhado pra mim durante 17 anos. Estava ainda muito conservada, parecendo nova, mas só lavava a frio. Para evitar mal cheiro nas camisas, era preciso ensaboar à mão a “área das suvaqueiras”. E para tirar o chulé das meias, elas tinham que ser lavadas pelo menos duas vezes.
- Vou vender minha máquina e comprar uma outra, que lave a quente - pensei - Um anúncio no jornal e, fácil, fácil, vou conseguir vendê-la.
Depois, viajei no túnel do tempo, época dos 18 aos 21 de idade, quando punha um anúncio no jornal, tentando vender algo usado. Nunca deixou de aparecer alguém. Mas uns eram apenas curiosos, outros pechinchavam demais, sem falar naqueles que vinham somente pra botar defeitos.
- Acho melhor vender a lavadora pra uma pessoa amiga, nem que tenha de baixar o preço ainda mais - disse pra mim mesmo.
Nesse momento, me vieram à tona as imagens de meu irmão, o Wíliam, e sua máquina de lavar, ou melhor, o seu tanquinho mixurica, vazando pelas pontas.
- Estou em melhor situação financeira do que ele. Ao invés de vender a Brastemp por tão pouco, não seria melhor dá-la de graça ao mano?
Pelo menos, conservaria o capital em família. Ou melhor, este presente seria mais um gesto de gratidão pelas visitas quinzenais que me fez nos 4 anos em que estudei como aluno de colégio interno durante a adolescência.
Telefonei-lhe, fiz a oferta mas ele não quis, alegando:
- Você está querendo é ficar livre de entulho...
- Ah, é? Se eu quiser vendê-la, consigo 200 reais numa boa. Mas, pra não ter nenhum trabalho, vou oferecê-la por 100 à primeira amiga a quem eu telefonar.
No primeiro telefonema, fiz a venda, minha amiga apenas me pedindo um prazo:
- Dentro de um mês, vou aí, te dou o dinheiro e busco a lavadora.
-Tá certo.
E não é que três semanas depois o Wíliam me telefonou, dizendo que resolveu aceitar a máquina?
Mas e minha amiga? O mano ainda não sabendo de nada, eu com pena dele, respondi:
- Pode vir buscá-la.
Wíliam buscou a Brastemp e até o momento eu não sabia como me desculpar à futura compradora. Talvez ela desistisse da compra...
Mas não desistiu e no trigésimo dia ligou:
- Já tenho o dinheiro . Posso ir aí hoje buscar a máquina?
- Pode.
Nossa mãe! Quando minha amiga chegasse, eu precisava dizer algo que a convencesse e ainda assim mostrar firmeza na voz. Ela chegou, conversamos um pouquinho, em seguida, ela me falando:
- Me mostre a máquina...
Já tendo imaginado uma convincente desculpa, falei curto e grosso:
- A lavadora tinha um pequeno vazamento e nestes últimos 30 dias ele foi aumentando, aumentando... acabei foi dando ela pro meu irmão.
- Eu estava tão feliz, certa de ter comprado por 100 reais uma máquina praticamente nova e que custa na loja mais de 700...
- Pois é. Fiquei com medo de vendê-la pra você, te dar muitas despesas e eu ficar de remorso...
Uns dez dias depois, o Wíliam me telefonou:
- Não gastei nem 5 reais pra tirar o vazamento da lavadora. Era uma simples borrachinha velha...
A expectativa de comprar por 100 reais uma máquina que vale 700 funcionou como um estímulo energético positivo para minha amiga, aumentando-lhe a força vital. O problema é que a decepção posterior funcionou como um estímulo negativo, um pedacinho dela tendo morrido naquele momento.
Morreu mas continuou despreocupada quanto ao ato de estar envelhecendo. Sobretudo depois de ter lido a minha palestra como orador.

MINHA PALESTRA COMO ORADOR

Caros colegas do Curso de Homeopatia, prof. Morais e demais pessoas aqui presentes: me desculpem se vou ler meu discurso ao invés de falar-lhes diretamente. Se estou agindo assim é porque tenho problema de memória.
Aliás, minha falta de memória é um sintoma que me acompanha desde a adolescência, quando se usava ainda ajoelhar-se diante do confissionário para contar os pecados ao padre.
Em pé, esperando minha vez na fila de pecadores, eu ia enumerando pecado por pecado, com medo de esquecê-los. Chegava minha vez e eu, ajoelhado no confissionário, só me lembrava de um ou dois pecados.
- Não faz mal, filho - dizia o padre, sentado do lado de dentro - Reze 50 padrenossos e 100 avemarias...
Agora, vocês vão ouvir meu discurso, que poderia ter começo, meio e fim. Mas como será lido, ele saiu em forma de recados pra ficar menos monótono.
Então, vamos lá.
Recado número um: no começo de 1998, comecei a frequentar o curso de Homeopatia do professor Morais. Cada vez que ia à aula, tinha a sensação de estar indo a um baile de formatura. E de aula em aula, aprendi que tenho vários simílimuns. Aliás, aprendi também que todo mundo aí na turma tem vários simílimuns. Melhor dizendo, cada pessoa tem um pouquinho de todos os simílimuns.
Assim, para efeito de palestra, estou escolhendo Tarântula e Hyosciamus. E com referência ao pouquinho que tenho desses dois simílimuns, a sedução, o envolvimento e o erotismo têm comandado meu comportamento nestes últimos 25 anos.
Tarântula tem facilidade de envolver as pessoas, de seduzi-las. Por outro lado, Hyosciamus atua muito em seu lado erótico.
Então, tendo como linha condutora o envolvimento e o erotismo, procurei, nessas últimas duas décadas, encontrar minha outra metade. Durante toda essa procura, só encontrei mulheres do tipo “um quarto”. E, certamente, minhas colegas de turma vão dizer o mesmo:
- Nós também só encontramos homens do tipo “um quarto”!
- Um consolo, não é mesmo? - observa alguém na platéia - De quarto em quarto vocês vão acabar fazendo um terço pra rezar no fim da vida...
Os anos foram passando e a juventude ficou na saudade. Se antes, eu seduzia usando o poder físico, agora precisava seduzir as pessoas mas usando o poder espiritual. O poder de uma pessoa harmonizada. Por isso, comecei a fazer o curso de Homeopatia. E não é que nesse curso acabei encontrando minha verdadeira outra metade?
- É uma colega de turma? - pergunta um dos formandos.
- Não - respondo eu - Minha outra metade é meu simílimum. Graças a ele posso me sentir inteiro e a partir de agora quero me envolver com uma mulher que esteja também inteira, inteirinha!
Recado número dois: é mais fácil encontrar essa mulher inteirinha entre aquelas que se envolvem com a homeopatia ou com outros tipos de medicina energética. O problema é que algumas se envolvem, fazem cursos e até lêem livros mas não dominam a situação. Assim, objetivando ajudar essas mulheres, a partir de agora eu também pretendo escrever livros homeopáticos. Falarei da homeopatia romanceada em livros que serão divididos em 3 partes: a primeira narra a história dos personagens; a segunda fornece os motivos pelos quais esses personagens se comportaram daquele jeito; e a terceira fala dos medicamentos homeopáticos que os personagens devem usar.
O leitor, ao se identificar com o personagem, toma o medicamento homeopático e fica curado. Depois da cura, os personagens e o leitor se harmonizam e adquirem um comportamento que não serve mais como enredo de história. Mas pelo menos eles entram para a lista das “pessoas inteiras”, por sinal, muito procuradas, ou das pessoas amantes da boa leitura.
- O curso de Homeopatia do professor Morais e a leitura dos Romances Homeopáticos vão deixar muitas mulheres inteirinhas - observa alguém aí da platéia - Serão muitas mulheres inteiras pra você só...
- Pra mim só, não! Tanto o curso quanto a leitura vão ajudar também muitos homens. Haverá muitos homens inteirinhos...
Recado número três: ô gente, para garantir a harmonia, todo ser vivo deve cumprir sua missão nesse mundo. E se a missão dos caros colegas é curar as pessoas sem arruiná-las financeiramente, continuem se envolvendo com a homeopatia e não tenham medo, apesar das ameaças. Para se conseguir a autocura e curar os outros, é muito importante se livrar de todos os tipos de medo. A propósito, já falei ao professor Morais:
- Não tenha medo, professor! Se o senhor for preso, eu faço questão de ser preso também. E, na cadeia, formaremos uma dupla imbatível: o senhor dando aulas para os detentos e eu escrevendo meus romances homeopáticos.
Último recado: antes de fazer o curso de homeopatia com o professor Morais, meu sintoma principal era o medo. Medo do desconhecido. Tinha medo porque não conhecia a origem de meus sintomas, a origem da minha dor. Agora, ao ficar conhecendo essa origem, ao “ser apresentado” a meus similimuns, meu medo acabou. E sem medo, minha mente volta ao normal, ficando em condições de comandar o resto do corpo, ordenando-o a fabricar uma homeopatia interna a partir do próprio organismo. E como tenho vários similimuns, meu organismo fabricará diversas homeopatias internas.
- Só me lembrei de quatro recados, professor, me esquecendo de muitos outros!
- Não faz mal, Lucas - garante o professor Morais - você é Hyosciamus! Já se esqueceu de que um dos sintomas de Hyosciamus é a falha na memória?
- Esqueci não, professor. Falha de memória e muito erotismo.
Aí, eu olho na platéia e vejo tanta colega sensual, que penso até em convidar alguma para rezarmos juntos os 50 padrenossos e as 100 avemarias...

(Anexo de homeopatia romantizada, vol. 1)

MEUS SIMÍLIMUNS

2. Pele seca, capa branca sobre a língua, dores ardentes nas pernas e na cabeça, irritação. Às vezes, paranóico. Frio e obsessivo -- ARSENICUM
3. “Ansiedade pelo futuro”, exaltação da fantasia, “necessidade de me proteger”. Obstinado, prático, pé no chão, consciencioso e ultra-responsável, procuro cumprir eficientemente minha missão nesse mundo. Além disso, estou sempre tomando atitudes para eliminar todos os tipos de medo. “Ciática”, dor na extremidade do coccix de madrugada, acidez do trato digestivo, ” coceiras no couro cabeludo” apesar das lavagens dos cabelos com xampu em dias alternados, irregularidade na circulação sanguínea, de tempos em tempos uma “dorzinha quase imperceptível no coração” (reumatismo cardíaco?), falta de tônus muscular, cara de criança - CALCÁREA CARBÔNICA
4. Às vezes, quando me acordo, de madrugada ou de manhã, tenho a sensação de que estou “todo machucado”, com dores pelo corpo inteiro. Em alguns dias, aumenta o meu desejo sexual mas sem ereção do pênis. De vez em quando, “mordo a bochecha” ao mastigar alimentos de dia. À noite, acordo-me sentindo “dor na língua” e percebo que ela foi mordida. Transtorno por supressão do desejo sexual, apesar do pênis estar ereto. Sou esclarecido e de espírito lúcido. Às vezes, tenho “diarréia involuntária” como água de arroz. Gosto amargo na boca (quando me sinto decepcionado e como frutas ou chocolate em excesso). No nascimento, tive asfixia pelo cordão umbelical. Às vezes, tenho mãos e pés frios - CÂMPHORA
5. Otite média, com coceira. Exagerada sensibilidade às dores, mordo bochecha e língua, sensação de ter sido insultado. Dor ardente, de noite, na cama, mas que melhora quando caminho continuadamente. “Hipersensível à música, aos ruídos e odores”. Sonolência durante o dia. “Dor ciática”, caimbras à noite. Aftas na língua. Rigidez do pescoço - CAMOMILLA
6. “Fezes como se fossem de cabra”, desarmonia por perdas de entes queridos, frustrações afetivas, ressentimentos, cabeça no ar ou distraído enquanto falo, rio para esconder o sofrimento, moralista (? ), guardo lembranças...- NATRUM MURIÁTICUM ( sal de cozinha )
“Apressado”. Senso de justiça contra mim e contra os outros muito aguçado. Quando sinto que fui injustiçado, fico nervoso, uso o insulto como desabafo e imediatamente tomo as providências que a lei me permite.
(Copiar fotos da capa r das pgs ii, 6, 67, 87, 101, 16)
HOMEOPATIA ROMANTIZADA, VOL ll, 2000, 126 Pg

Durante o terceiro ano do curso de Homeopatia, dos professores Morais e Elisa, cada aluno deveria dar 4 aulas.

MINHA PRIMEIRA AULA

Ao perceber que a doente era incurável, não falei nada e muito menos deixei transparecer isso pelo olhar. Apenas retirei o violão da sacola, cantando-lhe em seguida a música:
“No seu pisar de princesa/vai prostrar-se ao pé de Deus!
E o que que mais me encanta/ é ver esta linda santa
à outra santa implorar/ sem saber que ajoelhada
a minh’alma apaixonada/ também vive a rezar!
A santa que eu tanto quero/ e ocultamente venero
no altar de meu coração/passa por mim na igrejinha
e nunca, nunca adivinha/o meu amor sem rendição!”
Eu a conheci numa choperia dançante. Ela estava com problemas nos seios, tinha medo que fosse câncer e não queria de modo algum procurar um médico convencional. E, ao saber que eu era aluno do curso de homeopatia, já no final da primeira etapa, pediu-me para indicar-lhe um tratamento tradicional. Ainda não me sentindo muito seguro - nem pra mim mesmo eu havia indicado a homeopatia - fiquei sem coragem para prescrever-lhe um tratamento. Agora, quase dois anos depois, era tarde demais, só me restando cantar-lhe esta música. A doente ouviu-a, maravilhada, como um pé de laranjeira que de repente se enche de flores na sua derradeira carga. Ao ouvir o último acorde, encerrando de vez a melodia, a moça suspirou profundo, emitiu um sonoro e prolongado gemido e fechou os olhos, passando para a Outra Dimensão (cont. na pg 8 do livro).

MINHA SEGUNDA AULA

Ainda no início desse terceiro ano. o professor Moreno concluiu que meu problema principal, ou seja, a ‘ minha canção’ , se referia a um amor mal resolvido.
Essa observação serviu de gancho para eu cuidar da segunda aula, ou seja, de minhas paixões perdidas num passado que abandonei quando parti em busca de um futuro mais promissor.
Meu passado, com personagens simples, que sabiam viver bem do pouco e tinham um relacionamento bonito e verdadeiro, era uma história bem contada. Quando abandonei meus heróis primitivos e fui em busca de um futuro melhor, com mais riqueza de espírito e de dinheiro, acabei me envolvendo com personagens complicados – de história mal contada - e cheios de idéias fixas em se enriquecer apenas materialmente.
Usando muita disciplina, perseverança e um esforço fora do comum, desembarquei de mala e cuia nesse futuro, onde consegui tudo o que eu queria mas me faltou o mais importante: o amor bonito e verdadeiro de minhas paixões perdidas.
Tentando preencher o vazio deixado por esses personagens, durante muito tempo, fiquei feito bobo procurando encontrar um grande amor mas não achei. Muitos anos depois, consciente de haver perdido minha identidade cultural e de estar me envolvendo com gente que também havia perdido a sua, comecei a fazer o caminho de volta. E não é que numa das encruzilhadas trombei com Dalila, cujos traços físicos e maneira de ser tinham muitas semelhanças com minhas paixões do passado?
Que paixões eram essas? Eram a minha mãe, a madrinha Cecília, meu avô materno, o cachorro Nilo, o cavalo alazão e o cãozinho Rex.

Minha mãe

É graças à minha mãe que eu estou aqui exercitando minha criatividade ao narrar pra vocês. Ainda bem que ela não fez aborto e nem nasci bebê de proveta!
Às vésperas de papai “partir”, mamãe me disse que gostaria de morar comigo. Não aceitei pelo fato de viajar muito. Além do mais, por estar envolvido com a realização de filmes, não teria tempo para me dedicar a ela.
Papai “se foi” e desde então mamãe deixou a casa para o filho Tiete, indo morar na casa da filha casada Míriam. Se na casa do tranquilo bairro Alípio de Melo os filhos visitavam mamãe com certa frequência, no novo ambiente, bairro de Lourdes, essas visitas escassearam muito.
Na antiga moradia, a solidão de mamãe era combatida pela visita dos filhos e, principalmente, durante o envolvimento com suas alunas de corte e costura. O problema é que na nova residência mamãe parou de dar aula para não incomodar o genro. Foi o começo do fim. Um fim que procurei evitar o quanto pude.
Escrevia-lhe sempre e muitas vezes telefonava, nunca passando mais de 3 meses sem visitá-la. O problema é que ela não me respondia às cartas. Mesmo assim continuei escrevendo. Porém intrigado, comecei a insistir em receber uma resposta. Depois de muito custo, acabei recebendo uma carta, as letras inteiramente tremidas.
Meu coração doeu, só faltando me sair do peito e em seguida dizer:
- Tome, mamãe, ele é todo seu!
Daí em diante, passei a visitá-la com mais frequência. E durante essas visitas, que felicidade ela e eu sentíamos ao batermos aquele papo! Eu gostava mesmo era de falar de minha época de criança, eu sendo praticamente o único filho que saía com ela (também pudera, a Cecília tinha ido embora!). Mamãe me falava que o passado lhe trazia lembranças tristes. Mas mesmo assim conversava prazerosamente sobre minha infância: eu e ela indo a casamentos, batizados, festas religiosas, velórios e a caminhada de Lagoa Santa até BH, ida e volta, a fim de visitar o padre Eustáquio em pagamento de uma promessa.
Estrada de terra, cheia de pedregulhos, lá fomos nós, descalços: não porque a promessa exigia isso mas porque não tínhamos recursos pra comprar sapatos. O padre Eustáquio não tendo aceito o dinheiro de mamãe, ela me comprou um tênis e pelo menos eu fiz o caminho de volta com menos sofrimento.
Ao voltarmos, vi pela primeira vez uma locomotiva puxando 30 vagões. Achei tão engraçado que a geléia de mocotó e rapadura que eu estava comendo - me engasguei - voou pelo nariz...
Por que essa preferência pelos momentos da infância?
É porque o nosso convívio praticamente só durou até os 6 anos. A partir daí morei com meus avós, logo após estudei em colégio agrícola, regime de internato, em seguida saindo para fazer o científico e curso superior. Depois de formado, do casamento e da separação, só ocasionalmente morei com meus pais.
Então deve ter sido por isso que, pouco antes de o papai “partir”, ela pediu pra morar comigo. Certamente é porque ela também queria repescar aquela feliz convivência abruptamente interrompida aos 6 anos de idade.
- Eu tenho todo o conforto aqui e não me falta nada – me falava mamãe quando eu a visitava, ela já morando com a filha - Mas já que eu não pude morar com você, o que eu queria mesmo era morar na casa da Helena, gente mais humilde e atenciosa.
Morando fora de Belo Horizonte, eu visitava papai e mamãe pelo menos umas duas vezes por ano. Mas depois dos trinta, três vezes vim morar com eles e três vezes saí de lá: uma vez para a França, uma pro Rio e outra pra Brasília, mamãe sempre resignada, sem mostrar tristeza e torcendo pra eu ser feliz. Só perdeu o controle emocional quando me mudei pro Rio. Ela chorou copiosamente como uma criança indefesa que está sendo jogada fora num canto qualquer, onde não vai ninguém.
Dizem que a mente humana é como um barco: se ficar muito tempo ancorado enferruja. Se a mente não for exercitada, pouco a pouco a memória vai se apagando e as lembranças - nossas fiéis companheiras na idade avançada - vão desaparecendo. É a solidão total.
Meu personagem principal, minha mãe, resistiu o quanto pôde a esse estado de alma. Nos primeiros 20 anos de casamento, além de dar assistência maternal, costurava pra fora a fim de ajudar nas despesas. A partir daí, com a “revoada” dos filhos, seu envolvimento principal foi com as alunas, para quem ministrava aulas de corte e costura. E não eram poucas! Às vezes, 10 numa aula só.
Todavia, conforme já disse, quando mamãe foi morar na casa da filha casada, deixou de dar aula para não incomodar o genro. Mas mesmo assim, vez ou outra ministrava uma aula de corte para si mesma como se estivesse diante de alguma “aluna imaginária”. Fiquei tão sensibilizado que numa de minhas visitas fui com mamãe até o interior, nas redondezas de Belo Horizonte, onde consegui-lhe uma aluna em carne e osso.
Que felicidade mamãe experimentou ao dar mais essa aula! Seu semblante apagado se acendeu, fazendo lembrar até a iluminação de Natal na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Nesse momento seu corpo acabara de fabricar uma homeopatia interna, ela sentindo novamente Deus ocupando cada centímetro quadrado de seu físico. Foi tão maravilhoso isso que resolvi gravar em vídeo essas aula.
Retornei a Brasília e, na casa do genro, mamãe continuou dando aulas apenas para suas alunas imaginárias.
Mas até mesmo “essas aulas” tiveram que ser interrompidas.
- Que genro sem coração! - exclama uma colega de turma.
- A culpa não foi do genro e sim da memória de minha mãe.
- Poderia explicar melhor?
- Então, vamos lá:
Numa de minhas visitas, eu lia o jornal na sala enquanto mamãe ensaiava uma aula de corte para uma aluna imaginária. Por acaso, parei de ler e observei, como um filho coruja, a espontaneidade dela com aquele ar de criança feliz dando aula para a “aluna”. De repente, oh, meu Deus, sua memória começou a falhar. Quanto mais se esforçava para se lembrar, mais ia cortando erradamente o jornal velho que ela usava pra tirar molde.
Mamãe emitiu um muchocho de desespero quase silencioso, largou bruscamente a tesoura sobre a mesa e passou ambas as mãos pela cabeça, com aquele semblante de quem chora profundamente por dentro, dando por encerrada sua fase de criatividade aqui na terra.
Eu, ainda morando em Brasília e numa das últimas visitas que fiz a mamãe, cheguei esperançoso em bater com ela mais um papo homérico. Mas que nada! Ela não conseguia mais formular o raciocínio. Tudo que eu falava, ela respondia: “hein?”
Alguém poderia até pensar que era surdez. Mas não era! De vez em quando “voltava ao ar”. Nesses momentos, se lembrando da falta de alunas e da ausência dos filhos, telefonava para eles e para as velhas amizades -- tinha uma agendazinha -- como última tentativa de não se sentir abandonada.
- Mamãe, ligue pra mim quando quiser e ligue a cobrar, tá bem?
- Deus vai te dar um bom fim - respondia-me ela agradecida.
Sem condições cerebrais de discar, deixava a tarefa pra Dorinha, a filha mais velha e que lhe fazia o papel de enfermeira.
Em Brasília, quando o telefone tocava, num sábado ou domingo à tarde, era uma emoção a mais em minha vida. Percebendo a dificuldade em criar assunto por parte de mamãe, eu ia lhe fazendo perguntas, ela respondendo com a máxima alegria.
- Mamãe, a senhora se lembra da Dona Helena, aquela modista de alta costura da Rua da Bahia, 1441?
- Me lembro. A irmã do Sô Elias, né?
- Pois é. Onde estarão eles, hein?
- Faz tanto tempo que não vejo eles!...
Num desses interurbanos, mamãe ficou muda, segurando o aparelho, eu, no outro lado da linha, tentando engatilhar algum assunto mas percebendo angustiado que ela "saira novamente do ar". De nada adiantaria se eu puxasse assunto. Minha boca permaneceu fechada e o coração ficou tão pequenininho!
Mesmo que mamãe não captasse nada, me deu vontade de falar:
- Mamãe!... mamãe... oh, mamãe, ah se eu pudesse estar aí agora para vê-la, andar de mãos dadas... mamãe, estou pegando o avião e indo "praí" agora!

A madrinha Cecília

Eu estava ainda nos primeiros 5 anos de vida. Umas duas ou três vezes por semana, Cecilia enchia a bacia de água morna, esquentada no fogão a lenha, me deixava nu, em seguida me colocando dentro d’água para o asseio corporal. Eu até que gostava. Mas abria o bué quando a espuma de sabão de barra, preto, me caía nos olhos.
O sabão era embalado em palha de milho ou folha de bananeira. Depois de retirar a embalagem, dindinha molhava a bucha, impregnava-a de espuma de sabão preto e começava a esfregar meu corpo, dos pés à cabeça.
À noitinha, às vezes vindo juntos do CIRCO, Cecília se encarregava de me fazer dormir, depois de ter pedido para eu não brincar com fogo:
- Num brinque cum fogo, qui fogo faz mijá na cama.
Colocava-me na cama, em seguida cantando uma canção de ninar:
- Dorme neném/neném nun qué durmi/eu vô chamá Tutu/ pa cumê neném com angu!
Quando eu ouvia a palavra Tutu, me lembrava de ESTIBUM ZERERÉ, algo parecido com “alguém”, cabelo desgrenhado, grande e esvoaçando, que desce a rua, batendo um bombo, “acompanhado” por dois personagens invisíveis tocando tarol e pandeiro. Esse “alguém” existia de verdade e, nas festas locais, toda vez que eu o via na rua com aquele barulho ESTIBUM ZERERÉ, ficava apavorado, achando que ia ser comido. Então, quando Cecília pronunciava a palavra Tutu eu tratava de dormir rápido.
Meu pai era fotógrafo de rua, tipo lambe-lambe. A população de Lagoa Santa já tendo tirado praticamente todas as fotos de que precisava, os únicos clientes passaram a ser os frequentadores das festas juninas e aquelas da igreja N.S. da Saúde. Mas a renda saída de apenas duas festas anuais não dava de modo algum para o sustento diário da família, que era grande.
Só as piabinhas, pescadas na lagoa, e pão doce, que algum amigo visitante levava, de vez em quando, não estavam satisfazendo ao organismo. Minha mãe, que não ganhava quase nada com costura, torcia para eu aceitar o convite de Corina, a mulher do turco, que tinha um armazém de Secos e Molhados. Todas as vezes que ia lá pra buscar um mantimento e pendurar na conta, ela me dava uma a duas balas e me prometia:
- Se vier morar comigo, você chupa bala o dia inteiro e todos os dias.
De tanto ouvir aquela promessa, um dia eu lhe disse:
- Dona Corina, eu aceito morar com a senhora e amanhã eu venho de mala e cuia.
A mulher ficou radiante de felicidade. No dia seguinte, eu me despedi dos irmãos, de mamãe e papai. Mas quando fui me despedir da dindinha Cecília, olhei fixo para ela, tive um nó na garganta, tremi os lábios e abri o bué. Resultado : continuei morando com os pais.
- O amor falou mais forte do que o dinheiro, hein? - observa o professor Morais.
Dois meses mais tarde, a clientela de meu pai praticamente a zero, a Cecília resolveu ir embora. Durante seis anos permaneceu com a gente, se segurando enquanto pôde. Foi aliciada por uma tia solteirona, irmã de meu avô materno.
Depois que a Cecília se despediu de todos e foi saindo com sua trouxa pela rua afora, todos ficaram de pé, na porta da casa, mamãe me segurando, eu com um nó na garganta. Eu olhava, tenso, para a madrinha de crisma, que caminhava firme, sua trouxa ao lado, o rosto pra frente, cabeça alta. Vinte metros depois, ela baixou a cabeça, diminuiu os passos e olhou para trás. Aí, eu esperneei, chorei, acabando por me soltar das mãos de mamãe, quando aproveitei para correr ao encontro da Cecília.
Dolores, a mana mais velha, correu atrás e me trouxe de volta. Cecília aproveitou para acelerar os passos e continuar sua marcha em direção ao futuro. Esperneei, chorei, finalmente me soltando e partindo em disparada na direção de dindinha . Novamente, a Dolores foi a meu encalço e me trouxe de volta. Mesmo assim, fiz nova tentativa de me soltar e ir atrás mas fui impedido. Daí, fiquei parado, chorando baixinho até chegar ao soluço. E soluçando, vi a Cecília desaparecer na curva do caminho, sentindo-me impotente, sem poder fazer nada para salvar a metade de meu mundo (o lado afetivo) que estava ali se acabando. Resignado, me amuei num canto do quarto e chorei até dormir.

O vovô, o nilo e o alazão

Tentando compensar a injustiça cometida pela irmã solteirona e ainda para aliviar a situação de meus pais, meu avô me chamou para ir morar com ele e vovó na fazenda dos Cauhês, em São Sebastião do Rio Preto, Minas Gerais.
O que me segurava na barra da saia já havia partido. Daí, foi fácil sair de casa. Assim, se nos seis primeiros anos de vida ganhei e perdi uma paixão, dos sete em diante fui contemplado com outras três: o avô, o cachorro Nilo e o cavalo Alazão.
Juventus, meu avô, todo cair da noite me contava estórias do coelho e a onça. Durante a narrativa, seu semblante ficava repleto de felicidade, ele concentrado na estória. Vez ou outra, me olhava curioso para saber se eu estava ouvindo mesmo. Ao final de cada conto todo mundo ficava feliz: a onça não pegava o coelho mas nunca perdia as esperanças. Meu avô se sentia importante ao ter um ouvinte tão interessado. E eu, cada vez mais amarrado nele, não via a hora de chegar à noite seguinte para ouvir uma outra estória.
Acabada a narrativa, antes de irmos dormir, tomávamos um prato fundo de mingau com queijo, picado na hora.
Depois de viver quatro anos de paraíso na fazenda, aos 11 fui enviado para um colégio agrícola, regime de internato, disciplina militar, as 3 paixões ficando para trás.
Os animais também se apegam. E olhe que só voltei àquela fazenda aos 40 anos de idade. Alazão e Nilo não sabiam que minha viagem era para nunca mais voltar. Quando eu estava partindo, também não tinha idéia disso. Era como se fosse mais um deslocamento. Meu Deus, ah se eu soubesse que ia durar esse tempo todo!
A esperança nunca concretizada de rever o dono deixa o animal sem memória. Esperaram tanto que o Alazão deve ter entortado o pé e nem se lembrava mais dos caminhos por onde me conduzia: nas noites de lua cheia -- eu levando bilhete do tio Jó para sua namorada - e naquelas de tremendas tempestades, eu indo ao povoado para comprar remédio.
Certamente, no fim da vida, antes de se transformar em ossada, Alazão estava “transportando” urubu cansado, o único companheiro no "último suspiro".
Quanto ao Nilo, ele era meu companheiro inseparável. Toda vez que eu saía, a pé ou a cavalo, e não o via por perto, bastava um assovio alto e curto pra ele aparecer se aproximando de mim, rápido como num passe de mágica.
Quando eu, montado em meu cavalo Alazão, apostava corrida com meu primo, que ia de égua, eu sempre perdia. Mas pelo menos do Nilo eu ganhava. Hoje, já acho que o cachorro chegava em terceiro por amor a mim.
A última notícia que tive dele foi quando completei 40 anos. Voltando à fazenda, soube que o Nilo foi atacado por um ouriço cacheiro. Ah, se eu, de longe, num sentimento de premonição, pudesse voltar rápido como um raio! Chegaria na hora do ataque, obrigando o ouriço a sair correndo, em seguida retirando um por um os espinhos mortíferos que penetravam na carne de meu amigo inseparável.
Quanto ao meu cavalo, se eu tivesse consciência daquela minha viagem tão longa, teria exigido um poster do Alazão - e também do Nilo e de meu avô - que guardaria até hoje.
A pior dor não é a física. É a dor espiritual que um ser vivo apresenta quando é abandonado por alguém ou por algo que o protege. Minha mãe, o maior amor de minha vida, foi abandonada pela memória e pela lucidez.
Eu também fui abandonado pela madrinha e, quatro anos depois, abandonei quem dependia de mim: meu cachorro Nilo e meu cavalo Alazão. Em ambos os casos, sei que foi tudo inconsciente.
A mesma dor que eu senti quando fui abandonado pela Cecília, o meus dois amigos animais também devem ter sentido quando foram abandonados por mim.
Em nome do futuro, a razão falou mais forte do que o coração. E assim, seres vivos mais fracos foram abandonados pelos mais fortes.
Às vezes sinto culpa por não ter ficado perto da mamãe, do vovô, do Nilo e do Alazão desde minha infância até hoje.
- A culpa não é sua! – responde meu Anjo da Guarda – A culpa é do futuro. Não era com ele que você se envolvia?

O cãozinho rex

Aos 16 anos estava novamente morando com meus pais, em Itabira, quando nos mudamos para Belo Horizonte. Ao chegarmos, já era mais de meio dia, duas horas mais tarde toda a mudança já estando dentro da casa 945, na Rua Padre Rolim.
Depois de tantas emoções e solavancos nos 100 km de estrada de terra, não tinha ânimo para mais nada. Caí na cama, dormindo direto umas duas horas. Quando me acordei, a notícia surpreendente e triste foi a fuga de Rex. Encontrando o portão aberto, saiu e não voltou. Imediatamente dei umas voltas pelas ruas vizinhas, procurando por todos os lados e nada.
Pesaroso, passei mais de uma semana perambulando por vários bairros nas vizinhanças esperando reencontrar meu xodozinho de Itabira. Cheguei a ir ao matadouro, no bairro São Paulo, para onde as carrocinhas de polícia levavam os cachorros vadiando sozinhos pela rua. Rex teria virado sabão? Até hoje não sei. Se virou, deu sabonete de luxo. A propósito, por muito tempo fiquei indignado quando comprava algum na farmácia.

Traços físicos e maneira de ser de Dalila

Dalila tem o mesmo nariz do vovô, cuida de mim, sabe cozinhar bem, é meiga e está sempre disposta para o trabalho doméstico igual à Cecília. Tem tiques faciais e facilidade para se comunicar com pessoas humildes iguais à mamãe. Além disso, cria em casa 5 cachorras: duas delas são mãe e filha, a primeira sendo sósia do Nilo e a segunda, do Rex. Sósias em tamanho e aparência.
Em seus maus momentos, vovô bebia uma cuia cheia de cachaça e ficava meio doido, a vovó sendo obrigada a fazer sua trouxa e desaparecer por uns 3 dias.
Cecília, em seu único mau momento, fez sua trouxa e desapareceu na curva do caminho, fazendo sumir metade de meu mundo.
No primeiro ano, Dalila significou para mim só os bons momentos de minhas paixões do passado. Mas do segundo em diante, os maus momentos também apareceram. E mesmo não se embriagando, algumas vezes ela fala e se comporta como se tivesse bebido.
E por umas 3 vezes, não aceitando meu “tapa de amor”, fruto de um relacionamento bonito e verdadeiro, veio embora do Solar Dó-Ré-Mi, me deixando lá sozinho, entregue à própria sorte.

Dalila teve uma visão

19 de maio do ano 2000, hora do jantar no Solar Dó-Ré-Mi. Sentados à mesa, já havíamos devorado metade da comida quando Dalila, meio assustada, me falou:
- Lucas, não estamos sozinhos... tem mais alguém aqui!
Meio com medo mas sem falar nada, olhei pra baixo, pra cima e pros lados e, como não vi ninguém, continuei comendo, não com a tranquilidade de antes mas preocupado. Dalila também continuou comendo em silêncio.
Pensei na possibilidade de um assaltante. E se fosse um assassino?
- Seja lá o que Deus quiser! - pensei, resignado, em seguida recuperando as esperanças ao acreditar que se tratasse apenas de um ladrão qualquer.
Ao final do jantar, nada tendo acontecido, perguntei a Dalila:
- Quem é que estava aqui?
- Sua mãe.
- Hein?
- É isso mesmo. Sua mãe. Rosto tranquilo, muita paz no olhar, o cabelo amarrado atrás com uma tirinha de pano.
Essa narrativa me arrepiou, em seguida eu rezando uma ave-maria por intenção da alma de mamãe.
Em BH, uma semana depois, perguntei a Dalila:
-- De onde a mamãe veio e como é que ela chegou?
-- Ela surgiu de repente, vinda de uma luz forte uns dois metros diante de mim. Sentou-se a meu lado e ficou me olhando, me olhando... um olhar cheio de ternura e paz, não tirou os olhos de mim. Olhava pra mim, olhava pra você e, em seguida, pra mim novamente. Depois foi retornando em direção à mesma luz forte, que pouco a pouco se apagou.
Nos últimos meses, praticamente "fora do ar" o tempo todo, mamãe não usou mais o telefone para se comunicar à distância. E mesmo quem estava por perto não lhe conseguia arrancar uma fala totalmente concatenada, a comunicação ocorrendo praticamente só através do olhar.
Ora estava dormindo, ora caminhava na varanda, o terço na mão, se comunicando apenas com Deus.
Mas em 23 de agosto de 1992 “voltou ao ar”, dando o máximo de si como uma árvore que antes de morrer oferece sua carga máxima em produção de fruto. E não querendo para mim a mesma solidão que estava experimentando no fim da vida, dialogou comigo pela última vez:
- Lucas, você ainda pretende casar de novo?
- Você quer que eu case, mamãe?
- Não case, não!
Nos tempos em que ela “estava ainda no ar”, vez ou outra me dizia:
- Lucas, eu sempre rezo pra você ser feliz e ter um fim sem sofrimento.
- Será que mamãe não teve um fim com prolongado sofrimento? - me pergunto a mim mesmo até hoje.
- Quando sua mãe lhe disse pra não se casar, isso significa que ela era contra as mulheres? - pergunta o professor Morais.
- De jeito nenhum! Simplesmente ela não me desejou o mesmo fim que ela estava tendo: solidão pela ausência dos filhos, solidão pelo não envolvimento com as alunas e finalmente solidão pela perda da memória. Alguma luz divina a iluminou, no ocaso da existência ela percebendo que não é todo mundo que nasceu para o casamento. Certas pessoas - eu, inclusive - têm missões específicas a cumprir aqui na Terra. E desde que eu me dedique de corpo e alma no cumprimento dessa missão, estarei sempre acompanhado por pessoas de relacionamento bonito e verdadeiro, sempre acompanhado pelos meus amparadores espirituais, inclusive por ela quando estivesse na Outra Dimensão.
Será que mamãe, ao aparecer pra Dalila, não estava lhe pedindo mais compreensão e menos arrogância durante nosso envolvimento? Que ao invés de continuar agindo como se estivesse nas nuvens, permanecesse mais com os pés na terra? Que parasse de passar o carro na frente dos bois e prestasse mais atenção naquilo que está acontecendo a seu redor ? Enfim, que me desse um total crédito de confiança, não criasse encrencas, me ouvisse mais, seguisse minhas recomendações e me ajudasse a melhor cumprir minha missão com menos sofrimento?

Dalila tem muitos sintomas de sulphur e de thuya
A vantagem é que o Sulphur leva todos os males para a superfície do corpo, inclusive os sintomas energéticos, mentais e emocionais que reaparecem sob forma de sintomas físicos, de fácil percepção pelo cliente. Assim, a repertorização se torna mole, ficando uma barbada encontrar o simílimum.
É um dos maiores antídotos gerais, podendo ser usado nas supressões mal feitas e inoportunas de erupções através do frio ou tratamento externo inadequado (eczema curado por medicamento indevido).
O importante em Sulphur como simílimum é colocar o cliente com os pés no chão, fazê-lo cair na realidade, menos teórico e mais prático. Mais próximo de si e do mundo para recuperar sua energia vital, abandonando de vez sua esquisofrenia (Dalila nunca percebeu que o cadeado e corrente não fechavam a janela de meu quarto, na R. Sorrento . Não percebeu também que o colchão era colocado com os magnetos para baixo, portando distanciando seu contato com quem dorme) .
É o medicamento mais fácil e o mais difícil de diagnosticar dependendo do conhecimento que tivermos sobre ele. É também o que possui a maior quantidade de sintomas opostos. Exemplo: desejo e aversão a doces, desejo e aversão a gorduras. Desejo e aversão a leite, calorento e falta de calor, meticuloso e relaxado, lento e rápido, etc.
Quando se fixa num tema, pode estar no contrário. Por exemplo, quando o indivíduo Sulphur afirma que é honesto, na realidade é um desonesto ( a propósito, é provável que todo mundo seja honesto em alguma coisa e desonesto em outra). Assim, devemos harmonizar o indivíduo com relação a seus sintomas opostos e sintomas contrários. Sem registro no imaginário, o indivíduo Sulphur sofre muito mais.
Na psora, o indivíduo Sulphur tem medo do castigo pós morte e da pobreza em vida, vive equivocadamente num mundo de verdades próprias ( é um autista? ), faz planos mas tudo caminha de modo desorganizado.
Na sicose, os sintomas principais de Sulphur são o egoismo, ambição, ordem exagerada, egolatria (não se permite o menor erro), a mentira e corrupção. Além disso, deseja receber agrados de todos.
Quando não se conhece bem a doença, ou melhor, o simílimum, dê Sulphur e Thuya, medicamentos respectivos da psora e da sicose.
Dalila como pequena THUYA se deixa formar, conformar e deformar para não ser rejeitada, num relacionamento feio e falso com os outros. Mas comigo, agora que está certa de representar meu avô, minha mãe, a Cecília, o Nilo e Rex, ela prefere o relacionamento bonito e verdadeiro. Ainda bem!
Nas horas mais críticas desse relacionamento bonito e verdadeiro, Dalila me lembra demais o meu cachorro Nilo e meu cãozinho Rex quando avançavam contra mim, latindo nervosos e querendo me morder.
Ela se sente satisfeita com trocas afetivas bastante formais. Não se afasta dos seus, gasta mais do que ganha e incorpora normas e modelos do Sistema Convencional: por exemplo, ela paga juros de agiota, 8% ao mês.
Possessão do inconsciente por caprichos, manias e obsessões. Pranto contido (de vez em quando parece que morreu) e que só aflora em situações limites ou no sono, quando cessa a vigília consciente.
É difícil saber o que Dalila pensa. Algumas vezes ela é uma pessoa pesada (o contrário de light), que não construiu ainda a sua própria imagem (identidade) porque os conflitos infantis ainda não foram resolvidos.
É fixada em seu estigma sicótico, ou seja, lembra constantemente de ter sido doada a outra família. Esta idéia fixa, como qualquer uma outra, a impede de raciocinar com mais clareza ou de perceber corretamente aquilo que está acontecendo a seu redor. Em síntese, fica com raciocínio lento.
Ela tem fantasiosos escrúpulos da consciência como se viessem do interior do abdomen (seu lado mau) para o coração (lado amoroso, maternal, bom).
Dalila perde identidade e o contato consigo mesma ao desejar ser tudo e converter-se em nada (ao querer agradar a todo mundo, absorve as energias negativas de pessoas do tipo praga que frequentam sua casa) . Eu estou fazendo o caminho inverso, voltando do futuro, onde tive sucesso financeiro mas faltou o amor dos tempos antigos. Retorno para viver e reviver as coisas simples do passado, quando eu tinha ainda minha identidade (livro “Imagem Perdida”).
- Faço um pouco de confusão com a palavra identidade – adverte um leitor – Poderia me dar uma luzinha?
- Quando alguém vê uma novela ou um filme e fala “ me identifico muito com as imagens das pessoas e dos lugares, com as músicas e os sons naturais (os pássaros, animais selvagens, o sopro do vento, a sonoridade de um regato, a água cristalina deslizando sobre os calhaus de pedra) e com o timbre da voz dos personagens”, este mesmo alguém inconscientemente está reconhecendo o seu ambiente onde viveu no passado, quando tinha ainda identidade.
Tanto eu quanto Dalila temos a sensação de estar possuídos por um Ser Superior (Deus e o Diabo) que decide por nós. A propósito, quando eu – que sou também Thuya - fui assaltado na Av. Professor Morais, BH, às 20 hs, comecei a imaginar alguém chegando para me socorrer. De repente, um homem mulato, calça de linho, surgiu (não seria uma projeção de meu amparador? Ou foi ele que teria induzido o mulato a cruzar meu caminho na hora do assalto?) caminhando na rua em frente ao passeio, onde ocorria o assalto. E percebendo o fato através de meu olhar, arrancou o revólver da cintura e gritou, se aproximando dos dois bandidos: - polícia!
Os marginais sairam correndo, perseguidos pelo policial, minha carteira e duas notas de dez ficando caídas no chão. Aliviado, guardei-as novamente no bolso e fui saindo rápido, a consciência um “pouco doendo” por não esperar o retorno do bom homem para agradecer-lhe.
No livro “Que Belo Horizonte!” o leitor fica sabendo das várias ocasiões em que um Ser Superior me protegeu:
. ao nascer, quase fui enforcado pelo cordão umbilical. Nesse momento, devo ter sido encarnado por algum espírito que esperava na fila um corpo com características de longevidade – uns 90 anos pelo menos – que lhe permitisse completar nessa encarnação aquilo que havia iniciado na outra.
. aos 8 anos, caí de um burro bravo, que pulou com as 4 patas e nada sofri. E olhe que o “trintão” Christopher Reeves, “o Super-homem”, ficou paralítico!
. já me afoguei numa piscina, sofri 2 trombadas de carro e quase fui pego por uma carreta de contramão na estrada de Curitiba.
O livro “Feromônio da Fêmea” relata dois momentos em que uma Força Superiora veio me socorrer:
. quando estive perdido em Roma e
. ao passar invisível na Alfândega, deixando de pagar uma multa de 15.000 dólares.
No caso de Dalila, de mente paranormal, seu espírito já se projetou. E da extremidade de seu cordão (de ouro ou de prata?) ela, consciente, conseguiu ver seu próprio físico. E, ainda consciente, também já viu a alma de seu pai e a de minha mãe.
Acreditamos viver num sonho. Coisas e certos lugares desconhecidos (por exemplo, o Solar Dó-Ré-Mi) nos parecem familiares.
Fiz a Dalila doações materiais para compensar o que não lhe dei em termos de amor espiritual. Sou ”light” e crio atmosfera de segredos e mistérios, dificultando a integração social. No caso de Dalila, ela atrai demais as pessoas que só têm bico, as que têm realmente valor se afastando de nós, temerosas de compor com esses falsos.
Em outras palavras, diria que ela é uma mulher ecológica, capaz de conviver com qualquer praga.
Liberada dos pesos físicos e psíquicos (Dalila andava de ônibus e agora já pode dirigir carro. Sonhava em ter um sítio, isto virando realidade sem o mínimo esforço) seu metabolismo pode aumentar, acelerando suas potencialidades patológicas temíveis ( o episódio de Cel. Xavier Chaves em 22-4-2000, em seguida ela sacudindo o Pascoal como se ele fosse um boneco de pano que precisa ser destruído ). Dizem que Deus não dá asas a cobra. Daí, mais do que nunca ela se encontra em perigo (no meu caso, sonho que estou com os pés presos). Ela ganhará uma casa e aproximadamente 20.000 metros quadrados de terreno. Mas terá que me ajudar no cumprimento de minha missão nesse mundo.
Porém, estando quase certo de dar asas à cobra, vou adotar a filosofia dos porcos-espinhos (a lenda). Mas ao mesmo tempo fica o medo de perder mais esta paixão, uma somatória de várias outras. Melhor dizendo, não tenho medo de perdê-la mas de desfigurá-la quando ela cair de algo que a leva muito depressa. Ela chegaria tão inteira se fosse caminhando com as próprias pernas!
“Caminhar com as próprias pernas” significa aqui disciplinar-se até atingir a harmonia. E fazer um esforço para me ajudar fielmente a cumprir minha missão.
Nota: na segunda-feira da Semana Santa (20 dias antes da visão), Dalila prometeu acender uma vela por alma de minha mãe. Na sexta-feira da Paixão, foi até Ritápolis, não levou as velas que eu tinha comprado, deixando-as em casa, e muito menos entrou na igreja para rezar.
Quando se abre a porta para Deus e, logo em seguida, ele não é convidado a entrar, o Diabo entra. Isso talvez explique aquele excesso de energia negativa surgido no sábado em Coronel Xavier Chaves após termos ido ver um sítio por perto. Eu e Pascoal queríamos ganhar tempo e no entanto Dalila foi atacada pela pior das paranóias!
Mamãe, quando viva, tinha poucos momentos de raiva. E um deles era quando alguém prometia algo e ficava o dito pelo não dito. Será que ela (15 dias depois do episódio de Coronel Xavier), estaria retornando à Terra (com prejuízo para sua evolução) somente para ver de perto o rosto de uma mulher que promete e não cumpre e mesmo assim é tida como representante de minhas paixões do passado? Ou estaria vindo apenas para usufruir também de um momento de felicidade a dois?
- Estou convicta que, depois de se harmonizar, Dalila vai ajudar meu filho a ter um fim feliz e sem um prolongado sofrimento – teria pensado mamãe durante a aparição.
Um indivíduo thuya diz: - eu sou o poderoso (hipertrofia do ego).
Ele fala, faz e esquece. Mas se lembra perfeitamente do passado. Renuncia para não criar um sofrimento, que não comunica. Sofre calado mas manda matar. O luético já mata na frente do policial. Ouve uma telha trincar e diz:
- Morreu alguém.
Dalila sonhou com jaboticaba e me falou:
- Por esses dias, vai morrer alguém que eu conheço.
E, de fato, 3 dias depois, um senhor de idade, amigo dela, faleceu.

TERCEIRA AULA

O caminho de volta

Na minha segunda aula, falei de minhas paixões perdidas num passado que abandonei quando parti em busca de um futuro mais promissor.
Um futuro, onde consegui tudo, exceto um amor bonito e verdadeiro. Fiquei sem paciência para continuar me envolvendo com personagens complicados, gente ligada apenas ao prazer ou satisfação dos 5 sentidos, totalmente alienada em termos de riqueza espiritual.
Daí, comecei a fazer o caminho de volta para reencontrar meus personagens simples, de história bem contada, de amor bonito e verdadeiro e que sabiam viver bem do pouco. E não é que numa das encruzilhadas trombei com Dalila, cujos traços físicos e maneira de ser tinham muitas semelhanças com minhas paixões do passado?

Termine Com Ela!

Ao final de minha segunda aula, em junho, falei ao professor Morais:
- Eu e Dalila nos encontramos numa encruzilhada. O problema é que enquanto estou de volta ao passado, ela caminha ainda pro futuro!
- Termine com ela e arranje uma amiga mais evoluída!
- Quer dizer que se um casal em conflito procurar o senhor para um tratamento, de cara vai aconselhar a separação?
- De fato, falei sem pensar, apenas querendo ser solidário com você.
- Agradeço sua manifestação de carinho, caro professor. O senhor usou o mesmo argumento da sociedade convencional, que vibra ora na fase sicótica, quando mente para agradar, ora na fase sifilínica, mentindo de novo mas sem saber o que está dizendo.
Se eu terminasse com Dalila, o primeiro prejudicado seria o senhor, que não a teria como aluna do curso de homeopatia. Eu é que pago pra ela. O segundo prejudicado seria ela e o terceiro, eu, que perderia contato com meus personagens do passado.
Daí, meu querido professor, a solução de meu problema não consiste em terminar o relacionamento com Dalila! Meu harmonioso envolvimento com ela está amarrado a 4 itens: na doação, na fábula de convivência, na sua harmonização e no compromisso. Os dois primeiros itens são de minha responsabilidade. Mas o terceiro está ligado à eficiência do curso de homeopatia! Consequentemente, se Dalila se harmonizar, ela cumprirá fielmente o seu compromisso comigo.
E assim, apesar da pequena distância em nossa convivência diária, a cachoeira entre nossas casas vai nos aproximar muito durante o verão.

A fábula da convivência

Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberta por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém – vida ingrata – os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados e sofridos. Dispersaram-se por não suportarem durante mais tempo os espinhos de seus semelhantes. Doíam demais.
Mas essa não foi a melhor solução: afastados, bem longe uns dos outros, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções (*), de tal forma que, unidos, cada qual conservava certa distância do outro (*), mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir (*), para sobreviver sem magoar (*), sem causar danos recíprocos. Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.
--------------------------------------------------
(*) É fácil trocar palavras; difícil é interpretar os silêncios! É fácil caminhar lado a lado; difícil é saber como se encontrar! É fácil beijar o rosto; difícil é chegar ao coração! É fácil apertar as mãos; difícil é reter o seu calor! É fácil sentir o amor; difícil é conter sua torrente. Fonte: autor anônimo, conforme Catálogo do Videocurso, CPT, Ano 3, n. 13/99, Viçosa, MG. Os asteriscos foram colocados por Lucas.

A QUARTA AULA

A quarta aula fala sobre a Homeopatia Espiritual. Ou seja, enquanto cumpro minha missão aqui na terra, ensino às pessoas e aprendo com elas a caminhar na direção do todo até encontrar a casa de Deus.
Entre os diversos obstáculos se interpondo durante esta caminhada, podemos citar:
. as mil adaptações da atmosfera saturada de eletricidade
. emanações químicas e crescimento da radioatividade
. a violência urbana
Entre os três obstáculos o pior é o último, sobretudo se considerarmos que ele é gerador de medo, um sintoma mental causador de desarmonia.
Esses obstáculos não existiam na época de Hahnemann. Quanto aos dois primeiros, antes de prescrever a homeopatia, eu devo fazer um tratamento preventivo e desintoxicante. Ou então, sugerir que se faça homeopatia de plantas poluídas com essas emanações. Quem está ingerindo alimentos com agrotóxicos deve tomar homeopatia feita com estes mesmos alimentos. Por outro lado, quem está seguindo a naturoterapia certamente tomará o medicamento homeopático - caso precise - de matéria-prima sem agrotóxico.
O terceiro obstáculo é a violência urbana, que nos desvia da direção certa, nos fazendo percorrer o caminho do diabo. Daí, surge a seguinte pergunta: por que a sociedade vem se tornando cada vez mais violenta? Encontradas as respostas, vou propor “medidas energéticas” como tratamento preventivo para desintoxicar a mente das pessoas. Assim, conseguirei retirar os andarilhos da rota de Belzebu para recolocá-los na estrada que os leve até a morada de Deus.
No afã de achar essas respostas, na aula de hoje abordarei 13 temas: aprisionado pelo medo , a missão de cada um, tentando calar a voz do universo, a perda de identidade, comportamento cultural consumista, retorno às origens, alfabetização (continua na pg 65).
(inserir fotos capa, duas orelhas, pg ii, 12,53,92,96)


HOMEOPATIA ROMANTIZADA, VOL. lll, 2.001, 146 Pg

QUEM QUER MORRER EM PARIS?

Nos últimos 21 anos observei que muitos de meus amigos e alguns parentes viveram “razoavelmente” bem até a “metade da existência” e daí em diante a vida começou a complicar-se: adoeceram, os sintomas se apresentando primeiramente no espírito, mais tarde, se manifestando também no físico.
Três morreram de acidente de carro, um morreu por choque anafilático durante uma cirurgia do coração e quatro tiveram a morte apressada depois de começar a fazer uso de certas terapias hospitalares. E há ainda o caso de uma amiga que, desgostosa com o Brasil e com o casamento, divorciou-se, em seguida se mandando para a França.
- Se um dia eu tiver que morrer, terei orgulho em ser enterrada em Paris, me disse ela, os olhos brilhando de esperança alguns meses antes de partir.
Quando tive notícias dela, dois anos depois, fiquei sabendo que morreu de leucemia. Fiquei de remorso, como se pudesse voltar no tempo e impedi-la de ir para a capital francesa.
- Ah, se quando ela manifestou o desejo de morrer em Paris eu já estivesse fazendo o curso de Homeopatia! - falei pesaroso para mim mesmo – Certamente a teria convidado para ser membro do Dorreminholístico!
- Muito pior do que isso, meu caro, são os jovens que, aos 25 anos, já estão praticamente “Mortos!” – observa um colega do quarto ano de Homeopatia.
- É verdade.
- Por que acontece tudo isso? – pergunta um leitor, desejoso em se precaver.
- Leia todo o livro Homeopatia Romantizada, Vol. 3, que no fim você saberá - respondo eu.

ALGUMAS HOMEOPATIAS SALVAVIDAS

Está provado cientificamente que a Homeopatia (o simílimum) cura rapidamente uma doença aguda. Este mesmo simílimum cura também a doença crônica, porém de modo mais lento.
Eis a seguir as homeopatias receitadas aos personagens dos três sonhos e demais personagens do livro “Homeopatia Romantizada, Vol 3”. Depois de harmonizá-los, ficarei livre do estresse anteriormente causados por eles. Assim, de posse de mais saúde física e mental, não perderei tempo em dar botes curtos ao ficar curando doenças comuns. Ao contrário, darei botes longos e até saltos para curar as cabeças dos grandes membros beneméritos, cujas doenças físicas se concentram no pulmão, coração, estômago, hemorróidas, próstata, ovário, impotênca sexual, diabetes, prisão de ventre e sistema nervoso.
Síntese: as doenças agudas e crônicas ligadas ao tema ‘cobra que não anda não pega sapo’ estariam relacionadas com o coração e envelhecimento precoce.
As ligadas ao tema ‘está inscrito no código do ser aquilo que é a causa de todos os males’ se relacionariam com o sistema circulatório, coração e diáteses.
Quanto ao sonho sobre a reconciliação, é preciso perdoar, rezar pela pessoa perdoada e tomar Ácido Nítrico.
Quanto a mim, cujo amor puro foi suprimido ainda na infância, devo usar o ácido muriático.
Conforme ML Tyler, para o Jânio, que ficou 6 meses acamado, e para os outros personagens dos três sonhos, indica-se o AMMONIUM CARBONICUM.



AMMONIUM CARBONICUM

Esta homeopatia é específica para:
a) pessoas fracas, cansadas, exaustas mental e fisicamente; essa exaustão algumas vezes ocorre sem um único transtorno ou doença aparente e em outros momentos surge ao final de doenças sérias e fatais. No caso do Jânio, foi o longo repouso no hospital, uma cirurgia e, após vários meses, outra cirurgia para recuperar as pernas quebradas no acidente de moto.
b) gente com respiração curta, pessoas com tendência a uma vida sedentária (cobra que não anda), facilmente impressionáveis e para as afecções dos órgãos sexuais da mulher. Angina pectoris, pulso fraco, meningite cérebro-espinhal, pessoas doentes e de cama por vários meses, com diagnóstico de colapso cardíaco, coração degenerado (como no caso do Jânio).
c) pessoal de coração dilatação ao subir escadas ou ladeiras ou quando está num quarto quente (a cobra é animal de sangue frio, não tolerando locais quentes. No calor, sai dos buracos, dos esconderijos e começa a andar.... Efeito estufa, aquecimento da terra e consequentemente aumento na caminhada das cobras?)
d) quem sofre de palpitação, dispnéia e retração do epigástrio. Pneumonia (Jânio hospitalizado por 6 meses) com muita debilidade e sintomas indicando um coágulo no coração.
e) quando algo age fortemente sobre o coração, o pulso ficando forte e audível, piorando com qualquer movimento. Respiração difícil decorrente de ataques cardíacos. Em DOSE ÚNICA e potência bastante alta é suficiente.
f) insuficiência cardíaca ao final de uma pneumonia. Envenenamento do sangue, com prostração e forte dispnéia como se o coração estivesse sendo vencido: face inchada, escura e manchada. (sintoma semelhante causado por picada de cobra?)
g) coração enfraquecido, ausência de sintomas, falta de respostas aos remédios, o cliente tem que ficar acamado, sem fazer nada devido à palpitação e dificuldade de respirar ao movimentar-se. Usar, por 18 meses, o Ammonium carbonicum, uma dose a cada 6 ou 8 semanas.
h) envenenamentos por picada de cobras, opressão da respiração (dispnéia catarral, piorando às 3 horas da madrugada). Insuficiência cardíaca: o paciente sentia-se bem e de repente o coração falhou. O Ammonium carbonicum ministrado a tempo salvaria a vida.

AESCULUS HIPPOCASTANUM (castanha da India)

O coração está trabalhando mas as veias estão congestionadas. O fio condutor que direciona o uso deste remédio é o reto, vasos hemorroidais, sacro e costas. Sente-se melhor estando ao ar frio. Sensação de paralisia nos braços, inchaços glandulares do osso. Grande fadiga no andar, dores nas costas. Nos olhos, vermelhidão, ardência, lacrimejamento e vasos sanguíneos alargados. Reto cheio de pontas agudas. Em Ácido nítrico, lasca no reto.



ANTIMONIUM CRUDUM

É constituído por 28 partes de enxofre e 100 de antimônio. A criança não suporta ser tocada (rabugenta e irritadiça), em adulto, náusea, repugnância e disposição para vomitar consequente a um estômago prejudicado. Medicamento típico para pessoas vorazes, gordas, sentimentais (os maus efeitos das decepções afetivas), com feridas nos cantos da boca e pés aleijados. E para qualquer pessoa com inflamação reumática dos músculos, afecções artríticas, com inchaço e nodosidades. Nas contrações reumáticas dos músculos, com curvaturas dos membros. Humor sentimental ao luar (as mulheres jovens, superexcitáveis, sérias, nervosas e histéricas são dominadas pela suave luz da lua à noitinha e que atravessam as janelas de vidros coloridos).
Os sintomas mudam de localização ou vão de um lado para um outro. Descarga constante de gases, por cima e por baixo. Regorgita a comida, com gosto do que foi comido. Aversão por bebida e comida, boca amarga e vômito. Inchaço hidrópico do corpo, manchas arrocheadas nas coxas, calosidade na sola dos pés, com sensibilidade excessiva. Reumatismo na sola dos pés. Deformação das unhas dos pés. Gota, os nódulos do dedo e das articulações se tornando indolores mas o estômago e intestinos, distendidos e dolorosos. Nos idosos, constipação alternada com diarréia (é o único medicamento). Grande remédio do estômago (se sente cheio com pouco alimento), sendo também necessário nos extremos da vida. Ausência de vontade de viver, uma prostração diferente à de Arsenicum, que teme a a morte.
É inestimável nas afecções da pele, como: pápulas e pústulas (dolorimento após fricção na face ou genitais) ou elevações furunculares. Pele ulcerada, tendência a verrugas, calosidades, unhas e cabelos ruins. Os sintomas agravam pelo calor do sol, do fogo e pelos banhos frios. Indicado para Dalila, Matilde e eu.

ANTIMONIUM TARTARICUM (Tártaro emético)

Bebês e crianças pequenas que estão morrendo por bronquite e bronco-pneumonia, cianosadas e quase moribundas. E na outra extremidade da vida, pessoas idosas com o peito cheio de sibilos e sem força para expelir o catarro. Dificuldade de respirar.
Uma a duas doses CM cura impetigo contagioso. Um dos mais úteis na varíola ( também o sendo a Cicuta, Rhus Tox, Thuya e Variolinum). Afecções gastroentéricas, com sonolência.
Náuseas e vômitos, mal estar gástrico. Repugnância a qualquer tipo de alimento. Prostração de corpo e mente, indiferença a todas as coisas. Cabeça confusa, a criança não gosta de ser tocada ou observada e terá uma convulsão se houver insistência. Agarra-se aos que a rodeiam. Ortopnéia ou ameaça de paralisia dos pulmões no idoso (Barita carbônica é complementar), enfisema. Comparar com Lachesis (agravamento ao despertar), com Kali hydriodicum (edema pulmonar e muito estertor no peito, pouco catarro expelido, espumoso e esverdeado). Na hepatização dos pulmões após a pneumonia.
Face pálida (sangue sem oxigenação). Na pneumonia com sonolência, Opium também é bom (face com vermelhidão. No Tartaro, a face é pálida ou cianótica).
Retrato: face pálida e doentia, olhos fundos, anéis escuros ao redor, lábios pálidos e enrugados, narinas dilatadas, expressão de sofrimento. Está morrendo por envenenamento com ácido carbônico, que não é expelido. Em Aconitum, Beladona e Bryonia os sintomas vêm com violência, o oposto de Tártaro.emético, em cujo estado morre a maioria com bronquite e peneumonia. Não tem sede. Desejo de frutas ácidas, inclusive o vinho ácido, que os tornam mais doentes do estômago. Vômito difícil.
Têm que sentar-se na cama para respirar. Se o catarro for amarelado, indica-se Ammoniacum. No Tártaro, o catarro é branco. Idosos que sofrem de gota, velhos alcoólatras, crianças envelhecidas, tendência hidrópica.
Sinopse: sonolência, náusea, irritabilidade, odiando o toque ou a observação, sem sede, respiração quase impossível quando deitada. Junto com Carbo vegetalis, é um dos medicamentos do “último Suspiro”. Homeopatia da Matilde, Dalila, Belovô e futuros membros beneméritos.

ACONITUM

Clientes com medos intangíveis. Não apresenta o medo da pobreza, de Bryônia, o medo de trovão, de Phosphorus, o medo de cachorro, de Beladona, o medo de aproximação, de Arnica, o medo quando está sozinho, de Arsenicum e Argentum nítrico. Mas Aconitum tem medo da morte, da escuridão, da cama, de fantasma e prevê a hora da morte (enganar o relógio ou Páginas da Vida). Além disso, tem INTENÇÕES CONTRÁRIAS AO QUE DIZ.
A ocorrência deste estado mental em qualquer enfermidade ou após um choque, susto ou cirurgia, pede Aconitum. É superficial e de ação rápida. Expressão de medo na face. O paciente o toma, relaxa e dorme. Não deve ser usado em enfermidade suportada com calma e paciência. Inflamações das pálpebras, sim.
Os que mais precisam de Aconitum são os fortes e robustos, como o Belovô. Urticária anafilática após soro antitetânico, CH 30. Dores reumáticas, doenças cardíacas, com palpitação. Doença renal, com hidropsia geral. Da mesma forma que Aconitum é muito superficial para o que já se tornou crônico, Sulphur, seu crônico, é o remédio para curá-lo. Calcárea é o crônico de Beladona.
Nunca dê Aconitum nas febres resultantes de envenenamento do sangue, como nas escarlatinas e febre tífoide. Mas somentes nas febres de ataque rápido e agudo.
As dores de Aconitum picam ou formigam (dores intoleráveis), as de Lachesis martelam, Bryônia, Kali carb. e Spigelia dão pontadas e golpes (Briônia e Spigelia, em movimento, Kali, independente), enquanto Arsenicum pode picar com agulhas quentes.
Aconitum não consegue ter uma sequência de pensamento, o começo de cada uma sendo afugentado pelo começo de outra. Finas pontadas na língua, inflamação dos olhos, fotofobia. Homeopatia para o Belovô e Matilde.


HOMEOPATIA ROMANTIZADA, VOL lV, 2005, 144 Pg

A FELICIDADE SEGUNDO A DIANÉTICA

Existe uma necessidade de prazer e de esforço rumo a objetivos conhecidos. Esta necessidade é tamanha que podemos nos submeter a situações de dores para consegui-la. O prazer é o elemento positivo.
É a alegria encontrada no trabalho. A contemplação da obra acabada. A leitura de um bom livro, a companhia de um caro amigo, o luxo de ferir a pele dos joelhos ao escalar um rochedo famoso.
O orgulho de ouvir pela primeira vez a criança dizer “papai”. Presenciar uma partida final de seu país numa olimpíada ou ouvir os suspiros de amor que escapam de uma porta semi-aberta.
É a aventura, a esperança, o entusiasmo, o ato de comentar: “um dia escreverei um livro”.
Falar de projetos que jamais serão realizados. A gostosa comida, a menina bonita que a gente abraça, o jogo agitado da Bolsa, lembranças, pontos de vista.
Quando seus atos são motivados pelo amor, não há perda de energia. Ao contrário, ela se multiplica e se acumula, podendo ser canalizada para qualquer realização, inclusive para riquezas ilimitadas.
E você se sentirá leve, alegre e livre. E seus sonhos estarão sempre disponíveis porque seus desejos vêm da felicidade e não da ansiedade e do medo.
A propósito, declare a si mesmo a intenção de estar satisfeito e de experimentar prazer, alegria, liberdade e autonomia em todos os momentos da vida.

A LOCALIZAÇÃO DA ALMA

Numa noite de comunicação plena e muita libidinagem na vida de um casal, o pênis do homem deixou escapulir na vagina de sua companheira milhares de espermatozóides afoitos. O mais espertinho conseguiu chegar primeiro ao ovário para fecundar o romântico e sonhador óvulo. Neste exato momento, a inteligência da natureza ou alma cósmica se alongou toda até ficar bem próxima da alma interna do novo ser e, dando-lhe a mão, disse:
- Parabéns, meu irmãozinho.
- O espermatozóide que chegou primeiro para fecundar o óvulo... que mistério é esse? – perguntou o irmãozinho, ainda um embrião.
- Há vários séculos atrás, Aristóteles já dizia que a localização da alma no corpo humano varia conforme a idade desse mesmo corpo: no começo da vida, a alma se localiza na perna, a criança gostando de correr o tempo todo, sobretudo atrás de uma bola. Na adolescência, a alma se estica até o umbigo, atuando principalmente daí ate os joelhos. Tudo se resume em sexo. Na idade adulta, a alma se alonga até o coração, o indivíduo adquirindo o gosto pelo amor. Quando os cabelos começam a ficar brancos, a alma se estica até a cabeça, a pessoa pegando o hábito da meditação... - Se eu entendi bem, esse raciocínio só é válido depois que a criança nasce, não?
- É válido também dentro dos órgãos masculinos e femininos, antes e após a concepção. O espermatozóide que chegou primeiro era um adolescente muito criança ainda. Daí, por natureza, sua alma tendo mais energia vital nas pernas do que a alma de seus irmãos, sem nenhum estresse ele colocou seu talento amoroso a serviço da eternidade (mais conscientização na dica 02, pág. 20 de Homeopatia Romantizada, vol. 4).

O SER HUMANO E SEUS SIMBIOTAS.

Esse novo ser humano, e a maioria que dele se originou, desenvolver-se-iam, até há 10.000 anos atrás, seguindo o comportamento dos pais, que viviam em harmonia com as leis da natureza. Exatamente como os demais seres vivos ou simbiotas, cada um cumprindo uma missão, todos ajudando uns aos outros.
Até essa época, o ser humano usou seu livre arbítrio para administrar melhor esta simbiose. Mas de lá até nossos dias, como esse mesmo livre arbítrio foi usado para se levar vantagem, a situação foi mudando, mudando até se transformar na calamidade em que vivemos hoje.
- Que calamidade é esta? – pergunta uma leitora, curiosa em comparar a vida de hoje com a de antigamente.
- Se antigamente a alma interna estava sempre de mãos dadas com a alma cósmica, hoje isso não acontece mais por causa, principalmente, dos sucessivos traumas experimentados, sobretudo nos momentos de “inconsciência” (págs 20, 22, 30, 41 e 51) – responde quem escreve.
- Por que tantos traumas se a vida está se tornando cada vez mais fácil para a humanidade?
- Ação dos deontocratas, com uns poucos levando vantagem sobre muitos (pág. 61), desrespeito às leis de convivência (pág. 30), paternalismo ou assistencialismo (págs 22 e 64), reação ao meio ambiente (pág. 63) e segregação genética (ainda a redigir).

AS CALAMIDADES EM QUE VIVEMOS HOJE

Num cérebro repleto de traumas, o indivíduo vai se orientar através do lado emocional, que só passa informações erradas. Daí, tal tipo de indivíduo toma decisões as mais desastradas possíveis. Então, é preciso eliminar os traumas utilizando a técnica do “retour” (pág. 22), fazendo expansão da mente (pág. 41), entendendo e respeitando as leis de convivência entre os simbiotas (págs. 30, e 51), meditando (págs. 30 e 41), fazendo uso do sociograma familiar (pág. 64), da homeopatia (pág. 82), da terapia real ou urinoterapia (ver livro “Homeopatia Romantizada, Vol l”) ou se envolvendo em atividades criativas (pág. 104).
Mas como conscientizar tais indivíduos e convencê-los a se engajar nessas terapias?
Para o povo brasileiro, originado de pessoas deportadas de Portugal, a carga genética possivelmente sobrecarregada de traumas, de modo geral, isso seria um programa de governo. A começar pelo maternal e jardim de infância, continuando nos cursos de primeiro e segundo graus, onde a disciplina terapêutica, teórica e prática, seria obrigatória.
Mas será que políticos, em sua maioria, assistencialistas, vão querer um programa desse tipo?
Daí, o melhor é trabalhar apenas com famílias, sobretudo naquelas onde os cônjuges ou filhos acima de 25 anos já passaram pela experiência quase morte (EQM) física ou espiritual. Exemplo de EQM física está na pág. 70, EQM espiritual, págs. 70, 72 e 73 de Homeopatia Romantizada, vol 4.
Após a leitura do livro, muitos vão se conscientizar da necessidade de fazer uso de pelo menos uma das terapias recomendadas. Enquanto outros já vão se sentir motivados a se engajar com a família Dorreminholístico
- Você é contra a família tradicional? – pergunta uma leitora.
- Pelo contrário! Sou muito a favor! O problema é que muita gente não tem a mesma sorte que você de pertencer a uma família tradicional e unida, de convivência sadia, muito amor...e é pra essa gente, sem sorte no amor e convivência, que criei a essa família holística.
- Quer dizer que o Dorreminholístico não aceita gente de família tradicional?
- Pelo contrário! Essa gente é benvinda! Entre nós não há discriminação. E a propósito, apesar de o Instituto não ter vìnculo com qualquer religião ou qualquer partido político, as pessoas de todas as religiões e de qualquer partido político são benvindas.
Eu estava falando de engajamento, não é mesmo? Então, além dos leitores, preciso convencer também alguns membros da atual diretoria a “vestirem a camisa” do Instituto. Minha esperança é que isso aconteça e, de preferência, imediatamente após lerem o livro. Espero que se conscientizem e peguem o hábito de agir corretamente.
Caro leitor, se após a leitura do texto e das dicas você se conscientizar de que precisa ficar livre dos traumas descritos por estes autores é porque realmente deseja viver numa nova realidade. E é aí que o Dorreminholísticco o acolhe de braços abertos, esperando que você seja mais um “filho adotivo” ou membro benemérito (págs. 97 e 100).
- Por que se engajar nesta nova filosofia de vida – perguntará a si próprio a maioria dos leitores – Já não chegam os problemas enfrentados na minha realidade?

SEM HORIZONTES...

É possível que alguém só adote uma nova realidade quando não enxergar mais nenhum horizonte naquela em que está vivendo. Nessa situação, como primeira alternativa, esse mesmo alguém usaria o tabaco, álcool e drogas (inclusive certos medicamentos alopáticos) e até o suicídio para evitar a condição de morto-vivo. Como segunda alternativa, ele poderia optar em ser um filho adotivo de nossa família holística. Todavia, precisa frequentar uma clínica antiestresse de terapias alopáticas em casos muito graves e de terapia energética nos demais casos.
Quais os principais horizontes da realidade atual? São muitos mas, dependendo da fase da vida em que se encontra o leitor deste livro e de sua visão de mundo, seu desejo de continuar vivendo se prende apenas a um entre os seguintes:
- Não tenho tempo - observa alguém - Preciso quase me matar de esforço para conseguir um dinheirinho e viver numa condição mínima exigida pela sociedade de consumo.
- Não ter tempo significa ser escravo do sistema e não possuir vida para si próprio – adverte quem escreve (págs. 61 e 64).
- Além de não ter emprego, ainda me estresso com o medo diário de ser vítima de algum marginal – choraminga um leitor – Ando tão desanimado da vida! Ah, se alguém me ajudasse!...
- Se você se envolver com a terapia descrita na dica 2B, pág. 22, não terá mais problema de desemprego. E a melhor ajuda virá de você próprio!
- Em vez de convivência sadia, o que enxergo é uma disputa desleal, cada um querendo comer o outro! – exclama um segundo leitor.
- O que parece amizade ou amor não passa de uma mentira disfarçada, o objetivo oculto sendo o desejo de levar vantagem ou de satisfazer as necessidades sexuais. Na melhor das hipóteses, é uma troca de favores – garante uma leitora esclarecida.
- A população aumenta e o emprego diminui. Além disso, os postos de trabalho em sua maioria dizem respeito a tarefas de rotina, que poderiam muito bem ser executadas por robô – observa um leitor, adepto da informática.
- E a criatividade? Onde é que se poderia usar o lado direito do cérebro, que corresponde a 90% da capacidade mental? Será que este lado da cabeça vai morrer virgem? – questiona um leitor artista.
- Tô nem aí! – adverte uma estudante de enfermagem – Meus pais se esgoelam mas conseguem pagar meu curso superior. Depois de formada, meu futuro estará garantido.
- Quanta ingenuidade! – falo eu – Acho melhor consultar a dica 2F, pg. 51.

LIVRANDO-SE DA EXPERIÊNCIA QUASE MORTE

Numa “cegueira” como essa, sem possibilidade de avistar qualquer horizonte, o estado espiritual de cada um corresponde a uma sensação física chamada de EQM ou experiência quase morte (págs. 72 e 73). Nesta condição, as pessoas predispõem seu organismo a contrair uma doença aguda e a morrer logo. Principalmente se elas já sofrem de alguma doença crônica. Quando não morrem, continuam vivendo como “morto-vivo”.
- Vale a pena continuar vivendo como morto-vivo? - questionarão alguns dos leitores.
- Bobagem, sô. O prazer eu consigo quando faço uso de uma droga: maconha, cocaína, crack ou qualquer outra – garante alguém.
- Quando uso uma droga, eu viajo gostosamente pelo lado direito de meu cérebro! – exclama um usuário.
- Mas a nova lei anti-droga vai punir severamente os fornecedores e obrigar a fazer tarefas comunitárias todo aquele que a usa – adverte um leitor psicólogo – Além de não ser um trabalho criativo, os usuários que não forem pegos correm o risco de prejudicar a própria saúde física e mental, além de criar uma dependência infinita.
- A vida é uma ilusão – comenta uma idosa algumas horas antes de ter um derrame cerebral.
Num domingo à tarde, deitada em seu leito, preocupada com seu filho quarentão, que ainda procura a mulher de sua vida, a mãe ainda tem tempo de lhe dar um último conselho. Apesar de a língua já estar um pouco presa, ela lhe pergunta:
- Felipe, você pretende casar de novo?
- A senhora quer que eu me case, mamãe?
- Não case, não!
Quem está com uma boa saúde mental (pág. 80) não precisa chegar ao fim da vida para se conscientizar da escravidão generalizada que existe hoje no mundo ocidental. O que a mãe de Felipe disse é apenas um modo gentil de falar a mesma coisa que Milton Greco e Waldemar De Gregori disseram em seus livros.
- Ah, é? – intervém outra estudante de enfermagem – Preciso ler estes dois livros. E, quando me formar, logo que eu adquirir o hábito da leitura, aprender a fazer redação socializada, as quatro operações aritméticas, produzir agricultura orgânica e fazer uso de terapias energéticas, vou me inscrever no programa de reforma agrária, receber um pedaço de terra e trabalhar para mim mesma.
Até nos E.U., o país mais rico do mundo, cerca de 30% das pessoas estão preferindo largar as tarefas rotineiras para trabalhar naquilo de que mais gostam, apesar de perderem 70% da renda.
Perdem na renda mas diminuem no consumismo, em razão do aumento e da melhoria na convivência e no amor (págs. 61, 64, 73, 79, 80, 100 e 110). O envolvimento com atividades criativas também contribui para diminuir o consumismo (pág.104).
- E o aluguel, comida, escola para os filhos, segurança e saúde? – pergunta um leitor, estudante de Economia.
- Trabalha-se em atividades onde haja oferta de emprego, mesmo não gostando. E nas horas vagas, envolve-se em atividades rurais, agricultura orgânica...- respondo eu.
O certo é que se trabalharem apenas 30% de seu tempo livre em tarefas de que não gostam, no período restante as pessoas vão se envolver com tarefas de que gostam numa comunidade agrícola.
Esses 30% tomaram essa decisão porque têm cabeça boa.
Dos 70% restantes, uma minoria é dotada de cabeça boa e alcançou o sucesso profissional, enquanto a maioria não teve a mesma “sorte” na profissão. Entre esta maioria, alguns têm cabeça boa mas não foram educados para ser produtivos. Os outros têm o cérebro cheio de lixo, ou seja, todo o tipo de manipulação, traumas e “engramas,” impedindo-os de raciocinar a seu favor (pág. 22).
Os de cabeça boa pegaram o hábito de se envolver com o consumismo (a propósito, veja meu filme em dvd “Clube da Existência”) ou a se preparar para o futuro mas para “trabalhar” como empregados no meio urbano. Têm consciência da falta generalizada de novos empregos, sentem necessidade de mudar, trabalhando por conta própria, mas não têm coragem nem perseverança para “pegar o touro a unha” na cidade ou mesmo no meio rural, onde a economia cresce mais.
Frustrados profissionalmente e desiludidos com os vínculos familiares, cujos desmontes aumentam cada vez mais, uma elevada percentagem dos que tinham cabeça boa se sente traumatizada, passando a viver como se tivesse experimentado uma EQM espiritual (pág. 72).
Quando cada uma das pessoas mal sucedidas, tanto no meio urbano quanto no rural, se tornar sensível às informações contidas neste livro, certamente vai querer adotar uma das terapias recomendadas para ficar livre desse lixo mental, dos traumas e dos maus hábitos. Algum tempo depois, o cérebro, já funcionando com precisão e clareza, vai comandar o respectivo físico, livrando-o de doença, restituindo-lhe a energia vital, novos horizontes se oferecendo ao indivíduo.
A partir daí, muitos dos mal sucedidos poderão continuar na cidade ao se tornarem um novo privilegiado. Ou agir como os 30% de americanos: não explorar e nem ser explorado por ninguém. Ao contrário, vão trabalhar naquilo onde ele é talentoso e colocar esse talento a serviço da comunidade (págs.30 e 41).
Quem detesta o meio rural, uma maneira prática é garantir uma renda mínima, mesmo trabalhando no meio urbano com algo de que não gosta. E, nas horas vagas, vai se envolver com alguma atividade que coincida com seu talento único (pág. 30).

UMA BOA DECISÃO

Uma boa decisão depende da quantidade de informações corretas que cada pessoa toma. O problema é que um cérebro doente, cheio de lixo e de traumas, tem dificuldade em diferençar informações corretas de falsas informações.
Você vai limpar seu cérebro, tornando-o apto a reconhecer informações certas de erradas, se fizer bom uso das seguintes terapias, descritas no livro Homeopatia Romantizada, Vol.4, nas páginas 22 (dianética), 64 (sociograma familiar), 41 (leis de convivência entre os simbiotas), páginas 63, 80 e 82 (homeopatia), pág. 83 (projeciologia) e, no livro “Homeopatia Romantizada, Vol. l”, nas pág. 104 (atividades criativas e terapia real ou urinoterapia).
Se em vez de escritor, você deseja se tornar um iluminado, basta limpar todo o lixo de seu inconsciente, responsável pela conexão com o lixo cósmico do inconsciente coletivo. Limpando-se este lixo de sua alma interna, sua parte limpa ou clara passa a se conectar somente com a parte limpa ou clara do inconsciente coletivo existente no cosmo.
Agora, terá uma nova cabeça e um físico apto a cumprir as 4 dinâmicas, sobretudo quanto ao uso da energia sem prejudicar seus simbiotas. Assim, você fará opção em trabalhar por conta própria, já que se tornou dinâmico, cheio de força de vontade e muita autodeterminação.
E, quem sabe, vai até aderir à nossa Família Holística?
- Falar é fácil! – garante um leitor – O difícil é fazer! Será que o autor tem alguma competência para criar este tipo de família?
- Depois de enfrentar tantas calamidades, acho que tenho, caro leitor. A propósito, continue lendo e logo adiante verá sua resposta.
Quem se tornar membro benemérito de nossa família holística, terá a chance de frequentar cursos, palestras ou passar férias em BH, Tiradentes e na fazenda, em Ritápolis.
Mesmo aqueles que não se engajarem podem se beneficiar com a leitura do livro. Ao se utilizarem dos métodos prescritos no texto para se livrar dos traumas, a mente ficará livre e receptiva a novos ensinamentos, pronta a evoluir, maior disposição de espírito e mais vitalidade.
Na segunda realidade, podem se transformar em parceiros dos empresários, sócios ou apenas funcionários com participação nos lucros. E para aqueles que, após a leitura, quiserem continuar na mesma rotina, que o façam com alegria e sejam perfeitos nas tarefas realizadas, cientes de que estão cumprindo fielmente a sua missão aqui na Terra.


HOMEOPATIA ROMANTIZADA, VOL. V, 2006, 128 Pg

Madalena, intrigada em já ter lido os volumes 1, 2, 3 e 4, de “Homeopatia Romantizada”, perguntou:
- Por que mais este volume 5?
- Ele ajuda no aprofundamento da percepção diária da realidade e desperta a consciência das pessoas quanto ao “jogo da existência” - responde quem escreve.
Muita gente passa a maior parte da vida como se estivesse bêbada. Melhor dizendo: quando bebe, fica bêbada e quando não bebe, parece que bebe.
No cassino da vida, a maioria das pessoas está apostando um número cada vez maior de fichas para abiscoitar uma sominha de dinheiro cada vez menor.
Ficha, neste caso, é a energia diariamente despendida e sominha de dinheiro é a retribuição.
Em termos de retribuição, o livro vai enfatizar a importância das não monetarizáveis. Ou seja, dos momentos vividos ou das energias fornecidas que não têm preço.
Depois de se aprofundar na percepção diária da realidade, o leitor precisa aprender a sintetizar seu pensamento, a formatá-lo no sentido de tomar uma atitude ou se comunicar com alguém.
E agora um lembrete: perceber algo significa ser sensível; e a sensibilidade depende de uma boa saúde, tanto física, quanto mental. Uma saúde proporcionada pela naturoterapia, pelo uso do lado direito do cérebro e de terapias holísticas, entre elas a homeopatia. O volume 5 conscientiza sobre isso.
A propósito, as supressões de sintomas físicos por meio de produtos químicos têm diminuído cada vez mais a sensibilidade dos organismos vivos, que perdem a alma e se tornam cada vez mais prisioneiros desses produtos. O livro fala disso, do mau uso do livre arbítrio como indutor de doenças e de uma família holística que vai ajudá-lo a recuperar a alma. Bom proveito, minhas queridas e queridos leitores!


LITERATURA PRODUZIDA
PELO DORREMINHOLÍSTICO

Pedidos pelos tels (31)3427-1131 ou 9431-1897; preço do exemplar, incluído frete: R$15,00.
Eis, a seguir, alguns trechos de livros escritos por um dos membros do Instituto.
Convém lembrar que estes livros foram escritos antes de esse mesmo membro fazer parte do Dorreminholístico. Naquela época, como esse ”escritor” ainda procurava sua outra metade, a linha condutora de seus livros se baseava no envolvimento e erotismo. Portanto, nenhuma censura pode ser feita a um passado de alguém. O importante é que o “personagem” curtiu como pôde a filosofia de vida ditada pela sociedade de mercado até perceber sua verdadeira missão nesse mundo.







IMAGEM PERDIDA, 1991, 152 p

HÁ SEMPRE UM CRISTO QUE MORRE PARA NOS SALVAR?

- De hoje em diante não faço mais cinema, Rúbio. Além das frustrações, ainda gasto todo meu salário com isso!
- Ótimo! Assim, o dinheiro que você ganha como agrônomo aqui no Ministério vai sobrar pra gente ficar sócios na fábrica de brinquedos.
- Fábrica de brinquedos, nada! Eu vou é tirar férias-prêmio e viajar para a Europa. Seis meses, já imaginou?
- Beleza!
Ambos ficaram se admirando, felizes, cada um sentado à sua mesa de trabalho. Apenas a fisionomia de Rúbio permaneceu alegre. A de Jonas foi se apagando até se tornar triste, quando aproveitou para retificar a fantasia, ou melhor, o desejo.
- O problema será a falta de envolvimento com alguma paixão.
- Cê pode arranjar alguma por lá.
- Não acredito. Em 1975, ainda trabalhando como engenheiro agrônomo, ganhei uma bolsa do governo francês para fazer doutorado em Economia Rural. Ainda me lembro de que o Corsino, um colega de curso audiovisual de francês, me disse: “se ganhar uma bolsa para a França, quero uma pra cinema.” Meu coração quase foi a zero, eu morrendo de inveja.
- Por que inveja, se você trabalha como agrônomo e ganhou uma bolsa pra se especializar nesta profissão?
- Desde os dezesseis anos, queria mexer com cinema, ser artista. Respondi a um anúncio de jornal, chegando até a escrever pequenos argumentos, com efeitos sonoros e tudo, e enviei.
- Veio resposta?
- Como resposta, a firma me mandou uma carta, contendo uma lista de quatro livros que eu deveria comprar.
- Que decepção, hein?
- Foi a primeira entre muitas. Depois, pouco a pouco, as pessoas foram me tirando essa ilusão da cabeça. Me aconselharam a me preparar pro futuro.
- E que futuro...
- Aliás, desde pequeno, quando morava na fazenda, meus tios e avós já me falavam disso. E de tanto ouvir tais conselhos pela vida afora acabei me condicionando a me ligar em algo de futuro.
- É isso aí: água mole em pedra dura tanto bate até que fura...
- Se bem que entre minhas atitudes cotidianas, muitas continuaram sendo inspiradas em cenas cinematográficas
- Ah, é?
- Por exemplo, em Belo Horizonte, nos sábados, de madrugada, quando chegava em casa, vindo de uma festa, abria a porta do quarto sempre na expectativa de encontrar um bandido pronto pra me atacar.
Jonas interrompe a narrativa e, percebendo que o Rúbio o ouve com muito interesse, continua:
- Apesar do condicionamento, mesmo “me preparando pro futuro”, dava pra me envolver com algum tipo de arte.
- Por exemplo?
- indo ao cinema ou aprendendo música durante o primeiro grau, ou fazendo teatro e até escrevendo num jornalzinho durante o curso universitário.
- Você esperava por um revertério e explodir como artista?
- O problema é que o tempo passou e, de repente, ia me formar como agrônomo. E já estava até noivo! Foi então que meu sonho oculto acabou de se enterrar em definitivo. Senti aquele punhal me atravessando o coração.
- Que drama!
- A partir dali, deveria me resignar, cultivando apenas o sonho direcionado pelo Sistema: vencer na profissão e criar família. Fiquei condicionado definitivamente!
- Se ficou condicionado, por que então a inveja?
- Meu lado racional ficou condicionado. Mas meu lado emocional, não. Nas profundezas de meu inconsciente ainda permaneceu o desejo de ser artista.
- E aí?
- E aí, a fala do Corsino soprou as cinzas, colocando novamente a descoberto as brasas de meu fogão a lenha, ainda não transformadas em carvão.
- E o coração voltou a pulsar forte?
- Sem dúvida. A propósito, falei pra mim mesmo: “algo de extraordinário acontecerá comigo. Na pior das hipóteses, trarei uma máquina que me deixe invisível ou conhecerei alguma francesa, espécie de mulher ideal, pra viver comigo.”
Jonas baixa os olhos, meio frustrado, e volta a encarar o Rúbio, arrematando:
- Enfim, o doutorado em Economia Rural eu fiz, voltando desiludido com a profissão. O cinema, aprendi a fazer e, depois de dez anos realizando filmes, estou frustrado. Sem falar que a sétima arte me deixou mais transparente do que invisível. Quanto à francesa, só conheci paqueras. Se bem que com alguma tive casos originais que dariam um bom livro de comédia erótica.
- Você me disse que o cinema te deixou transparente. Como assim?
- Eu não conseguia curtir os momentos atuais oferecidos pelo Sistema. Por isso, preferia fazer filmes surrealistas e acabava me expondo. Desiludido da vida, não tendo mais nada a perder, comecei até a gostar desse tipo de terapia. E esse prazer aumentava tremendamente quando o filme era projetado por mim e debatido com a platéia.
- Então, por que parou?
- Gradativamente fui me sentindo desanimado com esse cinema surrealista, muito caro e trabalhoso.
Num pequeno intervalo de silêncio, Rúbio, ainda alegre, observou, da cabeça aos pés, ao Jonas, cabisbaixo, olhar sem vida, que levantou a cabeça, olhar decidido:
- Vou escrever meu epitáfio : NÃO ENCONTROU SUA OUTRA METADE PORQUE LARGAVA TUDO PELO MEIO.
O telefone tocou, Rúbio atendeu.
- É pra você, Jonas ( este pegou o fone e ouviu)
- É o Jonas? É Diva, sua mana, de Belo Horizonte. Escute: pegue o avião, urgente, que papai está no hospital, em estado de semi-coma.
Em casa, fez rapidamente uma bagagem leve, tomou um taxi e foi para o aeroporto de Brasília. Naquele dia, só restava mais um vôo, já lotado. Ao ficar na lista de espera, convenceu o funcionário a colocá-lo como o primeiro.
Subiu pela escada do avião, sentou-se numa poltrona, na frente, apertou os cintos e começou a ler o jornal a fim de desviar seu pensamento negativo com relação ao pai. O aparelho levantou vôo, as aeromoças, após instruções de bordo, serviram o lanche, cerveja, refrigerantes e vinho. Preferiu vinho, dois copos, para amolecer um pouco as idéias.
Uma hora e meia depois, Jonas chegou ao apartamento do hospital e cumprimentou, sorriso amarelo, sua mãe, os irmãos e pessoas amigas; alguns em pé, outros sentados na cama, ao lado.
Um dos irmãos falou que o fotógrafo Jésus, já em semi-coma , umideceu os olhos de lágrimas quando alguém, insensível, comentou sobre o fim que se aproximava.
Para evitar aquele ambiente de velório e dar algumas esperanças ao moribundo, Jonas mostrou aos visitantes o cartaz do último filme de seu amigo Rafael - ADMIRÁVEIS ABOMINÁVEIS - no qual trabalhou como assistente de direção. Os visitantes mostraram interesse, querendo saber detalhes. Neli, a cunhada, até lhe pediu o cartaz para colá-lo na parede da sala onde trabalha. Para satisfazer a todos, Jonas prometeu que numa próxima viagem a BH entraria em contato com os dirigentes da sala Humberto Mauro, objetivando conseguir aquele espaço para projetar-lhes o filme.
Acompanhado da enfermeira , o médico entrou no apartamento, cumprimentou com um leve sorriso as pessoas presentes e anunciou:
- Vamos ser obrigados a fazer outra transfusão de sangue e administrar-lhe alimento através de tubos ( sem olhar a reação dos parentes, completou). Assim, ele terá ainda mais uns três meses de vida.
Diante dessa perspectiva de melhora, Jonas retornou a Brasília. Quinze dias depois, num domingo, às oito da manhã, já estava de saída para jogar tênis, quando recebeu outro telefonema da irmã Diva.
- Papai morreu.
- Morreu? O médico não disse que ele viveria mais três meses?
- Pois é, morreu às seis da manhã. Meia hora antes, a enfermeira havia tomado seu pulso e medido a pressão. O coração estava perfeito. Às seis, a máxima e a mínima acusavam zero.
- O enterro será amanhã?
- Hoje, à tarde.
Jonas chegou a tempo ao cemitério da Colina, em Belo Horizonte. No velório, ficou chocado quando viu uma placa com o nome do pai : JÉSUS DOISMIL. Na realidade, gostaria de ver aquele nome impresso não ali mas num artigo de jornal, capa de um livro ou mesmo assinando a direção de fotografia de um filme. Ele, que já usufruira desses privilégios, foi tomado momentaneamente por um complexo de culpa.
Por outro lado, pôde rever pessoas interessantes, entre elas o seu tio Tatá que, num toque de humor, comentou :
- Comprei uma sepultura aqui que visito toda semana com medo de encontrar alguém enterrado em meu lugar.
Terminada a cerimônia final, Jonas foi para a casa da irmã Moni, onde ficou com a mãe durante três dias.
- Não tenho mais nenhuma ilusão nesta vida ( relatou Eunice, o olhar completamente opaco, direcionado para Jonas).
- Por que não procura relembrar os momentos felizes do passado?
Eunice e Jonas caminhavam no quintal da casa, limitada ao fundo por uma pracinha sem residências, encostada na montanha do Bairro das Mangabeiras, coberta de vegetação típica do cerrado. A pracinha ficava em frente ao lote, onde mais tarde seria construída a Escola Guignard.
- Mamãe, quando a gente vive, pela primeira vez, um momento alegre ou triste, a gente está tão emocionado que só é possível curtir esse momento algum tempo depois, quando nos lembramos. Por isso, lembrar é viver com curtição.
- Ah, meu passado é muito triste. Além do mais, ando tão sem memória!
- Mamãe, a senhora já alcançou a eternidade. Quando deu aulas de corte e costura a uma aluna e esta se tornou professora, significa que a sabedoria da senhora, seu modo eficiente e enxuto de fazer os outros aprender, vai continuar se alastrando através dessa ex-aluna.
- Tem aluna que aprende tão bem que quando a memória me trai, eu recorro a ela.
- É muito importante que essa nova professora ensine com tanta eficácia e tamanho entusiasmo que a nova aluna se torne também professora.
- Entre minhas alunas tive notícias que algumas viraram professora.
- Assim, de aluna em aluna, de professora em professora, a senhora continuará sempre muito viva, com muita criatividade e muita memória. Quando a senhora for pro céu, eu gostaria de já estar lá, mamãe. Pra recebê-la de braços abertos e dar-lhe as boas vindas. Tenho certeza de que espiritualmente estarei lá!
Regressando a Brasília, retornando ao serviço, Jonas comentou com o Rúbio, seu colega de sala:
- Por quê toda aquela vontade de viver por parte do fotógrafo Jésus, apesar de seus 89 anos? Além do mais, levava uma vida vegetativa, chegando ao cúmulo de permanecer quase o tempo todo de cama, em casa, nos últimos três anos.
- Ele sofreu muito?
-Três dias antes de morrer, quando liguei para BH, podia ouvir, pelo telefone, homéricos gritos de dor emitidos por ele. E mesmo assim, fiquei sabendo que pediu à irmã Diva, que largou a Congregação Salesiana para cuidar do pai, que o ajudasse a se curar daquela doença. Queria viver mais, muito mais.
- Caramba! Ele, com 89, querendo viver mais e você, nem ainda cinquentão, quase desiludido da vida.
- Refletinto por alguns dias, passei a vida de meu pai a limpo, dividindo-a em três fases: ativa , alternativa e de lembranças. Na fase ativa, ele trabalhava como fotógrafo ambulante, mudando-se de cidade à medida que a clientela ia acabando. A fase alternativa foi aquela em que, de posse de uma herança recebida pela esposa, resolveu abandonar a fotografia e se dedicar ao comércio hoteleiro. Finalmente, Jésus daria maior conforto à família, além de permitir que os filhos se preparassem pro futuro.
Jonas encara, reflexivo, ao Rúbio e continua:
- Se a fotografia já estava sendo um verdadeiro fardo naquelas alturas, na nova profissão a vida lhe ficou uma moleza, ele trabalhando apenas na função de caixa. O problema é que a partir daí foi ficando hipocondríaco cada vez mais até a idade de 84, quando adoeceu mesmo e entrou na fase de lembranças.
- Então, seu pai virou um Cristo: morreu para salvar os filhos!
- Agora é que pude entender o porque de seu olhar triste, parecendo suplicar compreensão, como se nos pedisse: “não quero continuar uma simples ficção. Preciso voltar a ser real.”
- Não entendi
- Um outro dia lhe explico. O que me dói ainda é que três anos antes de morrer, me chamou num canto e disse: “Jonas... passei quase metade de minha existência achando que estava doente e não estava. Agora , estou mesmo e como é duro a doença!”
- É uma barra, né?
Pensa um pouco e olha fixo para os olhos de Jonas. Esboça um sorriso e arremata, decidido:
- E então? Vai se associar à minha pequena fábrica de brinquedos?
- Não. Meu objetivo não é ganhar mais dinheiro. É me envolver com algo que me dê uma razão de viver.
- Aí é que está o problema.
- Já tá solucionado: para não ter o mesmo fim que meu pai, decidi retomar esse fardo pesado, que é a atividade cinematográfica. É fardo mas também é paixão.
- É ...( olha-o dos pés à cabeça). Já tem algum filme em mente?
- Vou filmar a vida de meu pai, desde quando começou com fotografia, aos 22 anos. Fazê-lo voltar de novo à condição de personagem real. Depois que virou ficção, seu papo ficou chato e convencional. E eu até evitava conversar com ele. E hoje, com remorso, quero ressuscitá-lo, torná-lo real, impregnado daquele antigo carisma que fazia a gente morrer de vontade de conversar com ele.
- Se você tivesse filmado ele nesses últimos momentos, ficaria original, sem necessidade de ator.
- Não teria tamanho sangue frio. Além do mais, ele sai de cena exatamente quando abandona a fotografia, aos 51 anos, em 1949. Já tenho até o título: IMAGEM PERDIDA.
- Você conhece toda a vida dele?
- Minha mãe me contou. Sempre que eu ia a BH, conversava com ela sobre isso. Cada vez me falava sobre um detalhe a mais. Fui sempre anotando.

DOZE MESES DEPOIS...

Segunda-feira cedo, deixou-a em casa: ela mudaria de roupa antes de ir para o Ministério do Interior, onde trabalhava como arquiteta. Enquanto isso, Jonas se dirigiu ao “MARA”, para continuar seus trabalhos de vídeo. De cara, encontrou seu colega de sala, o Rúbio, 30 anos, careca, estudante de economia, metido a anarquista, meio revoltado, um machão, dominador da esposa que, vez ou outra tentara se rebelar.
Antes do carnaval, Jonas já havia falado desse seu romance bem sucedido com a Tutuca ao Rúbio, causando-lhe inveja. Fábio, 62 anos, grandalhão magro, fisionomia de réptil, casado pela segunda vez e falante como uma metralhadora que exige resposta do inimigo, silenciou-se interessado. Mas antes, raspou a garganta, num escarro prolongado e, a uns quatro metros de distância, cuspiu-o pela janela, tendo Jonas desviado a cabeça para não levar uma catarrada na orelha. Estavam em pé, na sala de trabalho.
Agora, a sós com o Rúbio, relatou-lhe o acontecido, pedindo sua opinião. Sentindo que o Jonas estava apaixonado, foi logo dizendo:
- Não toque mais nesse assunto com ela. Trate-a bem, compre-lhe um presentinho de vez em quando e você terá uma foda tranquila, garantida ainda por muito tempo.
- Acontece que a Tutuca, 24 anos, estava me passando a imagem de uma mulher fiel, que chamaremos de IMAGEM F. Bonitinha, jovem, magra recheada, bom papo, independência financeira, ligadona em mim, um coroa, e ainda por cima não me exigindo fidelidade. O que é que você queria? Por mais racional, frio e calculista que eu fosse, acabei me apaixonando. Sua boca era linda, linda. De uma beleza alegre, explodindo vida. Fogosa, estava sempre desejando, sem porém me forçar, quando eu não estava afim. Espiritualmente, se relacionava com várias pessoas mas quanto ao sexo, apenas comigo.
- Mas cê foi tão ingênuo assim, de acreditar nas palavras dela?
- Que nada! No começo, ficou evidente, de ambas as partes, que éramos infiéis, tanto espiritual quanto sexualmente. Mas era tão cheia de vida, irradiando tamanha felicidade em estar comigo, que acabei entrando no “comprimento de onda” dela. A ponto de não sentir envolvimento com nenhuma outra mulher.
- Se era infiel e você concordou, daí, qual o problema?
- Infiel, porém transparente. Tudo que acontecia com ela, me contava. E como não me falou nada nos últimos meses, me apaixonei por essa sua imagem F.
- Não se abale com isso, meu caro. Presentinhos de vez em quando e fique ligado na nova imagem dela: IMAGEM I, de infiel.
- Infiel, não, LIBERAL. Infiel, se ela continuasse me escondendo os fatos.
- Como queira: IMAGEM L, de liberal.
- Mas sua tática só é possível se eu colocar de novo em evidência meu lado RACIONAL, isto é, LADO R: exatamente como ocorria, quando conheci Tutuca.
- Qual o inconveniente de usar seu LADO RACIONAL R?
- Quem se apaixonou foi meu LADO CULTURAL, inconsciente, dinamizador de grandes emoções, que me levou até a paixão. Em outras palavras, quem está apaixonado é meu LADO PASSIONAL P.
- Perfeito (Rúbio sorriu lentamente, os olhos brilhantes, satisfeitos com a explicação de Jonas, muito nítida, apesar da paixão que, às vezes, nos deixa confuso). Aliás, diante da clareza de suas explicações, você não está apaixonado. Cê está é gostando mesmo!
- Até posso usar de novo meu LADO RACIONAL. Acontece que vez ou outra meu LADO PASSIONAL P entrará em evidência, num relacionamento em que ela, de novo, mostre sua IMAMEGEM FIEL F. Aí, ficarei em conflito se me lembrar de sua IMAGEM LIBERAL L: é meu LADO PASSIONAL P, repleto de emoções, impedindo-me de executar a tática que você me recomenda.
- Para obter sucesso nessa nossa sociedade falsa, meu caro, cê não pode ser honesto, emotivo!
- O problema todo é que passei a gostar da IMAGEM F da Tutuca. Se continuar convivendo com ela, meu LADO PRIMITIVO, que sempre acredita (até prova em contrário) e que foi traído, terá necessidade de matar a IMAGEM L. E num desses momentos de conflito, teria que matar a Tutuca. Viu o problema? Não quero nunca isso, pelo contrário vou é ETERNIZÁ-LA!
- Tá parecendo contos de fada.
- Veja só minha tática: vou convidá-la para fazer um filme. Filmarei todo nosso romance, desde o primeiro dia até antes dela ter me contado tudo.
- Já vi que o problema foi ela ter contado. Coitadinha, por que você obrigou ela a contar?
- É , realmente estou arrependido. Agora... é, agora, a única solução é essa do filme. Depois de filmá-la, termino com ele e projeto o filme toda vez que quizer revê-la: a mulher ideal, fiel, guardadinha só pra mim, sem nenhum
perigo.
- O filme será preto e branco ou colorido?
- Comportamento resultante de manipulações, filmarei em preto e branco. Inclusive esse seu ponto de vista, essa idéia de comprar a mulher com presentes (Jonas, sorriso amarelo, olha-o de lado. Recompõe-se e arremata, convicto). Enfim, tudo que não me interessa, filmarei como FICÇÃO, em preto e branco. E aquilo que me convém, filmarei colorido: é o meu REAL.
- Como será o final do filme? Ah, já sei: pra ficar romântico e de um saudosismo nostálgico, cai o avião em que ela regressa do carnaval em Recife.
- Pra que essa tragédia? Simplesmente eu filmo toda nossa convivência até hoje, sem ficar sabendo nada do que aconteceu em Recife. Apenas desconfio e pressiono-a. Apesar da pressão, ela não contará jamais a verdade. Continuamos numa boa e dias depois ela me vem com a notícia de que saiu a bolsa de três anos para doutoramento no Sul da França, seu antigo sonho. Filmo-a se dirigindo para o avião, com aquela promessa de que pelo menos uma vez por ano poderemos nos ver, e quando voltar moraremos juntos.

EIS AQUI UMA PASSAGEM DO ROMANCE VIVIDO POR JONAS E TUTUCA

Cinco dias depois, foi você que me ligou:
- Escute, estou indo amanhã para Recife. Recebi sua grande carta hoje. Se chegasse depois, meu pai a teria lido e nunca mais me receberia em casa! Não escreva mais para aqui, viu? Um beijão; te telefono de Recife, tchau!
O fusquinha branco na minha garagem me dava uma confortável sensação de presença, aquela certeza de continuarmos amantes. Sobrepujava o medo de uma ruptura que ultimamente invadia minha alma durante as crises de conflito.
Por via de dúvida, escrevi-lhe uma carta, a tal que você recebeu na véspera de deixar o Piauí: para agradar-lhe, estimulei suas fantasias, que você fazia questão de alimentar constantemente; se bem que tive medo dessas fantasias se transformar em realidade.
Eis, na íntegra, a carta, graças ao rascunho que havia guardado:


Brasília, 18 de fevereiro de 1987
Querida Tutuca
A palavra chave é cumplicidade. Faça o que você quiser, desde que consciente. Não se deixe levar pela confusão causada pelo argumento do outro.
Evite ser induzida pelas artimanhas ou armadilhas oferecidas pelo Sistema (alcoolismo para relachar o racional, fazendo aflorar as emoções até chegar ao consumismo, aí incluído o sexo).
Se conscientemente você deseja sexo, masturbe-se antes de sair com alguém. Se não houver tempo ou esqueceu-se, apressada pela expectativa do encontro, faça o seguinte: na mesa do restaurante, um pouco antes do TIRO DE MISERICÓRDIA ou dos FINALMENTE, vá à toalete e se masturbe.
Se ele ainda insistir, simule uma dor de cabeça e prometa-lhe que num outro dia falarão disso (frise o falarão).
Quando beber, faça o máximo de hora possível com o chope do mesmo copo. É bem verdade que isto é pedir muito, sobretudo a você que nunca bebe menos que sete copos em cada noitada.
Deixe o acompanhante beber o máximo. Assim, ele poderá ser melhor dominado por você. Mas antes, certifique-se de que ele não se torna doido e agressivo quando bebe.
Quando fizer este teste, não vá sozinha: leve uma amiga. Juntas, poderão melhor se defender das porradas. Ou seja, sua amiga, apanhando também, livrará você de apanhar mais.
Curta a vontade suas fantasias. Espero que fique apenas nas fantasias. E a propósito, curta o máximo o carnaval.
Estou tão bem com você que não sinto necessidade de fazer NOVAS PESQUISAS. Você precisa acreditar em mim. Esse meu relacionamento com as pessoas de ambos os sexos faz parte de minhas observações de mundo. Não leio livros como você. Pense nisso. Não sou contra a leitura. Acontece que minha verdade não está nas leituras e sim nas observações que faço do mundo. Se eu não fizesse todos esses contatos, não teria conhecimento de mundo e consequentemente você não teria interesse em mim.
Deixe-me ser como sou e você nada perderá. Também quero que você seja como é. Só não desejo é que você queira DAR O TROCO ou se deixe envolver por emoções fortuitas, por exemplo o sexo como novidade ou consumismo. Fico preocupado com isso porque às vésperas dessa viagem, senti que nosso DESENCONTRO era enervante.
Por mais carente que esteja, você não precisa dar para ninguém a fim de ter sua companhia. E nem precisa beber para curar-se da carência. Pode pegar uma caneta e papel e escrever um bom conto de amor, tirando partido dessa carência afetiva.
Se na pior das hipóteses acontecer o que realmente não quero, só me resta torcer para que o OUTRO não tenha o vírus da AIDS, nem na saliva e muito menos naquele ÓLEO LUBRIFICANTE que sai do pinto momentos antes de o esperma jorrar.
Tenho muitos planos com você e só espero que não me venha frustrar. Por exemplo, vou pedir uma bolsa ao governo francês para estagiar na França, na área de Difusão de Tecnologia Agrícola, usando VT. E simultaneamente quero solicitar uma bolsa para você na área de Arquitetura e Urbanismo.
Se não sair esta bolsa até agosto próximo, iremos passar 45 dias juntos naquele país a partir de primeiro de setembro, tá?

Um beijo profundo e um abraço demorado.

Jonas.

Em Recife, dois dias depois, você me telefonou, ali pelas nove da noite:
- Jonas, sou eu, a Tutuca! Cheguei ontem, estou no Hotel Beiramar, num quarto com mais duas amigas de Brasília, a Creusa e Lisete. O telefone é 341-5352, ramal 220. Cê precisa ver como isto aqui está um paraíso! Tô falando da portaria e vou desligar, que tem uma fila de gente querendo telefonar. Beijos, tchau!
Três dias depois, liguei. Creusa atendeu, me dizendo que você tinha ido para Olinda à tarde e até aquela hora (oito e meia da noite) não tinha voltado. Deixei o número do telefone da fazenda do cunhado, próxima a Belo Horizonte, para onde seguiria na sexta-feira, véspera do carnaval, para curtir tranquilo aquele feriado longo.
Por falta de passagem, você seria obrigada a retornar de Recife na terça-feira gorda de carnaval, chegando a Brasília às onze da manhã. No domingo, ali pelas oito, ligou, manifestando o desejo de usufruir do último dia de carnaval comigo e no PACOTÃO.
(FOTOS: copiar a foto da pg 149, com os dizeres: Eis aqui algumas fotos tiradas pelo fotógrafo Jésus quando ele era ainda um personagem real. Os negativos são chapas de vidro, uma herança que guardo bem guardada comigo)



ESPELHO DE DEUS, 1990, 112 p

Um filme começa a ser realizado e a primeira cena acontece numa chapada ao alto de uma colina, quase ao por do sol. O cineasta é Roberto, um quarentão, que com seu fotômetro mede a intensidade da luz do fim do dia antes de acionar a filmadora.
Ela está focalizando um plano de fundo, onde um garoto de seis anos se senta na cadeira, à esquerda, e o fotógrafo "lambe-lambe", pouco mais de vinte, coloca sua máquina com tripé à direita. O menino, sorridente, franze os olhos.
Próximo ao "retratista", que se veste à moda da década de 20, está sua égua branca, com arreio e alforge, amarrada a um toco.
Roberto mete o olho no visor da filmadora, afasta-se e olha em direção ao sol. Confere a luz no fotômetro e regula novamente o diafragma da câmera de filmar.
O "lambe-lambe" retira a cabeça do "saco preto" de sua máquina, vai até o garoto para ajeitá-lo na cadeira e emite um sorriso para fazê-lo sorrir também. Volta e enfia novamente a cabeça na “escuridão” e adverte:
- Olhe o passarinho! Uma foto bem bonita procê levar pro colégio interno.
O cineasta faz um gesto com a mão pro garoto, pedindo pra esperar. O menino repete o gesto pro lambe-lambe e este retira a cabeça do saco preto.
Roberto encosta o olho no visor da câmera, dá um sinal de positivo com o dedo polegar pro menino e este faz o mesmo pro fotógrafo.
O cineasta começa a filmar, o retratista enfia a cabeça no saco preto e bate a chapa do pirralho, que está sorrindo, muito feliz.
Após 12 segundos de imagem, Roberto retira o olho do visor, tampa a objetiva, desliga a bateria e, meio sem graça, fica na dúvida se continua ou prossegue com a realização do filme.
Sem saber o que está acontecendo, o lambe-lambe e o garoto aguardam novas ordens do cineasta.
A música ouvida sai de uma flauta triste. Música de fundo, tão chorosa quanto os soluços prolongados de alguém que se isola num quarto, na resignação franciscana de quem luta até o fim e de repente se dá por vencido. Ou melhor, já prevendo o fim, fica imbuído da tênue esperança de que somente um milagre resolverá a situação. Aí, enxuga as lágrimas e se dirige ao santo:
- Já fiz 10 curtas e 3 médias, todos muito baratos. E até o momento não ganhei nenhum prêmio. Além do mais, meus filmes só foram passados em mostras paralelas. Agora, quero um longa, técnica e artisticamente bem acabado. Pra competir nos festivais e ser exibidos nos cinemas.
Celso, o "santo", também quarentão, porém de barba, cabelos longos e grisalhos, que está curioso observando a filmagem, pergunta:
- Já tem o título?
- ESPELHO DE DEUS.
- Sobre quê?
- As paixões de um fotógrafo ambulante.
- Ih, então é só pobreza! - exclama, olhando pro Roberto dos pés à cabeça - Quantas latas de negativos têm?
- Só uma.
- Não dá nem prum curta.
- Se não continuar com o cinema, não sei o que será de minha vida.
- Em vez de cinema, por que não tenta uma vida a dois?
- É muito difícil. Pra mim, que já não deu certo na primeira união...
- Que difícil, nada! - garante Celso, depois de fazer um gesto com a cabeça e o olhar, discordando.
- Conviver com uma mulher só, o diálogo acaba ficando convencional, castrador.
- Eu moro com minha grande paixão. E sem ela saber, tenho outra namorada.
- Mesmo com duas, não resolve - argumenta o cineasta, ainda aborrecido - Agora, no cinema, crio personagens autodidatas - continua ele, o semblante irradiando energia positiva - Após o filme, o debate com a platéia dá o que falar!
- Acabada a sessão, você volta pra casa sozinho...
- Como, sozinho? Volto com meus personagens... aliás, voltava. Pra continuar voltando com eles, preciso que você se associe a mim.
- Vou fazer os cálculos, depois te telefono - arremata o "santo", enquanto observa o olhar esperançoso do cineasta.
A égua olha pro Celso, rincha demoradamente, arreganha as pernas, levanta o rabo e dá uma cagada generosa, como se quisesse influenciar o mecenas.
Dentro de casa, Celso telefona:
- É Roberto? Sobre o cinema, andei pensando, não vai dar, não. Fica muito caro, vou ter que sacrificar meus outros prazeres.
- Mas esse filme foi uma promessa que fiz a meu pai: fazê-lo voltar aos velhos tempos - argumenta, em seguida olhando a parede do corredor, com muitas fotos antigas tiradas pelo lambe-lambe.
- Sinto muito mas não posso. Bom, espero que você encontre uma saída. Tchau - arremata ele, cara de poucos amigos, em seguida desligando.
Roberto, olhar sem vida, a sensação de morte espiritual, se aproxima da tevê, agacha e liga-a. Muda pra todos os canais e desliga.
(copiar desenho da página 32)


FEROMÔNIO DA FÊMEA, 1994, 303 pg,

Divide-se em duas partes: na primeira, CLUBE DA EXISTÊNCIA, aparece o dia a dia do personagem central enquanto ele escreve um livro narrando suas aventuras na Europa, acontecidas 20 anos antes. Essas aventuras constituem a segunda parte do livro
Nessa primeira parte, ele está envelhecendo e, com medo de perder a memória, tal como aconteceu com a mãe, decide exercitar o cérebro. Daí, nada melhor do que registrar por escrito os três melhores anos de sua existência.
Enquanto escreve, ele continua desejando encontrar a mulher de sua vida. Durante sua estada na Europa, conheceu muitas mas infelizmente não teve a sorte de se amarrar em nenhuma. Por que essa situação?
É que, naquela época, Lucas, ainda condicionado por crenças fictícias, estava atrás de alguma mulher que teria roubado a alma de sua verdadeira musa. O tempo foi passando, cada mulher conhecida não conseguindo segurar a alma fujona. Assim, ele preferiu permanecer sozinho.
Vinte anos depois, agora desligado de crenças fictícias, porém muito adepto das terapias holísticas, ele não desiste de encontrar a mulher de sua vida. Esta procura é feita enquanto escreve sobre suas aventuras na Europa. Que mulher é esta?

ESSA MULHER EXISTE ?

Lucas deseja conhecer uma mulher através de um envolvimento espontâneo desde o primeiro olhar. Como se tivessem sido amantes na outra encarnação, num relacionamento bruscamente interrompido contra a própria vontade. Ou ainda como se fossem descendentes de um mesmo casal primitivo, cada cônjuge morrendo de amor um pelo outro.
Lucas e essa mulher mostrando só o lado masculino e feminino respectivo, nenhum preconceito quanto a cor, religião, nacionalidade e classe social. Cada um atuando apenas em seu lado melhor. Como quem está limpamente jogando só pelo prazer de jogar e para tanto é preciso jogar tudo que tem, não escondendo o jogo e nem fazendo uso de cartas marcadas.
Numa transparência cheia de emoção e ingenuidade, acreditando sempre, desconfiando jamais. O desejo de poder lançar todas as sementes disponíveis, na certeza de não perder um único grão, convicto de que o terreno é fértil.
Nenhum dos dois com a preocupação de estar dando mais do que recebendo. O importante é saber que estão se dando, cada um querendo dar mais do que receber, ambos morrendo de desejos um pelo outro como se o mundo todo se resumisse nesse relacionamento.
Sem calculismo e nem se autovalorizando, na presunção de que o outro valha menos. Despreocupados com o futuro, apenas a certeza de que o romance será tão rápido quanto as chuvas de verão. Ou na pior das hipóteses como um amor de carnaval na época em que estes festejos eram para consumo interno e não para turista ver. Mas será tão bom que, passados os primeiros dias de satisfação física, ambos começam a se ligar no lado espiritual e se tornam felizes para sempre, sem desejos de partir para outra aventura amorosa. Nem um, nem outro é possessivo, não dita ordem e nem desrespeita a verdade do outro.
Muito observador, bastante viajado e com excelente conhecimento de mundo, numa rápida conferida, Lucas percebe logo o equilíbrio de forças e lança seu olhar pidão. Quando ela, acompanhada de um amigo e na mesa afastada, olha também, ele despista e volta a papear com o companheiro.
Existe uma carência coletiva. Mas será que as mulheres, pelas quais Lucas tem tido atração, preferem continuar apenas sonhando, sem coragem de enfrentar a realidade quando o "outro" pinta? Ou simplesmente desejam que seus sonhos permaneçam apenas sonhos, temerosas de ficarem frustradas diante da nova situação? Talvez prefiram o envolvimento superficial que às vezes ocorre nos coquetéis, vernissages, boates, alguns barzinhos e em certas festinhas, onde se cobra ingresso.
Às vezes, Lucas percebe uma luzinha no fim do túnel e quando se aproxima, ela se apaga. São moças ou mulheres separadas fazendo lembrar miragem no deserto. Emitem um olhar de luz tão tênue que não dura nem o tempo suficiente entre o flerte ou sorriso convidativo e a chegada até a mesa para conferir.
O que mostram em sorriso ou contato inicial não é o mesmo que têm no fundo do coração. Constrangido, vai á toalete com a sensação de mendigo que pediu esmola. Diante do espelho, cobrindo toda a parte alta do mictório coletivo, permitindo uma imagem da cintura para cima, Lucas pensa:
- Quem me dera se eu tivesse vivido na época em que Stendhal escreveu "Le Rouge et le Noir"! Poderia facilmente me envolver com uma das operárias que moravam nos andares de cima num prédio de Paris, as únicas com capacidade real de se apaixonar!
Sai despistadamente, vai para casa e se olha de novo no espelho. As rugas, hora do lobo. Vai até a estante do corredor, pega o monte de fotos, tiradas entre l975 e 78, quando esteve na Europa, examina algumas e separa as melhores, recolocando-as antes das outras.
Vai dormir e, no meio da noite, é acordado por um pernilongo faminto, quando percebe, pesaroso, que nenhuma mulher dorme a seu lado. O coração dói de tanta carência.
Será que estou velho?
Apalpando as rugas diante do espelho, se lembra de que seu avô, aos 67 anos, perdendo a esposa, nem pensou em idade. Saiu desesperadamente à procura de uma nova mulher, propondo casamento a toda garota nova. Recebeu 49 nãos mas a quinquagésima aceitou. E fala para si mesmo:
- O importante não é me conscientizar de que envelheci 15 anos. Muito melhor será avançar no tempo, me imaginando no ano 2.006 e exclamar: "ai, como era bom há 15 anos atrás!" Voltar à real e perceber, ainda diante do espelho, que sou 15 anos mais jovem.
E se recorda do quadro, exposto na parede da sala, na casa dos pais de sua última namorada na França:
TOUT LE MONDE A VINGT ANS DANS UN COIN DU COEUR, o que traduzido, significa: todo mundo tem vinte anos num canto qualquer do coração.
Volta a deitar-se e aguarda, esperançoso, que o sono apareça e o sonho se realize.




SE ESSA MULHER EXISTE, A ESPERANÇA É LOULOU

O telefone toca, toca... de repente Lucas se acorda e ouve-o continuando a tocar. Tira-o do gancho e ouve uma voz:
- Alô, é Lucas? Mamãe quer falar com você.
- Tudo bem, Diva.
- Alô, é Lucas? É sua mãe. Nós viemos lá do Alípio, agora. Uma senhora nos trouxe. A Dirce e Gegê viajaram, aqui no Mangabeiras está muito triste. Quando é que você vem cá? Cê volta p'ra Brasília esses dias?
- Não, mamãe, fico em BH todo esse mês de janeiro...
- Quando é que você vem nos ver?
- Vou aí 6ª feira, depois de voltar do dentista.
- Vou te falar uma coisa: estou me sentindo muito jogada fora. Te peço que tenha pena de mim e venha me ver mais vezes.
- Pode deixar, mamãe. Vou passar todo esse mês de janeiro em BH exatamente pra facilitar minhas visitas. Já convidei a senhora e a Diva p'ra ficarem aqui em casa mas cês não decidem!
Era domingo, conversam mais um pouquinho, ela o envia à benção antes de desligar. Deita-se novamente e escuta a chuva caindo firme nas flores do jardim e fruteiras do quintal da casa. Não cai muita água mas ela é de uma persistência que já vem desde as onze da manhã até agora, mais de quatro e meia da tarde.
No início da chuva, quase pesada, ainda antes de se deitar, calçara um sapato velho, vestira uma camisa rasgada e o único calção, por sinal branco. Pegando uma enxada no vestiário, ao fundo, cavara três buracos grandes, ali enterrando as mangas Ubá.
Elas haviam caído de maduras e desde o Natal serviam de festim para os milhares de mosquitinhos afoitos e vorazes.
Deixando sem enterrar algumas mangas caídas, Lucas favorecia a transformação de larvas em borboletas que, voando coloridas, encheriam o ar de diversos matizes.
"Fico tão contente quando você me escreve! Se a resposta demorou é porque fui operada de novo da perna, já que a primeira tentativa não resolveu meu problema. Mudei de cirurgião, fiquei numa clínica magnífica e ultra moderna, de onde venho de sair. Trocaram o parafuso que eu tinha na perna, me quebraram e cortaram um pouco o osso do perônio para acelerar a consolidação. Eu ando finalmente sem as muletas mas ganhei uma cicatriz. Enfim, é a vida."
"Você me faz muita falta. Não sei se acontece o mesmo com você. Quase sempre sonho que estamos juntos e, naquele estado de quase fazendo amor, me acordo. Espero que eu esteja também te fazendo falta. Todas as mulheres que foram ao hospital me visitar e lá te viram, me pedem notícias suas quando me escrevem. Ninguém te esqueceu aqui, sabe?"
"Eu gostaria demais de estar com você, se bem que ainda não esteja em condições de aparecer em maiô de banho. Às vezes, sabe, perco o moral quando olho para minhas cicatrizes, sem ninguém para me consolar. O cirurgião me disse que daqui a um ano não haverá mais problema. Até lá, basta usar calça comprida. Eu me pergunto sempre porque isso aconteceu comigo, logo eu. A gente não pode mais acreditar em nada e olhe que eu tenho necessidade de crer em alguma coisa. Por que você mora tão longe? Eu gostaria de ganhar bem para ter a possibilidade de viajar até aí."
"Às vezes, quando estou só, tenho a impressão de te imaginar, de me comunicar diretamente com você através do espírito. Suas cartas são sempre curtas. Mas as minhas, se eu não as controlar bem, chegarão fácil a dez páginas."
"Finalmente acabei de fazer seu cachecol cor de vinho e se quiser posso enviá-lo a você. "
"Lembra-se de que, no hospital, você me disse que queria me falar muitas coisas? Acabou não falando e agora acho que vai ter de fazê-lo, pois estou muito curiosa em conhecer todos os seus segredos. Acho que agora você já me conhece bastante para saber que nada me poderá desorientar. Enfim, cabe a você de escolher. Não quero sobretudo te forçar ou te obrigar a fazer isso. O que posso lhe dizer é que tenho confiança em você."
"Eu te amo
Loulou."

Estará sonhando? Não. É uma carta de Loulou, 16 anos, datada de 1976, que Lucas relê. Ele estava regressando da França, com a promessa de que voltaria para comemorar com ela seus 20 anos, inspirando-se numa música cantada por George Mustaqui. Realmente voltou lá em 1980, se sentaram à mesa de um bar e beberam, ficando só nisso a comemoração, ela justificando estar amorosa de outro.
Santo Deus, último trimestre de 91, Lucas já passando dos quarenta e até hoje não tendo encontrado a mulher de sua vida! Se seu avô achou uma, e bem bonita, porque ele, muito mais novo, não haverá de encontrar uma também, nem que seja mais velha? Por isso, acredita que ainda está em tempo e precisa continuar tentando.
A esperança é Loulou. Em princípios de 89, ele voltou à Europa, onde permaneceu dois meses, exibindo em cinemas de arte seu média metragem "Clube da Existência". De passagem por Nîmes, deixou sua amiga Anne encarregada de ligar-lhe, convidando-a para comparecer ao Cine Diagonal Campus de Montpellier, onde seu filme seria exibido uma semana depois. O telefone de contato era o da mãe de Loulou.
No dia seguinte à exibição, prestes a retornar ao Brasil, Lucas ligou-lhe pela manhã. Sua mãe, atendendo, forneceu o telefone do trabalho, onde Loulou chegaria às 11 horas. Às onze e quinze, emocionado, Lucas falou uns dois minutos com ela ao telefone. Depois de lhe explicar o motivo de não ter ido ver seu filme, marcou um encontro para as duas da tarde num lugarejo onde trabalhava, a dez quilômetros de Montpellier.
- Você ainda está casada?
- Estou... não, eu me sinto solteira... pelo menos hoje não estou casada, não.
Encheu-se de expectativa: rever, nove anos depois, aquela que já foi seu grande amor, um romance interrompido pela geografia da distância. Na realidade, Lucas ficou sem saber se seria realmente um encontro ou um breve contato, considerando-se que de duas às seis ela estaria trabalhando. E depois, voltaria para casa se juntando ao marido.
Duas horas antes do encontro, soube que dentro de noventa minutos iria passar um trem direto para Madri. O próximo só chegaria no dia seguinte e, mesmo assim, tomaria novo rumo na fronteira com a Espanha, onde Lucas deveria dormir para apanhar outro trem um ou dois dias depois. Lembrando-se da comemoração incompleta dos vinte anos, foi invadido pela quase certeza de fazerem apenas um simples contato. Assim, ainda cercado pela expectativa de rever as garotas de Sevilha, que conheceu em 78, em Palmas de Mallorca, telefonou imediatamente a Loulou:
- Escute,infelizmente não é dessa vez que iremos nos rever. Acabo de saber que o trem que me serve e que eu pegaria amanhã, na realidade passa daqui a uma hora e meia. Não dá "procê" sair do serviço e me encontrar aqui na Estação de Montpellier?
- Ih, fica difícil. A chefia aqui é rigorosa...
- É uma pena.
- Não faz mal. Nas minhas férias de outubro, irei ao Brasil te ver.
A musicalidade na voz, o riso gostoso e a facilidade de desenvolver um diálogo criativo eram a mostra de que Loulou continuava a mesma mulher, aquela de 16 anos, quando Lucas a conheceu. De físico, talvez tivesse engordado um pouco, traços de ruga compondo as áreas mais expressivas do semblante. Certamente os seios grandes continuassem iguais e generosos como o rosto, de olhar pidão e boca convidativa. É bem provável que sua bunda impecável de mulher brasileira ainda estivesse no ponto.
Na estação, enquanto esperava o trem, em silêncio nosso herói questionou a si mesmo:
- Perder um encontro desses, após viajar 12.000 km para rever Loulou, nove anos depois!...
Voltaria a vê-la nessa encarnação? Se isso ocorresse, que idade ela teria?
E aborrecido com sua estupidez, arrematou:
- Não sei porque a gente é tão racional assim. Com essa falta de amor que anda por aí, todo mundo carente, mas com desencontro de carências, juro que se esse encontro se repetir, não terei medo de perder "ene" trens. Mandarei o próximo pra puta que o pariu e me encontrarei com Loulou nem que seja por algumas horas ou alguns minutos. E eternizarei na memória esse novo encontro!

A SEGUNDA PARTE DE FEROMÔNIO DA FÊMEA

Enquanto escreve, Lucas, o personagem central, está tranquilo, livre de qualquer superstição e já sabe o que quer.
Mas há 20 anos atrás, desgastado com o final de seu casamento, cheio de crendices, se conscientizou de que o espírito de sua musa fugiu. Desapareceu e foi atuar na Europa, nosso herói indo atrás, tentando repescá-lo.
Todas as criaturas femininas que ele conheceu no Velho Continente davam a impressão de estar possuídas por esse espírito. Ele se deslocava no espaço e no tempo para dar força espiritual e prazer físico toda vez que Lucas sentia uma profunda carência. Assim, ele parecia estar amando sempre a mesma mulher. A mesma, mas com a vantagem extra de variar os traços físicos e o comportamento. Porém sem sair muito do padrão da mulher primitiva, a mulher símbolo. Que traços eram esses e como se identificava o comportamento?
A propósito, eis aqui alguns lances com mulheres que ele conheceu há 20 anos atrás, mas descritos na primeira parte do livro.

AH, SE ESSAS ORELHAS FALASSEM!

- Gostaria que meu livro tivesse várias orelhas e não apenas as duas convencionais - falou Lucas, se dirigindo a uma amiga - Mas como isso não é possível, as outras foram colocadas aqui mesmo.
Orelha três: quer aprender a dançar?
O curso de verão, de dois meses, da Universidade Paul Valérie, já estava a pouco mais de uma semana do final. Alunos e alunas, parecendo perceber que a partida sairia "zero a zero" em termos de acontecer um amor de longo prazo, começaram a facilitar o envolvimento de temporada. Foi assim que a japonesa, colega de turma, aceitou tomar um drinque com Lucas na sexta-feira à tarde.
Terminada a aula de francês, ambos almoçaram juntos. Em seguida, se sentaram no vasto terreno gramado, que circunda o "Vert Bois", ao lado de muitos estudantes, a maioria deitada, fazendo a sesta. Uma hora depois, Lucas e Yoko foram caminhando entre as árvores de mais de 20 metros de altura, que marginavam a estrada de asfalto desde a saída do restaurante universitário - "Resto U", na gíria estudantil - até a entrada do Instituto Agronômico, em Montpellier, sul da França.
Depois de caminhar uns 1.300 metros, sem bares ou casas pelo caminho, a japonesa, sorrindo amarelo, indagou:
- A onde estamos indo?
- No Instituto Agronômico.
- Lá tem bar?
- Tem, mas está fechado agora. O drinque, podemos tomar na "chambre 12", que é onde eu moro.
- É, mas eu preferia ir a um barzinho...
- Podemos ir. O problema é que estamos a 200 metros da chegada. E se voltarmos, caminharemos mais 1.300 metros...
Felizmente ela concordou, enchendo de alegria o coração de Lucas. Estava certo de que ela também iria gostar.
Na "chambre 12", ele abriu uma garrafa de um tinto seco, o melhor vinho ordinário fabricado na região de Montpellier, e destampou a caixinha de queijo fundido "la vache qui rit". Depois de servir ambos os cálices, fez o brinde e começaram a beber. Ligou o rádio e ouviram uma balada - "Monsieur Clément".
- Vamos dar uma dançadinha? - sugeriu Lucas.
- Nossa, eu nunca dancei em minha vida!...
- Melhor ainda. Eu te ensino e você vai acabar dançando do jeito que eu gosto. Preste atenção: arraste, no ritmo da música, as plantas dos pés como se estivesse passando um pano molhado pelo assoalho. Levante apenas o calcanhar e jamais a planta do pé. E não se esqueça de relaxar o tórax, abdomen e as pernas, estas parecendo ter um verdadeiro molejo. Se possível, arraste os pés num ritmo ligeiramente atrasado em relação ao da música. Assim, o parceiro aqui terá a sensação agradável de estar conduzindo você. Ah, não se esqueça: faça de conta que você é uma carente bebezinha de três meses, deitada no colo e atracada no pescoço do papai.
Lucas, falando como um professor amoroso, e Yoko, ouvindo como uma aluna apaixonada, deixaram o copo na mesa e puseram em prática o ensinamento e a aprendizagem. Depois...
As orelhas quatro e cinco não quiseram dar entrevista, preferindo se expressar apenas no texto do livro.
Orelha seis: leitora apaixonada
No início da noite, quando a viu, todas as suas células vibraram, como se ele estivesse tomando um pequeno choque elétrico pelo corpo inteiro.
- Essa mulher é muito para mim - pensou ele, desistindo logo de ganhá-la, preferindo dançar com mulheres mais "acessíveis".
Uma hora antes de o "night club" fechar, criou coragem e fez-lhe um sinal com o rosto. Ela concordou e ambos dançaram várias músicas.
- Estou me virando para ser feliz. Entretanto, o resultado não aparece como a luz que se acende num simples toque do dedo. Em compensação, rapidamente posso voltar no tempo para curtir de novo aquilo que me fazia feliz na juventude - relatou Lucas, se dirigindo a Jaqueline.
- Prefiro viver só do presente - retrucou Jaqueline, convidando-o para se sentar à sua mesa, ali curtindo um alegre e criativo bate papo até a boate fechar.
Na noite seguinte, ambos se reencontraram por acaso no mesmo "night club", o envolvimento continuando mais forte, ele insistindo em marcar um encontro.
- Não posso. Apesar do fim de meu romance, ainda me sinto apaixonada... o que eu quero mesmo é ler seu livro.
- Você não me disse que prefere viver só no presente? O presente sou eu aqui. Essa sua paixão é coisa do passado...

A pior orelha: o analfabeto que sabe ler e escrever
Mas não usa seus cinco sentidos para perceber aquilo que está acontecendo a seu redor. Ele prefere a comunicação interna da mente.
- Não enxerga nada que esteja além de um palmo de seu nariz - diria alguém.
A cobra estava enrolada em seu pescoço. E só percebeu isso quando os amigos, passando por ele, arregalavam os olhos em vez de cumprimentá-lo.

Sete lances da segunda parte de Feromônio da Fêmea

LUCAS VIAJOU PARA PORTUGAL EM COMPANHIA
DE UM ‘CHOMEUR’ OU DESEMPREGADO

Em Coimbra, Lucas e o ‘chomeur’ conheceram um casal de jovens, aproximadamente 20 anos, levando-o de carona até Lisboa, onde chegaram já de noitinha. Preocupados em encontrar imediatamente um hotel para turista, se hospedaram numa suite a 4 camas, muito mais barata.
Procurando ser gentis, os três rapazes deixaram a garota ser a primeira a tomar banho. Ainda no quarto, ela --- Liliane --- começou a tirar a roupa na maior naturalidade. Depois de despir-se completamente, cobriu o corpo com a toalha e entrou no banheiro.
Lucas, olhando de soslaio, era submetido a dois tipos de pressão: o primeiro, ao imaginar seu pênis penetrando nessa xoxotinha tão pura e despretenciosa. O segundo, representado pelo olhar repressor do "chomeur" que o observava e não usufruía da cena. Não usufruía? Ele olhava tão descaradamente como quem tira uma foto em close desse ato de inocência erótica.

PATINANDO NO GELO, QUASE
CONSEGUIU A MULHER IDEAL

A aventura erótica, interrompida de modo tão brusco sem antes mesmo de se chegar a um veredicto, aumentou a carência física de nosso herói. E o que é pior, impregnou-lhe da sensação de perda espiritual. Aos poucos foi se recompondo, ao se lembrar de Dalila, uma estudante suissa, sentindo necessidade de procurá-la de novo. Aproximadamente 1,65 m de altura, cinquenta e sete quilos. O corpo era sensual, cintura bem formada e bumbum fotogênico. Os cabelos negros e cheios, cobrindo todo o pescoço, se destacavam bastante na pele cor de mel claro. Essa tentação toda era maravilhosamente protegida por um rosto meigo --- o canto dos lábios deixando escapar um sorriso despercebido --- e pelo seu jeito de mulher caseira e dedicada. Um autêntico contraste com a maioria das demais estudantes, de expressão facial tipicamente feminista.
Conhecera-a no final de setembro quando se sentou à sua mesa no "resto U" "Vert Bois" durante um jantar. Fizeram amizade, ambos passando a frequentar o "Patinoire" de Montpellier uma a duas noites por semana. Foi Dalila que, ao som de músicas lindas, lhe ensinou os primeiros passos de patinação em pistas de gelo. Feliz da vida, se lembrava dos cartões postais da Suissa vistos no Brasil, as pessoas esquiando alegremente na neve. E agora, teria a oportunidade de também praticar esse esporte de inverno, a patinação no gelo funcionando como aprendizagem inicial. E como se divertia com o tombo das pessoas! Se bem que vez ou outra levava um susto tremendo quando escorregava, voltando a se alegrar ao perceber que a suissa, num manejo estratégico com o próprio patins, impedia que ele caisse.
Patinavam de mãos dadas, ela o sorriso sempre aflorando, os olhos verdes e cheios de brilho focalizando o Lucas. E este se sentia seu verdadeiro namorado na ausência do outro, um engenheiro eletrônico trabalhando no Canadá.
Uma ilusão que só durava dentro do ringue. Acabando de patinar, voltavam para casa apenas como amigos. Era uma amizade que parecia progredir, se bem que apenas em termos de falar com os olhos e de se fazer acompanhar em viagens turísticas curtas, passeando na 4L pelas redondezas.
Chegando da fazenda, onde se impregnara da sensação de perda espiritual, a primeira providência de Lucas foi reencontrar Dalila. Uns três dias depois, lá estavam ambos sentados na grama após o almoço, quando ele a convidou para irem a Maguelone, tendo ela aceito, desde que o passeio ficasse para o domingo seguinte.
Já havia visto o nu feminino em praia, sendo um de caráter massificado e outro, privativo. Mas agora, veria um nu resguardado, o de Dalila, que nunca fora a uma praia de nudismo.
Era quarta-feira e nosso herói discretamente começou a imaginá-la nua, ela e ele, só os dois na praia deserta. Enquanto imaginava, evitou encarar Dalila de frente para não dar motivo a falsas interpretações e interromper bruscamente o decurso da estória.
Durante as várias saídas juntos, com direito a abuso de bate papos, já dera para Lucas perceber a fidelidade de Dalila, um tipo de mulher para quem não funciona o ditado "água mole em pedra dura tanto bate até que fura". Mas se morreram as esperanças de ganhá-la como sua paixão de longo prazo, ao contrário, permaneceu a expectativa de possuí-la pelo menos uma única vez. Isso seria possível em situações psicológicas desfavoráveis a ela: alguma carência afetiva profunda e a confusão mental instantânea ao projetar o distante ser amado na pessoa amiga ali presente, companheiro quase constante dos momentos mais preciosos em Montpellier.
No domingo, lá estavam os dois, apenas eles, caminhando pelas areias da praia de Maguelone, vez ou outra se sentando para um descanso. Apesar de Lucas ter tirado a roupa e caminhar nu por algum tempo, ela continuou vestida de longo, um pouco ou quase nada transparente, apenas deixando aparecer a silhueta do sutien e da calcinha. Antes de se sentarem pela primeira vez, nosso herói, perdendo energia com o vento frio e sem esperança de ver Dalila nua, vestiu-se novamente.
Após umas duas horas de praia, revezando caminhada, descanso na areia e bate papo, retornaram a Montpellier, levando a amiga até seu apartamentinho. Normalmente, a despedida seria lá em baixo mesmo. Mas como simulou muita sede --- e estava verdadeiramente com um pouco --- ela o convidou para subir. Na sala, bebendo água, entabolou um outro papo, falando de sua carência afetiva, a namorada ausente, 12.000 km de distância.
Dalila, muito meiga, atenciosa e ainda sorridente, se dispôs a tomar um banho de imersão na banheira do cômodo ao lado, de onde continuou o papo, a porta semi-aberta.
O momento psicologicamente desfavorável a ela e favorável a ele seria agora ou nunca mais. Se na praia ela se resguardou, talvez com medo de chegar mais alguém, o que poderia comprometer seu futuro casamento, dentro de casa, só os dois, não haveria problema: as paredes não falam.
Mais ligado aos ruídos da água no banheiro do que no bate papo, Lucas foi invadido pelo impulso de entrar. E entrou. Diante dele, ainda sorridente, porém fingindo surpresa, ela protegeu os generosos e fotogênicos seios com as mãos. Nosso herói, depois de se desnudar sem perda de tempo, entrou também na banheira, tentando-a até ela ceder, começando pelo sabonete que ele lhe passou em cada centímetro quadrado do corpo.
Consumado o ato, eles continuaram saindo juntos até se apaixonarem um pelo outro, ela agora já rompida com o noivo à distância. Dalila, sim, um verdadeiro amor de longo prazo.
Acontece que esse impulso ficou apenas na imaginação, Lucas preferindo continuar o papo do lado de fora para não atropelar os fatos. Se ela o deixou subir e ainda manteve a porta aberta durante o banho, é porque confiava nele, um homem preparando doutorado e convivendo num ambiente de primeiromundistas.
Para compensar a falta de audácia, nosso herói continuou mantendo a esperança de que essa intimidade iria progredir e numa segunda ou terceira vez "os finalmente" aconteceriam, ela até tomando a iniciativa.
Após o banho, Dalila já de roupa, lhe preparou um lanche, ela, morrendo de fome, ele, pelo menos comendo alguma coisa. Depois, um abraço forte e dois beijinhos no rosto. Lucas, descendo as escadas --- ela morava no 1º andar --- começou a se sentir como um time saindo de campo, vaiado pela torcida, após ter jogado mal. Dali pra frente, ela criaria resistência a qualquer imprevisto, sobretudo os que dão margem à confusão psicológica.






POR QUE ESSE
EROTISMO TODO?

Em junho, com a tese quase pronta, retornou a Montpelier, onde o orientador de tese faria as considerações finais. Depois, era só inserir essas novas orientações e reanalisar alguns textos.
Dirigindo sua Ami Six, preferiu sair um pouco da rota, com intenção de chegar até Formerie, para rever Isabelle, quando pegou como caronistas duas estudantes lindas e jovens. Eram do tipo "gamine", praticamente impossível de ser paqueradas. Uns 50 quilômetros depois, pediram para Lucas parar o carro, desejosas que estavam em fazer xixi. Ele, aproveitando para fazê-lo também, foi até a parede de fundo de um casarão abandonado à margem da estrada, ficando surpreso diante da cena erótica.
Se no Brasil, descortinar um lance de calcinha funcionava como um fetiche forte, imagine o que ele sentiu, usufruindo agora desse visual! Uma das estudantes lindas estava agachada atrás da casa, a calcinha branca, em primeiro plano, cobrindo os joelhos, à mostra aquele bumbum de juventude ingênua. Ai, que delícia! Tudo isso e ainda o xixi, prestes a furar o chão, com sonoridade e tudo, terminariam em prazer duplo: para ela, o esvaziar da bexiga, para ele, olhando sem ser visto, o orgasmo imaginário , o "zizi" atacado pela dorzinha que caracteriza o desejo aprisionado por muito tempo.
Ele, com câmera carregada de filme, nada registrou, em respeito à sua índole primeiromundista. Foi melhor assim. Essa gravação, feita apenas pela memória e depositada no inconsciente, tem funcionado como mais um fator de estímulo erótico para nosso herói.

UMA TÁTICA PARA SE CAPTURAR
MULHER PARISIENSE

Não frequentando nenhum clube e perdida a convivência estudantil dos "Resto U", para se conhecer "aquela mulher", restavam poucas alternativas a nosso herói: fazer abordagens na rua ou frequentar alguma hora dançante.
Quanto à abordagem na rua, usava uma tática criativa, só se dirigindo a mulheres denunciando estar bem com a vida, a maioria, turista, é evidente. Um pequeno mapa de Paris à mão, a fisionomia bem alegre e o físico todo descontraído, se dirigia à transeunte:
- Por favor, você sabe localizar aqui no mapa este endereço que procuro?
Mostrando-lhe o papelzinho com o nome da rua e o número, Lucas passava o mapa para a mulher e ambos começavam a procurar, ficando juntinhos um do outro, às vezes os cabelos se tocando ...
Foi assim que conheceu uma inglesa de vinte e tantos anos, trabalhadora temporária em Paris. Encontraram-se uma seis vezes, ela terminando o namoro, arrependida de ter consentido por trás o último ato de amor.
Usando-se a tática do endereço no mapa, ainda deu para conhecer uma garota de 16, meio gordinha, porém muito bonita e a forma corporal insinuante. Em seu quarto, no hotel, em Paris 6e, Lucas passou com ela uma tarde de domingo que, apesar de nublado, transcorreu colorido.
POUCOS HÁBITOS CULTURAIS,
CABEÇA CHEIA DE DEMÔNIOS

Apesar da frustração no amor, Lucas estava animado com a reciclagem, fortalecido pela esperança de voltar a ter emoções no lado produtivo. Daí, ainda nos seus três últimos dias de Paris, fizera um mini-balanço para saber se alcançara ou não seus objetivos durante seus três anos de Europa.
Em termos de privatização e musa, estava procurando água no deserto, o Anjo da Guarda ensinando-lhe a nova tática. No lado cultural obteve bastante sucesso.
A propósito, hábitos coletivos significam cultura. Ao absorver comportamentos primeiromundistas da Europa, Lucas acrescentou a seu BANCO DE IMAGENS uma nova diversidade de planos opostos.
Daí, quando um ou todos de seus cinco sentidos entravam em evidência, novas mini-estórias se desfilavam rapidamente em seu cérebro, continuando a produzir-lhe a satisfação de curtir e de abordar qualquer assunto sem fastio.
Em termos agrícolas, a monocultura permite que um terreno fértil se transforme num paraíso para as pragas nocivas, ao eliminar o controle biológico, só possível em condições de biodiversidade. Em raciocínio paralelo, um ou poucos hábitos culturais dão margem a que a cabeça fique cheia de demônios ao impedir a ação dos cinco sentidos.
No Brasil, conforme já foi dito, nosso herói tinha o hábito de ler, dialogar , ir ao cinema e ver alguma peça de teatro. E de vez em quando, visitar exposições de pintura, assistir a concertos de música erudita, ver futebol, jogar tênis e peteca, nadar e sair por aí viajando. Durante essas atividades, as ENTRELINHAS eram reservadas, ora para reflexão, ora para CALANGAR alguém do sexo oposto. Na França, além de conservar os do Brasil, ainda absorveu o hábito do CINEMA AO NATURAL, que aproveitou para RECICLAR-SE no lado produtivo.
Na Europa, além de aprimorar suas qualidades de primeiromundista, ainda adquiriu o gosto dos intelectuais franceses, que têm um fraco pelo Terceiro Mundo - se bem que a maioria prefira os países africanos. E retornou com a vantagem de ter raízes aqui e já estar acostumado com a comida brasileira. Não se esquecendo de dizer que seu prato predileto é o frango com quiabo, tendo como coadjuvantes o feijão e arroz.
(INSERIR AQUI AS FOTOS DA CAPA DO LIVRO e o desenho da pg II, Jonas, o personagem central, retornando de um Cruzeiro Turístico da Grécia. Desenho da pg 84)


DO POUCO VIVE-SE BEM, 1997, 80 p

JESUS CRISTO VIRÁ À TERRA
PARA DAR UMA ENTREVISTA.

Quando ainda em vida, Ele falou:
- Faça de tua parte que eu te ajudarei.
Quem está se auto-ajudando, ainda que em quantidade mínima? A maioria está mesmo é perdida, incapaz de se orientar diante de tanta informação recebida e tamanha a velocidade na mudança dos comportamentos.
Bronson se auto-ajudou. Quando jovem ele foi condicionado a acreditar que sua LINHA CONDUTORA DA EXISTÊNCIA - LCE - se baseava em realizar-se profissionalmente e constituir família. Pego de surpresa pelas desilusões, ao invés de se perder, reciclou sua LCE, se inserindo agora numa SEGUNDA REALIDADE, recuperando o prazer pela vida.
Marco Polo passou pela "experiência na fronteira da morte" - uma experiência de libertação que ocorre em quase 50% das pessoas que sofrem uma parada cardíaca - percebendo em seguida que sua LCE era dominada por uma luta sem sentido.
Daí em diante - seu pensamento funcionando com mais clareza e rapidez - ficou-lhe fácil passar sua vida em revista.
Além da paz e da alegria de viver, seus 5 sentidos se tornaram mais apurados, em algumas vezes ele chegando a se comunicar com seres de outro mundo ou parentes e amigos falecidos.
Em síntese, Marco Polo mudou de profissão, dissolveu antigas relações e formou novas. Não está mais interessado em dinheiro e muito menos em posição social. Sua nova LCE é ajudar às pessoas.
É evidente que ele tem seus momentos de carência. Mas ao invés de vampirizar energia alheia, prefere constituir "famílias espirituais": Marie-Claire, no norte da França, o casal holandês, Jânio, em Portugal, Anne, de Nîmes, na frança, e D. Aparecida e seus filhos, em Juiz de Fora.

FAMÍLIAS ESPIRITUAIS
DE MARCO POLO

Aos 30 anos Marco Polo perdeu mulher e filhos num naufrágio, passando em seguida por uma experiência na fronteira com a morte. Trabalhava como economista de uma Estatal.
Dois anos depois, em 1975, obtendo uma bolsa de estudo para a Europa, largou tudo para trás e foi fazer doutorado. No Velho Mundo, esperava encontrar duas outras paixões para sua vida: uma nova mulher e a esperança de, após o curso, reciclar seu lado produtivo.
Três anos mais tarde retornou ao Brasil sem ter encontrado sua musa. Pelo menos fez amizades de ambos os sexos, em 80 e 89 viajando ao exterior para revê-las. Nas duas vezes reencontrou algumas e outras, não.
Em 95, ainda sem mulher e agora também sem pai e mãe, Marco Polo sentiu necessidade de rever os amigos não reencontrados em 80 e 89. Usufruir pelo menos da companhia temporária dessas pessoas especiais.
Queria apertar o interruptor de passagem do tempo e voltar a 1976. Seria possível isso? Por que não? 1.000 dólares de pasagem e mais 2.000 para a estada, além das turbulências por umas 12 horas no avião.
E se elas não pertencessem mais a esse mundo? Ah, é claro, uns dois meses antes da viagem, seria preciso tentar um contato com essas amizades, sequestradas pelos 19 anos de ausência.
Marco Polo enviou cartas para Breda e Ingrid, na Alemanha, e Alie, na Finlândia. A quarta se destinou a Daniel, na França , e a quinta, a Jânio, em Portugal.
A sexta iria para Marie-Claire, 17 anos, residente num vilarejo próximo a Bordeaux. Desistiu de escrever-lhe. Não sabia o nome da rua e nem o número da casa.
Quando a conheceu, por alguns meses pensou nela, comparando-a a uma estrela no firmamento que serve de madrinha e inspiração. Dessas que tempos depois desaparecem e nunca mais são vistas.
Era uma mulher sem agrotóxico, nenhum cheiro de nicotina exalando do nariz. Não usava creme, cosmético e nem perfumes, desses cujos odores causam repulsa ao invés de atração.
Vendo-a nua na Colônia Naturista, imaginava-a de vestido. E ao vê-la de roupa em sua imaginação, novamente a imaginava sem nada, nuazinha. Daí, o que produzia erotismo em Marco Polo não era o nu real mas a sua imagem.
As sequências contendo o envolvimento com Marie-Claire estavam naturais e nítidas no cérebro de Marco Polo, exceto nos gestos, que estavam sem nitidez. Agora, com uma máquina fotográfica ele poderia eternizar um deles, o foco saindo 100%,
E com um mini-gravador de bolso registrando as emoções de um reencontro, o timbre da voz acompanharia a imagem.
Escrever uma carta a Marie-Claire seria uma perda de tempo, desperdício de selo e de esperança. Mas por farra resolveu encarar. E não é que surpreendentemente foi a primeira a responder?
Ele tinha a impressão de sonhar acordado enquanto lia algo de alguém que conhecera há 19 anos atrás.
Estava casada com um engenheiro civil, tinha 3 filhas e 1 filho, as idades variando entre 4 e 10 anos, e morava num vilarejo próximo a Nantes, a noroeste da França.
- O sonho seria melhor se ela não fosse casada - pensou Marco Polo enquanto lia - Nessa situação não poderei repescar detalhes.
Mas voltou a ter esperanças quando ao final da carta leu as últimas palavras de Marie-Claire:
- “Vou ficar pensando em você”.
Sendo assim, comprou a passagem de avião e viajou até a França, onde pegou um trem para Nantes.
Durante a viagem, Marco Polo se sentiu envolto por uma atmosfera de quem vai ver um filme sobre o casal perfeito, ele o espectador, Marie-Claire e o marido, os atores principais.
Nenhuma possibilidade de traição mas apenas ele se imaginando na pele do marido.
E se a atriz saisse da tela, indo ao encontro de Marco Polo? Se isso acontecesse, o enredo do filme mudaria, ele não gostando mais da história e nem da personagem. O enredo desejado era o do casal feliz, ambos muitos fiéis um ao outro.
Em Nantes pegou um ônibus, viajando mais uma hora até chegar ao vilarejo de Marie-Claire. De um barzinho, anexo ao hotel onde se hospedou, deu um telefonema. E enquanto esperava, ficou conversando com as pessoas presentes - uma garçonete idosa ruiva e um casal de fregueses de meia idade.
Uns 20 minutos depois, ela veio buscá-lo de carro, as 4 crianças dentro. Entrou no salão e, depois de cumprimentar as pessoas presentes, quis saber:
- Quem é Marco Polo?
- Sou eu - respondeu o brasileiro, radiante de alegria, porém surpreso.
Despediram-se do pessoal e foram saindo.
- Está com o rosto mais comprido e os cabelos mais curtos... - observou Marco Polo.
- Quase 20 anos depois, isso é natural... - justificou Marie-Claire, mais feliz do que preocupada.
Já dentro do carro, onde falou o nome dos 4 filhos, ela foi dirigindo calmamente, o bate-papo com Marco Polo se desenrolando com muita expontaneidade.
- Seu marido está sabendo que cheguei?
- Ele nem sabe que você existe! Respondi sua carta mas nunca pensei que você aparecesse. Daí, não lhe falei nada... mas na hora do jantar, logo que ele chegue, eu faço a devida apresentação.
Enquanto dava banho nas crianças, preparando-as para o adormecer, Marie-Claire bateu um longo papo com Marco Polo, relembrando o momento agradável de 19 anos atrás.
Apesar da emoção pelo reencontro Marco Polo a princípio teve medo mas depois, confiante, passou a desejá-la enquanto conversavam, o minigravador de bolso registrando tudo. Quando ela o levasse de volta ao hotel...
- Se eu satisfizer meu desejo e mais tarde ela se separar do marido, isso vai destruí-la perante mim - pensou o brasileiro - O que busco em Marie-Claire é a relação "ela familiar" versus "eu sem família".
E antes mesmo que o marido chegasse, armou a câmera e se deixou fotografar ao lado dela e as 4 crianças. Uns 20 minutos depois, o jantar já pronto e todo mundo à mesa, ele chegou, o rosto todo sorridente, porém surpreso com a visita (continua na pág 20 do livro).

EUTANÁSIA EM PRESTAÇÕES MÓDICAS

Num barzinho com pista de dança, uma mulher trintona, misto de ruiva e loura, olha-o. Ele, entusiasmado, caminha até ela, chamando-a para dançar.
- Algumas semanas atrás te vi e você fingiu não me conhecer -- relata Beatriz, olhando-o nos olhos, ambos dançando como dois namoradinhos.
- Oh, é a memória! Ao me ver, você devia ter me chamado pelo nome.
- Fiquei com medo de você não me responder...
Ela abrira mão do carro, apartamento e duas lojas só pra ficar livre do marido.
Durante a divulgação de seus livros, que Bronson pretende vender apenas às pessoas de boa energia, ele conhece alguns homens e muitas mulheres. Entre elas, a maioria na faixa dos 35 a 40, sem falar em algumas, com muito mais. Bonitas, porém fumantes.
- Fumar por tabela eu não quero -- pensa ele.
E ao conhecer Beatriz, tenta convencê-la a largar o vício.
- Você pode fumar o tanto que quiser e beber a cântaros. O físico é seu e eu não tenho nada com isso. A eutanásia no fim da vida já sendo uma realidade, você pode praticá-la a prestação...
- Além de fumar e beber, só consigo me levantar ao meio dia.
- Você está sem objetivos na vida, sem metas a cumprir. Indisciplina, desorganização. Lembra-se ainda de onde veio? E por acaso sabe para onde vai?
- Sinto-me sem forças para recomeçar...
- Vou te mostrar o filme "Clube da Existência".
- Clube de quê?
- Da existência. Exibido para uma platéia de 100 pessoas em Paris, uma antropóloga comentou ao Marco Polo:
- Seu filme fala de coisas desagradáveis de um modo tão agradável a ponto de a gente achar que o verdadeiro amor é o desamor...
Beatriz ri, a gargalhada saindo meio histérica, interrompida por mais um gole de cerveja.
- Olhe - continua Bronson - todas as noites, antes de se deitar, relaxe, faça o exercício de "circulação de energia" e diga para si mesma:
- AMANHÃ COMEÇAREI O DIA MOVENDO A PRIMEIRA PEDRA.
- Trabalhando como ajudante ou como pedreiro?
- Vai fazer como as formigas, as abelhas, a tartaruga. O importante é dar o primeiro passo e cada dia mais outros passos. Até adquirir o hábito que depois vira rotina.
Hoje, Bronson percebe, decepcionado, que Beatriz continua se levantando ao meio dia, fuma e bebe cada vez mais e o que é pior: pediu demissão do emprego.
Sentado à mesa, onde mais duas mulheres se fazem presentes, ele ouve, sem graça, a fala de Beatriz:
- Olhe como é bom fumar. Seu Viado!
- Nós gostamos é que nos sarrem -- completam em coro as companheiras de mesa.
- A Beatriz pelo menos comprou meu livro Feromônio da Fêmea. Leu e gostou muito, se bem que chamou o autor de pretencioso.
(Copiar fotos pg ii, 25, 29 e )


INIMIGO INVISÍVEL FUTEBOL CLUBE, 1996, 82 p

Por que um time de futebol perde um título tão bobamente? Em IIFC, você encontra as respostas. Até por volta da pg 25, a equipe focalizada como amostra é o América, numa análise válida também para outras agremiações. Da pg 26 em diante, diversas táticas são recomendadas, todas elas valendo para Cruzeiro, Atlético e América, bem como para qualquer outro time que deseja ser campeão sem possuir supercraques.
- E se todos os treinadores de times baratos usarem o seu livreto de instruções? – pergunta um torcedor do Galo – Num mesmo ano, quem seria o campeão?
- Antes de tudo, o diretor, o técnico e os atletas precisam ter a devida LUCIDEZ para ACREDITAR nessas instruções – responde Américo, o torcedor exigente – As coisas SÓ ACONTECEM para quem acredita. Mas não é só acreditar. É preciso ter CORAGEM DE APLICAR as instruções contidas no livreto do primeiro ao último minuto da partida e em todo o campeonato.
- Ganha o time, cujos atletas estiverem mais ENERGIZADOS, com maior poder de CONCENTRAÇÃO e com mais CAPACIDADE para fazer seu PAPEL dentro do ESQUEMA TÁTICO usado pelo técnico – complementa o torcedor cruzeirense.
(Copiar foto da pg ii e foto da pg 88, do livro Contos Infantis para Adúlteros)


Contos Infantis Para Adúlteros,1998, 96 p

NUM CANTINHO DO CORAÇÃO

Modestino já tinha 26 anos e mesmo assim era barrado pelo porteiro de cinema durante os filmes impróprios até 18. Toda vez, era obrigado a mostrar duas carteiras: uma, de estudante, pra pagar meia, e a outra, de identidade, pra provar que era maior.
Agora, sozinho na vida e com muita carência afetiva, precisa se amarrar novamente e de preferência a uma mulher bem jovem. Já está com 60 e pode muito bem aparentar uns 50, não? Daí, muito sorridente, se olha diante do espelho e apesar das rugas, se imagina até com muito menos. Bem menos.
E, muito animado, vai passear. Caminhando pela área externa do shopping del Rey, avista duas meninas de aproximadamente 14, em pé na carroceria de uma caminhonete, que se desloca devagar. Elas conversam, sorriem e olham para o sessentão. Muito otimista que é, se imagina com um terço da idade, se lembrando da frase “todo mundo tem 20 anos num canto qualquer do coração”.
O veículo passa por Modestino, que sorri também, feliz da vida, certo de ter caído nas graças de uma das garotas. Uns 5 metros depois, uma delas vira-se para trás e grita:
- Velho, sem vergonha!
Ele volta para casa, se olha novamente no espelho e triste da vida fala para si mesmo:
- Gente, uma simples fala de uma menina de 14 me envelheceu tão rápido!...

REENCARNAÇÃO

Custódio jamais perde as esperanças de encontrar a musa de sua vida. Mesmo sendo preciso apelar para o sobrenatural. E é exatamente isso que ele faz.
Caminha pelo cemitério e vai lendo as inscrições sobre os túmulos até encontrar aquele onde está enterrada Rita. Em pé, depois de ler o epitáfio e olhar a foto de uma mulher quarentona, o semblante pouco expressivo, fala para si mesmo:
- Em vez de foto, eu mandaria fazer um rosto de gesso expressando o momento mais significativo na vida dela. E colocaria ele dentro de uma lanterna de vidro transparente, pendurada num mastro sobre a sepultura.
E imagina um rosto com “olhar de farol alto” dentro dessa mesma lanterna, que balança, balança...
Conheceu-a em 1960, ela com 17 e ele com 20. Se estivesse viva, faria hoje 54 anos.
À noite, num Centro Espírita, ele pede para ela encarnar numa mulher de 17.
- Por quê? - pergunta o médium.
E Custódio lhe narra o romance acontecido entre ele e Rita (cont.pág. 13 do livro)

“HIGHLANDER” EM BELO HORIZONTE

Aladim, professor de Português de um dos melhores Colégios de Belo Horizonte, recomendou a leitura do livro QUE BELO HORIZONTE! para os 400 alunos da 7a. Série. Depois, pediu a Highlander, o autor, para fazer uma palestra.
Ao final, uma aluna pergunta: - qual a sua idade?
- Quando uma mulher me pergunta quantos anos tenho, respondo: tenho a idade que você quiser que eu tenha. Mas se a pergunta vem de um homem, eu falo: sou como o “Highlander” e quando não faço nada, permanecendo só à-toa no mundo, fico com a sensação de ter vivido 400 anos e morro. Mas ao escrever algum livro e debatê-lo com uma platéia como vocês, eu ressuscito e volto a ter 40 anos (continua na pág 3, do livro).

UNIVERSIDADE LIVRE DO AMOR

Luciene voltou para casa e, à noite, aproveitando que Felipe dormia, falou curto e grosso ao Dr. Tebas:
- Minha missão aqui na Terra é longa, tenho que viver muitos anos e por isso a partir de hoje não vivo mais com você.
- Tudo bem. Você vai mas o filho fica.
- Hein?
- Exatamente.
- Mas o filho é meu... gerado dentro de mim, meu sangue...
- Foi seu até o momento em que veio a meu consultório para matá-lo. Eu o salvei e agora ele é meu! (continua na pág. 37 do livro).
(copiar as seguintes fotos do livro Contos Infantis Infantis para Adúlteros, Capa, pg ii, 07, 45, 50, 69, 88 e 89)

QUE BELO HORIZONTE!, 1997, 96p

Antes do internato, toda vez que eu mudava de ambiente, a ausência das pessoas queridas, que ficavam para trás, era compensada pelo conhecimento de novas pessoas bondosas. Junto a estas, a lembrança daquelas funcionava como uma espécie de Anjo da Guarda.
Mas de repente, percebendo que convivia com pessoas cruéis, me sentia abandonado quando as luzes se apagavam. E o ‘eu de hoje’ falaria pra ‘mim daquela época’:
- Meu Deus, que coissa horrível! Cecília... onde está a Cecília cantando sua cantiga de ninar pra eu adormecer rápido? Mamãe... cadê a mamãe, gente? Pra catar meus piolhos enquanto me ensinava, antes do adormecer, a oração pras almas do purgatório? A vovó... ela me ensinando a fazer doce, me tratando na palma da mão... o vovô me contando estórias... vovô, me acode!
Foi a primeira vez na vida que me senti inteiramente só. De nada adiantava a presença do Gregório. A não ser pra servir, em anos futuros, como testemunha dos maus tratos.
- De agora em diante será cada um pra si e Deus pra ninguém – pensei, desolado.
Se pudesse viajar no túnel do tempo, o ‘eu de hoje’, revoltado com aquela situação, obrigaria o ‘eu de 11 anos’ a fugir. Mas voltar para qual endereço? Retornar à fazenda, onde viveu como num conto de fadas, seria constrangedor e humilhante. Passara 4 anos lá sem nenhuma escolarização até que finalmente tios e avós o convenceram a se preparar pro futuro.
Voltar para casa dos pais? Isso não seria viável. A comida era pouca, muito disputada entre os irmãos, que brigavam, se auto-acusando de uns comerem mais que outros (cont. na pg 23).
...........................................
Lá do alto, viajando de costas, eu vislumbrava a paisagem em movimento, me despedindo cada vez mais de Itabira. Me sentia um Deus diante do espelho. Mudei de posição, ficando de frente pra Belo Horizonte. Mas o vento forte, soprando em meu rosto, não queria que eu visse o caminho pra chegar até lá. Fechei os olhos e mergulhei fundo num antigo sonho acalentado desde a época do Instituto João Pinheiro.
Picuman, com o auxíllio de uma pá, retirava o lixo da carroceria do caminhão, jogando-o na ‘cuba’ pra ser transformado em esterco.
Quando ele separava as camisinhas do material biodegradável eu tinha esperança de um dia também fazer parte dos consumidores que produziam esses ‘restos’ (cont na pg 58 do livro).
Vira o vovô pela última vez 15 anos antes quando saí da fazenda e fui pro Instituto João Pinheiro. Na área descoberta, dando pra Rua Guajajaras, apreciando o panorama da cidade, a gente curtia um papo curto: eu relembrava os tempos de outroras e ele, sem falar nada, deixava escapar um demorado sorriso nos cantos dos lábios, os olhos perdidos no passado.
Comecei a pensar na plantação de amendoim que fiz na roça, toda arrancada por gaviões antes mesmo de as vagens amadurecer. A ninhada de poorcos, o vovô me dando um, eu me comprometendo a tomar conta de todos os porquinhos até a desmama. Minha leitoa cresceu, cuidei dela com todo carinho. Quando estava quase gordinha, eu cheio de apego pelo animal, tive de matá-la e vendê-la pra loja de Secos e Molhados, ou melhor dizendo, pra ‘ Venda’ do vovô.
Parece piada, não? Se com o cultivo comercial de plantas fracassei, pra criar animais decididamente não levava jeito (cont. pg 84)
(Copiar as seguintes fotos: Capa, pg ii, pg 6, pgs 20, 26, 34, 37, 61, 66, 78, 82, 92)